𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝘚𝘦𝘰 𝘑𝘰𝘩𝘯𝘯𝘺 [✔]

II

Terça-feira, 12h50min AM
Eu tinha acabado de acordar, justamente por ter dormido tarde no dia anterior, passei a noite com dor na região abdominal, e era por causa dessa maldita queimadura que eu não parava de arder nem um segundo. Mesmo com as pomadas, parecia que só fazia piorar cada vez que passava. Foi então que parei de aplicá-las e deixei apenas um pequeno pano na região atingida. Depois de ontem, nunca mais irei pegar em alguma coisa quente, logicamente pelo medo de me queimar de novo. Mesmo sendo algo que não tive culpa, mas sim o homem por não ter me visto, preferi jogar o café em cima de mim ao invés do homem que não conheço e muito menos sabia que poderia ser. Nunca se sabe, vai que ele era um louco e então tentaria me matar por ter derramado café no seu paletó. Quero curtir minha vida primeiro e depois me encontrar com mamãe, que agora deve estar bem, descansando como deveria e vendo as marcas que ando fazendo. Enquanto aqui na Terra tinha eu, tentando seguir minha vida de pé, sem desistir e muito menos deixar alguém me derrubar. Foi assim que minha mãe me ensinou e é assim que vou seguir até meus últimos momentos.

Olhei para o relógio em cima do criado-mudo e percebi que o mesmo marcava quase uma da tarde, em uma plena terça-feira do mês. Eu tinha dormido muito, mas amo dormir, então estava tudo bem. Meu pai, provavelmente, deve estar no seu trabalho e só volta às cinco da tarde. Ontem, ele deu sorte que um amigo ficou no seu lugar e pode vir para casa mais cedo. Mas hoje, seria completamente diferente e eu não tinha a mínima ideia de que horas ele voltaria para casa, e foi exatamente por isso que acordei tarde, ele não estaria aqui em casa para brigar comigo e me acordar.

Fui ao banheiro fazer minhas higienes matinais e meia hora depois saí de lá. Segui até meu guarda-roupa, à procura de algo decente para vestir. Depois que vesti minha lingerie, peguei um short curto e uma blusa sem mangas que deixava meu decotes bem provocante. Escutei meu celular tocando em cima do criado-mudo e estranhei, meu pai nunca me ligou quando estava no trabalho. Peguei o mesmo e vi que tinha um número desconhecido, porém, era aqui da Coréia. Provavelmente era cobrança.

— Alô?

— Senhorita ________?

— Se for cobrança, não temos dinheiro ainda e...

— Oh, não. Aqui quem fala é outra pessoa.

— Quem está falando?

— Provavelmente você não sabe meu nome pois não tive tempo de me apresentar ontem, mas sou o homem que você esbarrou ontem e derramou o café por cima de suas roupas.

— O que? Como você conseguiu meu número?

— Me chamo Seo Youngho e sou dono da empresa Enterprise, onde você veio fazer a entrevista de emprego ontem. Conseguir seu número não foi uma tarefa difícil.

— Espera, você está me falando que eu esbarrei no dono da empresa ao qual fui fazer uma entrevista de emprego?

— Acho que sim. — ouvi ele rir fraco. — Estava preocupado com você, não sabia se estava tudo bem ou não.