O que você faz aqui?

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POV LÍVIA

Eu lembro exatamente do dia em que conheci Bia, o sorriso tímido que ela deu quando elogiei suas fotos, a primeira vez em que saímos, meu primeiro surto de ciúmes, quando descobri sobre ela e Marcela, lembro do nosso primeiro beijo, foi em um dia muito conturbado, foi na primeira vez e que fui visitar minha mãe na prisão.

FLASH BACK ON:

Já tinha se passado um mês desde que minha mãe foi presa, eu estava devastada, Geovana precisou de acompanhamento psicológico depois disso tudo. Agora éramos só ela e eu, e Bia que não saiu do meu lado hora nenhuma. Ela me deu apoio, me deu conforto e me fez bem no meio dessa situação toda. Foi ela quem me aconselhou a vir ver minha mãe, mesmo depois de tudo que minha mãe fez à ela.

-Filha? - Minha mãe estava com a cara abatida, os cabelos ressecados. - Não queria que você me visse assim.

-Oi mãe. - Ela tinha a cabeça baixa e parecia envergonhada. - Como você está?

-Péssima, envergonhada, arrependida. - Ela sorriu fraco e me encarou. - Me perdoa filha, eu fui a pior mãe pra vocês.

-Agora não adianta chorar. - Eu tinha mágoas, por tudo o que ela fez com Beatriz. - O que você fez, é imperdoável.

-Eu sei filha, e eu me arrependo. - Ela deixou uma lágrima rolar. - Eu queria ter a oportunidade de me redimir com você e sua irmã.

-Eu acho que o tempo que você vai passar aqui, é o suficiente pra você refletir sobre tudo o que você fez. - Eu acho que ainda não sou capaz de perdoa-la. - Eu vou embora, não sei se volto, mas desejo que você pense em tudo o que aconteceu, em tudo o que você fez com Beatriz.

-Lív, diga à ela que eu sinto muito. - Minha mãe disse de cabeça baixa e eu me afastei.

Não consegui segurar as lágrimas, chorei de soluçar e quando atravessei o portão do presídio ela estava lá, me apoiando e me encorajando.

-Hey, eu estou aqui! - Bia me abraçou apertado e me levou para casa.

Bia me preparou um banho, pediu comida e colocou um filme pra tentar me animar. Passamos o resto dia deitadas, ela me deu todo carinho possível e eu não sei bem, mas aquilo estava me deixando ainda mais envolvida por ela.

-Está se sentindo melhor? - Ela perguntou enquanto acariciava meus cabelos.

-Você deixa tudo melhor. - Ela sorriu e eu me sentei de frente à ela. - Bia, eu sinto muito por tudo o que você passou, e quero te dizer que agora eu só saio do seu lado se você não me quiser em sua vida.

-Ei, eu não quero que você saia da minha vida. - Beatriz se aproximou e fez um carinho em meu rosto. - Eu gosto muito de você, Lívia!

-Eu sei que sim, mas eu ainda queria que esse gostar fosse do mesmo jeito que eu gosto de você. - Beatriz sorriu de lado e segurou meu rosto entre as mãos.

Bia se aproximou lentamente e colocou os lábios nos meus , o beijo era calmo, e meu corpo todo estava em uma completa combustão eletrizante.

Flash back off:

-Bia, está tudo bem? - Perguntei assim em que entramos no nosso apartamento.

-Sim. - Ela respondeu rapidamente, mas eu sei que nada estava bem.

-Você quer conversar sobre isso? - Perguntei e ela negou com a cabeça.

-Lívia eu não quero falar disso! - Ela suspirou segurando o choro. - Eu não quero que Marcela entre em nossa vida novamente.

-Tudo bem. - Me sentei no sofá e ela entrou para o quarto.

Ali estava tudo muito claro. Beatriz nunca vai me amar da forma que ela ama a Marcela. Eu sei que ela sente algo por mim, mas não chega nem aos pés do que ela sente pela Marcela. Eu a amo e seria egoísmo da minha parte vê-la infeliz e não fazer nada para mudar isso. Alcancei meu celular e liguei para o meu tio.

