POV MARCELA
Sai daquele restaurante cuspindo fogo, Jaqueline tentava controlar minha raiva, mas eu queria quebrar tudo o que eu via pela frente.
-Marcela se acalme. – Entrei no meu carro e bati a porta.
-Jaqueline não me peça pra ficar calma, se não for ajudar não atrapalha. – Esbravejei com ela.
-Hey, sou eu Má. – Ela apertou minha mão e eu respirei fundo. – Vamos pra casa, você precisa de um banho relaxante. Me deixe dirigir, você não tem a menor condição pra isso.
Concordei com a cabeça e mudei de lado abrindo espaço para o lado do motorista. Minha cabeça fervilhava de coisas e eu tentava manter o controle, o controle que eu perderia a qualquer momento se eu não parasse de pensar tanto.
Chegamos a minha casa e Jaqueline me puxou pela mão me levando ao nosso antigo quarto. Enchi os pulmões de ar e me deixei ser conduzida. Ela estava em uma calma absurda e isso estava me deixando bem irritada.
-Vem, eu enchi a banheira. – Jaqueline tinha um sorriso nos lábios. – Você precisa relaxar um pouco.
Estava agindo no automático, Jaqueline me despiu e eu entrei na agua quente, enquanto ela se posicionava atrás da banheira sentada em um banco que tinha ali. Ela ensaboava minhas costas com delicadeza e eu me deixava levar pelos toques dela.
-Sabe Má, acho que nós duas erramos em nosso casamento. – Ela quebrou o silêncio e eu ouvia o que ela dizia. – Devemos passar uma borracha em cima dos nossos erros e seguir em frente.
Ouvia cada palavra que ela dizia e naquele momento eu só tinha que concordar e fazer aquilo que ela estava propondo. Eu precisava de Jaqueline ao meu lado pra fazer dar certo.
-Você tem razão. – Não disse mais nada e ouvi ela sorrir.
Terminei o banho e dissipei os pensamentos atormentadores que queimava meus neurônios. Vesti uma roupa confortável e me deitei ao lado da minha esposa.
POV BEATRIZ
Sandro me deixou em casa, eu queira ficar sozinha, apenas com meus pensamentos. As palavras de Marcela martelavam em minha mente e eu sabia que ela estava muito irritada, e com razão, mas por um lado eu me sentia mais leve, pois agora Jaqueline não teria nada contra mim e eu seguiria meu caminho. Bernardo chegou em casa e eu contei a ele tudo o que havia acontecido, ele me abraçou e disse que tudo ficaria bem e que eu precisava manter a cabeça erguida. Decidi dormir um pouco, pois amanhã o dia seria longo, eu iria resolver meu futuro a partir de amanhã.
O dia amanheceu e eu já estava de pé, mal esperei o despertador e já estava pronta para ir trabalhar. Minha cabeça não parou um segundo sequer, eu pensava em meu futuro, pensava em Marcela, pensava em tudo que acontecia em minha vida naquele momento. Tomei um café rapidamente e segui pra Cyber me preparando para o que viria no dia de hoje.
Meu primeiro desafio do dia era me entender com Lívia, eu não queria a inimizade dela, e agora que Marcela provavelmente não queria me ver, eu me redimiria com ela. Deixei minhas coisas na nossa sala e fiquei aguardando a sua chegada. Não demorou muito e a vi entrando na sala com a cara fechada.
-Lívia, bom dia. – Não tive respostas, mas mesmo assim eu continuei. – Será que podemos conversar?
-O que eu tinha pra conversar com você eu já deixei bem claro. – Ela respondeu ríspida e eu me aproximei.
-Lív, eu juro pra você que minha intenção nunca foi destruir o lar de ninguém. – Eu dizia e ela continuava fingindo que não estava me ouvindo. – Eu não quero perder sua amizade por isso, eu sei que errei.
Me aproximei e toquei em seu ombro, ela estava com os olhos cheios de lagrimas, eu sabia o quão sensível Lívia poderia ser.
-Eu juro que não queria estragar nossa amizade, você é importante pra mim. – Lív se virou e me abraçou.
-Me desculpe por ter ameaçado você, eu também não quero te perder Bia. – Retribui o abraço e ficamos ali um bom tempo.
-Vamos esquecer isso tá bom? – Ela concordou com a cabeça e limpou os olhos.
-Sobre Marcela... – Interrompi sua fala com a mão.
-Não existe mais. – Falei com pesar e Lív fez que entendeu.
Depois da nossa conversa o clima ficou estável e o dia pareceu correr, Marcela não tinha aparecido na Cyber e por um lado eu agradecia aos céus. Eu estava com raiva, e sei que as palavras dela foram pra me atingir, porem eu tinha que manter a pose.
-Bia, Jaqueline quer você na sala dela agora. – Alice apareceu no estúdio e meu coração acelerou o que ainda ela queria comigo?
Subi pelo elevador e sensações me deixavam apreensiva. Depois De ontem, tinha certeza de que ela tinha entendido que Marcela e eu não íamos ter mais nada, Marcela saiu do restaurante muito irritada. Suspirei fundo e bati em sua sala e logo ouvi sua voz me mandando entrar.
-Bia! – Ela parecia estar feliz e tinha um largo sorriso no rosto. – Eu não sei o motivo, mas desde o dia em que você entrou aqui eu sabia que estava fazendo a escolha certa, sabia que você era das minhas.
-Não estou entendendo Jaqueline. – Ela me analisou e balançou a cabeça.
-Eu gosto de você, gosto da sua ambição. –Ela disse seria e eu apenas ouvia. –Você me surpreendeu ontem, confesso que não esperava, e acho que nem Marcela esperava também. O bobo do Sandro também é um grande partido, não preocupe.
-Acho que você entendeu errado, Sandro e eu somos amigos. – Jaqueline sorriu de lado. – E eu farei o que você pediu, eu me afastarei de Marcela.
-Claro que vai, creio que depois de ontem ela não quer te ver nem mesmo pintada. – Engoli seco. – Bia, vou lhe dar um conselho que eu adoraria ter recebido quando tinha a sua idade. Nunca substitua sua ambição por uma paixão, sua carreira sempre tem que vir em primeiro lugar, e se tiver que passar por cima de algumas pessoas pelo caminho, apenas faz parte do trajeto.
Jaqueline falava com firmeza, como se me visse nela e aquilo me deixou levemente incomodada. Eu sou focada em minha carreira, mas eu não venderia minha alma ao diabo por isso. Ela se endireitou na cadeira e continuou.
-Sei que você escolheu certo, e pode ter certeza que eu vou pensar em você minha jogada começar a funcionar. – O sorriso que ela tinha nós lábios era um tanto quanto assustador, mas eu tinha que manter a classe. – Agora vá, em breve você ficará sabendo dos meus planos futuros.
Apenas acenei com a cabeça e me aventei, Jaqueline estava armando algo e provavelmente Marcela não estava por dentro desse plano, mas agora eu não podia ir correndo contar o que eu sabia. Quando coloquei a mão na maçaneta ela foi aberta por Marcela e meu coração errou algumas batidas quando nossos olhares se conectaram.
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Não me matem!!!
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The only exception
RomanceA única exceção Passamos a vida achando que temos tudo planejado, achando que tudo vai ocorrer da forma que imaginamos, mas sabemos que não é bem assim que acontece. Com Marcela Ferraz não seria diferente, ela achou que sua vida estava alinhada, cas...