Celestia Evans é uma garota doce, tímida e bela que se mudou para o condado de Orange Country, na Flórida. Sua adaptação a nova cidade não é nem de longe a das melhores, no colégio sofre bullying e é considerada a estranha do condado. E ainda existe...
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Folheio as páginas do livro enquanto escuto o professor de história falar sobre vidas passadas. Mordisco meu lábio inferior, começando a fazer as anotações do conteúdo no caderno. Uma bolinha de papel cai em cima do meu livro, e respiro fundo pegando aquilo e jogando dentro da minha bolsa. Mais uma para as dezenas que estou recebendo desde que a aula começou.
E é assim desde que me mudei para Orange Country, há três meses. Ninguém aqui gosta de mim, eles me acham estranha, e praticam bullying comigo por causa que a minha mãe é vista como uma assassina psicopata, e talvez ela seja, mas eu não ligo.
Ela sempre cuidou de mim, me deu amor e carinho, só que mudava com outras pessoas, ela teve uma vida conturbada e cheia de abusos que a traumatizou. Ela foi presa em um hospício, não posso visitá-la por enquanto e estou cheia de saudades. Para mim foi difícil ficar longe dela, e agora eu estou sozinha nesse lugar.
Escuto o Noah me chamar, ele é a minha única companhia no colégio, é um cara legal. Olho para ele que coloca um papel na minha mão, franzo a sobrancelha confusa e abro o bilhete "Quer ir ao cinema comigo?". Arregalo meus olhos e fico nervosa. Ele está me chamando para sair?
A porta da sala é aberta e minha atenção se volta totalmente para o cara alto, forte, tatuado, de cabelos negros e olhar profundo que fixa seus olhos em mim assim que entra. Começo a sentir borboletas na barriga e não gosto disso.
Céus, por quê Kael Strong tem que mexer tanto comigo? Ele mora na casa ao lado da minha, meu terrível vizinho e colega de turma. E um idiota, bonito, mas idiota.
— Vaza! — Kael Strong diz olhando para o Noah que está sentado ao meu lado. As carteiras estão em duplas, então ele fica praticamente grudado em mim.
— O quê? — Noah pergunta sem entender igual a mim.
— Eu disse para você vazar, cara! Esse lugar é meu! — Kael diz sério, e arqueio a sobrancelha. Esse idiota nunca fez isso.
— Mas você nunca quis sentar aqui... — o Kael o segura pelo colarinho da camisa e o tira da carteira — Eu vou arrumar outro lugar para me sentar — diz com a voz falha — Te vejo depois, Celestia — diz piscando para mim e o Kael o encara sério. Meu colega começa a caminhar até uma carteira vazia lá na frente.
— Por que quis sentar aqui? — pergunto com a voz baixa, e envergonhada de ter que falar com ele tendo todos os olhares da sala voltados para nós. Odeio ser tímida.
— Tenho uma boa visão deste lugar, vizinha — ele diz com sua voz grossa, me arrepiando, enquanto olha para mim. Finjo prestar atenção na aula e ignorar a presença dele.
— Você não vai escrever o conteúdo? — pergunto sem olhá-lo, fechando o meu caderno.
— Não, não gosto de estudar — é nítido!— Fala sério, vai sair com aquele nerd mauricinho? — pergunta sério enquanto olha para o bilhete. Pego o papel e o escondo para que ninguém veja.