-Alô, oi tio Sandro. - Ele atendeu e logo contei o que eu tinha em mente. - Será que você consegue me ajudar?

POV MARCELA

Foi uma péssima ideia eu ter ido ao desfile, eu sabia que esse encontro não seria nada bom, Beatriz me odeia e eu não tiraria a razão dela. Depois que Lívia levou ela embora eu resolvi ir pra casa também, eu já não tinha mais nada para fazer ali.

Os dias iam passando devagar, aos poucos eu tentava reerguer a Cyber com a ajuda da minha amiga e do meu irmão, confesso que não estava sendo nada fácil, mas eu ia conseguir. Beatriz não saia da minha mente um minuto sequer, era uma tarefa difícil, pois o rosto dela estava estampado em todos os veículos de comunicação. O desfile foi um sucesso, ela tinha talento, Beatriz me encheu de orgulho e eu me sentia triste em não estar ao lado dela, por pura idiotice minha.

-Maninha? - Sandro entrou em minha sala um pouco empolgado. - Você anda trabalhando muito, vim te fazer um convite.

-Quando eu não trabalho você reclama, quando eu trabalho você reclama. -Me ajeitei na cadeira e o encarei. - Decide o que você quer de mim.

-Quero que você tenha uma balança, tudo em excesso faz mal. - Ele sorriu. - Mas é serio Má, vamos dar uma relaxada no bangalô da Mel esse fim de semana? Só você e eu?

-Só nós dois? Não vou ficar segurando vela? - Perguntei rindo da cara dele.

-Não, Alice tem um casamento de uma prima e não me convidou. - Ele disse emburrado.

-Então sou sua segunda opção? - Levantei a sobrancelha e o encarei.

-Claro que não, eu quero a companhia da minha irmãzinha. - Sandro respondeu debochado e eu acabei concordando.

Eu estava precisando me distrair um pouco, voltar a fazer as coisas que eu fazia antes de Jaqueline estragar minha vida. Quero recuperar esse tempo perdido, e iria começar nas pequenas coisas.

O resto da semana passou rápido e no sábado de manhã Sandro e eu partimos para o chalé da nossa amiga. Aquele lugar me trazia tantas recordações, suspirei ao me lembrar e fui organizar nossas coisas, coloquei a cerveja pra gelar enquanto Sandro preparava nossa comida. Meu irmão me arrancava gargalhadas o tempo todo e eu me senti leve com ele ali. Já estavamos no fim da tarde quando o celular dele tocou e ele fez uma cara não tão boa.

-Mana, Alice me ligou, parece que aconteceu algo e ela me pediu pra busca-la. - Ele disse meio apreensivo.

-Vou juntar nossas coisas então.

-Não, fica ai. - Ele falou de uma forma exagerada. - Eu volto ainda hoje, eu busco ela e trago pra cá.

-Eu vou com você, vai que é algo grave. - Me levantei juntando as coisas.

-Você fica Marcela. - Ele disse firme e eu estranhei. - Não voou demorar, eu prometo e você gosta tanto desse lugar.

-Ok, mas não demore e qualquer coisa você me liga. - Ele concordou e trocou de roupa rapidamente.

Sandro saiu e eu fiquei ali absorta em meus pensamentos, pensando nos rumos que eu preciso tomar de agora em diante sem a mulher que eu amo, com minha empresa em uma fase ruim e com minha mãe com a saúde debilitada. Acabei cochilando na rede do varanda de dentro e só acordei no início da noite quando um carro se aproximou.

-Poxa vida Sandro, você demorou, ein? - Estava prendendo o cabelo quando meu corpo inteiro esfriou.

-O que você faz aqui?- Falamos juntas e assustadas com a presença uma da outra. 

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Reta final, vou fazer a mesma pergunta, Team MaBia ou Team LiBia? 

The only exceptionOnde histórias criam vida. Descubra agora