Foi para o seu bem!

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POV MARCELA

Arranquei com o carro e o cheiro de Beatriz ficou presente em meu carro, era um perfume adocicado que me dava uma sensação estranha de paz. Liguei o som do carro e fui pra casa, eu tinha desviado minha rota, mas não era um desvio grande assim. No rádio tocava um MPB suave e meu telefone começou a tocar, era Jaqueline me ligando.

-Oi Marcela, tudo bem? – Ela tinha uma voz suave.

-Estou bem Jaqueline, e você? Como sua mãe está? – Perguntei sem tirar os olhos do transito.

-Está tudo bem, mas te liguei pra dizer que preciso ficar alguns dias a mais aqui. – Parei no semáforo e ela continuou. – Vou organizar algumas coisas aqui na fazenda.

-Ok Jaqueline, faça como quiser. –Bufei irritada. – Preciso desligar, estou dirigindo.

-Marcela, sem dramas. – Jaqueline dizia calma o outro lado da linha. – Eu não posso deixar minha mãe resolver tudo.

-Tudo bem, eu entendo! – Me despedi e desliguei o telefone.

Eu não estou conseguindo entender o que anda acontecendo com meu relacionamento com Jaqueline, ultimamente andamos brigando mais que o normal, ela estava viajando mais e o sexo já não rolava há algum tempo. Eu sei que o trabalho ocupa um espaço grande em nosso tempo, mas quando ela chegasse teríamos uma conversa. Cheguei em casa e tratei de me livrar desses pensamentos.

-Boa noite Tiana. – Passei pela mais velha e ela me cumprimentou de volta.

-Boa noite Marcelinha, o jantar está quase pronto. – Ela secou as mãos no pano de prato e acenei com a cabeça. – Está tudo bem?

-Só alguns problemas, mas nada muito grave. – Tiana era uma das poucas pessoas que me conheciam tão bem. – Vou tomar um banho e já desço.

-Ok, qualquer coisa você sabe que pode contar comigo. –Ela me abraçou calorosamente.

-Eu sei disso.

Subi para o meu quarto e fui direto pro banheiro, deixei a água cair enquanto pensava em minha vida. Os conselhos do meu pai começaram a martelar em minha cabeça e pensava se eu estava cega ou se meu pai só não gostava de Jaqueline. Eu sempre confiei demais nas pessoas e sempre me ferrei por isso, mas Jaqueline me amava, não queria pensar essas coisas dela.

Terminei meu banho, coloquei short e uma camiseta básica, em casa eu gostava de me vestir a vontade. Peguei meu celular mandei uma mensagem para Sandro dizendo que precisava conversar com ele e desci para o jantar.

-Que milagre é esse? – Desci e encontrei Giovana e Lív me esperando pra jantar.

-Somos uma família tradicional. – Lívia cantarolou sorrindo. – Mesmo com a mamãe sempre viajando.

-Eu já me acostumei. – Giovana era a mais apegada na mãe.

-Mas eu estou aqui Gi, não fique triste. – Abracei seus ombros e beijei seus cabelos. –Vamos jantar?

Tiana nos serviu e jantamos com um papo animado sobre séries e filmes. Eu era muito apaixonada nas filhas de Jaqueline, sem duvidas elas eram o maior presente que a vida já me deu.

-Mama, bruno te entregou as fotos de ontem? – Lív estava falando de trabalho na mesa do jantar, algo que me deixou surpresa. – Quero mostrar o resultado pra Bia logo.

-Vejo que você ficou empolgada com essas fotos! – Falei e ela revirou os olhos. –Algum interesse especifico?

-Claro que não Marcela. – Lív não dava ponto sem nó, e eu não era boba. – Esse é o motivo pelo qual eu não gosto de falar de trabalho na mesa do jantar.

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