The only exception

Marcela, se acalme.

POV MARCELA

Eu sai do apartamento de Bia aos prantos, me sentia péssima por ser tão impulsiva, não me orgulho de ter feito o que fiz. Fui direto pra Cyber, ia enfiar a cara no trabalho, era isso que eu precisava, só não sabia que meu dia seria tão intenso. Tentava me concentrar em meu trabalho, mas cenas de Bia totalmente entregue à mim atormentavam minha mente o tempo todo. Os funcionários começaram a chegar e eu tentava não parecer  tão fraca na frente deles, não acredito que uma garota fez isso tudo comigo, estou completamente perdida.

-Marcela, você já entrou na internet hoje? -- Jaqueline entrou em minha sala e me entregou o tablet. - Eu te avisei, aquela garota ia te arruinar.

-Do que você está falando? -Lia a matéria e minha alma saiu do corpo na mesma hora. - O que significa isso?

-Beatriz estava agindo pelas nossas costas o tempo todo, ela usou o nome da Cyber. - O nome da minha empresa estava em vários sites de fofoca, minha empresa com o nome jogado na lama. - Esse deputado é amigo daquele namorado dela, como fomos tão burras.

As palavras de Jaqueline entravam em meus ouvidos, mas eu simplesmente não conseguia absorver. Meu coração estava em pedaços, eu confiei, me entreguei e recebi uma facada nas costas. O nome da empresa que eu construí estava arrastado na lama, junto com a minha reputação. Eu estava em estado de choque, não conseguia me mover, eu jamais imaginei que isso poderia acontecer, jamais pensei que Bia poderia fazer algo assim.

-Amor, fala alguma coisa? - Jaqueline me tirou do transe e em um momento de insanidade eu joguei minha mesa no chão de tanto ódio que eu sentia naquele momento.

-JAQUELINE, SAI DAQUI. - Gritei com a mulher e ela se assustou. -SAI DA MINHA FRENTE.

-Marcela, calma. - Peguei minha bolsa e fui saindo, preciso tirar essa história a limpo. - Você está muito nervosa.

-Vou ficar ainda mais se você não sair da minha frente.

Passei por Jaqueline sem olhar pra trás, a adrenalina corria em minha veias e eu raciocinava direito. Antes de chegar ao elevador, ele se abriu e uma equipe da policia saiu de dentro da caixa metálica.

-Marcela Ferraz? - Uma mulher alta me parou. - Sou Rafaela Martins, investigadora da polícia civil. Preciso que você me acompanhe até a delegacia.

-Eu estou sendo presa? - Eu precisava ligar para o meu irmão, não acredito que isso estava acontecendo.

-Preciso de alguns esclarecimentos, é o nome da sua empresa que está sendo envolvido nas investigaçoes. - Ela me entregou  intimação. - Vamos?

-Alice ligue para o meu irmão, e para Melissa. - Pedi minha secretária. - Você vem comigo, Jaqueline?

-Alguém precisa ficar aqui pra controlar os funcionarios. - Minha esposa disse um pouco nervosa e eu apenas acompanhei a investigadora.

POV JAQUELINE

Eu estava completamente irritada, eu não devia ter deixado Gustavo envolver drogas no meu esquema, estava tudo se encaminhando, mas esse deputado maldito tinha que estragarar tudo. Eu precisava agir, precisava enrolar Marcela, não vou me ferrar por isso.

Marcela saiu acompanhada da polícia e imediatamente eu peguei meu celular ligando para Orlando, precisamos ficar atentos, qualquer deslize tudo seria arruinado. Eu sairia do país se fosse preciso, mas antes eu destruiria qualquer coisa que estivesse em meu caminho. Avisei Orlando e Milena o que tinha acontecido e mandei eles ficarem preparados para qualquer eventualidade. Abri o cofre que havia na sala de Marcela e comecei a retirar algumas coisas de lá de dentro.

-Vai a algum lugar, mãe? - Lívia entrou na sala e eu me assustei.

-Nossa Lívia, você quer me matar de susto?

-Está assustada? - Lívia tinha um olhar avaliativo sobre mim. - Vim saber o que está acontecendo, a Cyber está de cabeça pro ar, e os funcionários estão de burburinho pelos corredores.

-Tudo vai se resolver meu amor, não se preocupe. - Falei calmamente e guardei minhas coisas na bolsa. - Agora a mamãe precisa resolver algumas coisas pra Marcela tá bom?

Sai sem dar tempo de Lívia dizer nada, eu não podia deixar nada me atrapalhar, se Marcela estava sendo ouvida eles podem querer me ouvir também.

POV MARCELA

-Senhora Marcela, estamos aqui para colher algumas informações.

-Preciso que meu advogado chegue antes. - Falei entre os dentes, eu não falaria nada  sem o Sandro aqui.

-Entendo, então iremos aguardar. - A investigadora abriu uma pasta. - Marcela, já tem um tempo que estou investigando algumas pessoas.

-Então deve saber que eu não tenho nada a ver com isso. - Falei ríspida.

-Marcela, se acalme. - A mulher falava calmamente. - - Todas as pessoas envolvidas serão ouvidas, mas como o deputado disse o nome da sua empresa, precisavamos ouvir você primeiro.

Sandro e Melissa entraram na sala com o nervosismo evidente, meu irmão se sentou ao meu lado e segurou minha mão.

-Sou Sandro, advogado dela. - Eles se cumprimentaram. - O que está acontecendo?

-Marcela só está aqui para prestar esclarecimentos.

-Entendo, mas tenho algumas provas aqui de que estão com a pessoa errada. - Meu irmão passou a pasta para a investigadora. -Beatriz me entregou isso hoje de manhã.

-Sandro, você não vai acreditar naquela garota, vai? - Perguntei incrédula. 

-Você devia acreditar Marcela. -  Rafaela disse abrindo alguns relatórios. - Eu conheço Beatriz há um tempo, assim que ela começou a desconfiar da sua esposa ela me procurou. Ela estava juntando o máximo de provas possíveis pra me entregar.

-Como assim? - Perguntei confusa. - E por que eu estou aqui e não Jaqueline?

-Meus colegas estão vigiando os passos dela, sua esposa está aliciando garotas, e provavelmente envolveu o nome da sua empresa. - Era muita informação pra um dia só.

-Má, a Bia estava ao seu lado o tempo todo, mesmo você não acreditando nela mais. - Sandro colocou a mão em meu ombro. - Ela não estava trabalhando com Jaqueline.

-Isso mesmo, inclusive o ex namorado dele a drogou no dia do evento em que você viu os dois juntos.

Se eu já estava me sentindo péssima, depois dessa informação eu queria sumir. Mesmo não merecendo Beatriz estava ao meu lado, minha impulsividade me deixou cega, eu não ouvi o que ela tinha a me dizer.

Levei as mãos na cabeça, eu sou uma idiota e não mereço Beatriz, certeza que depois de ontem ela me odeia e com razão.

-Rafaela, está acontecendo uma movimentação na casa da Jaqueline. - Um dos agentes bateu na porta e entrou. - A Beatriz está lá  há um bom tempo.

-Como assim? Eu pedi que Bia não fizesse nada sem meu concentimento. - Rafaela disse exaltada e eu me desesperei.

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Gente me desculpe a demora, mas eu ando trabalhando muuito. Provavaelmente eu trago mais um capitulo pra vocês ainda essa semana.