32 - Boa Noite

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O casal Potter ainda estava meio em choque, sua teoria estava certa, quem os adotou passou seu sobrenome, no entanto, o sobrenome em si que os deixava mais inquietos.

Grindewald. Esse sobrenome, os lembrava alguém. Ah, sim.

Gellert Grindewald, o Lorde das Trevas.

Sim, eles reconheciam o sobrenome, ele foi o mais terrível Lorde das Trevas antes de Voldemort.

Queria que os bruxos se expusessem aos trouxas e os subjulgassem. James se lembrava de algumas histórias que seu pai lhe contava sobre como fora sua adolescência durante a guerra, ironicamente seus filhos provavelmente também viveriam em uma guerra, James assim como Lílian, sabia que Voldemort não estava morto, e por isso eles treinavam seu filho, Charles, para um dia comandar a guerra contra o Lorde das Trevas. Para um dia salvar a todos de uma vez do ressurgimento daquele monstro.

Não que eles não amassem seu filho, é claro que eles o amavam, assim como Harry e Tália, mas eles sabiam que tinham que fazer sacrifícios, como o sacrifício de deixar dois de seus filhos com Petúnia, para o bem maior.

Eles foram um sacrifício, mas como Dumbledore disse, eles foram um de muitos, muitos se sacrificaram e ainda o fariam durante um bom tempo, ninguém saia ileso de uma guerra. Pelo menos seus filhos saíram mais fortes disso.

James e Lílian observaram os dois enquanto Harry fazia uma bolha de privacidade e falava com Tália, eles olharam com cuidado a cena, desde a conversa, o abraço, o beijo e até a sugestão de Harry aos diretores. Então ficaram pálidos com o dito "preço".

Isso era algo terrivelmente cruel, mas fazia com que as pessoas que queriam se candidatar pensassem bem antes de realmente colocar seu nome naquele Cálice.

Eles saíram da câmara com muitas coisas em mente, nem prestaram muita atenção aos outros campeões.

- James, Lílian, poderiam me acompanhar até meu escritório?

- Claro diretor. - James respondeu por ele e sua esposa.

Charles que caminhava à frente dos pais, se virou para se despedir deles. Depois de dar boa noite aos pais e ganhar um abraço de cada um e o habitual beijo na testa de sua mãe e foi para a torre da Grifinória.

James e Lílian porém, seguiram até o escritório do diretor em silêncio, subiram pelas escadas e depois de entrarem, sentaram-se na em duas cadeiras próximas convocadas pelo diretor e esperaram que ele se pronunciasse.

O diretor no entanto, se sentou em sua cadeira saboreando suas conhecidas balas de limão enquanto olhava a mesa sem realmente vê-la.

- Creio eu que escutaram o surpreendente segundo sobrenome de seus filhos Harry e Tália?

James e Lílian se olharam.

- Sim diretor. - Lilian disse.

- Acredito que devemos falar com eles o mais rápido possível, não sabemos o que alguém com envolvimento com a família Grindewald pode ter feito com crianças como eles. Se desejarem posso permitir que conversem com eles aqui em meu escritório, aqui seria um lugar seguro para que eles não se sentissem presos em uma situação como essa. - O diretor disse, sua mente já fazendo planos enquanto o casal pensava na resposta.

- Acredito que seja melhor assim, em nossos quartos privados eles poderiam sentir-se presos e em desvantagem, em outros lugares também seria público demais para assuntos assim, obrigada diretor. - Lílian agradeceu.

- Não é nada, só queria ajudá-los em sua situação familiar meus queridos. - O diretor respondeu.

- Obrigada novamente diretor. - Disse James desta vez.

- Não é nada, oh que cabeça a minha, gostariam de uma balinha de limão? - O diretor questionou, um sorriso de bom avô em seu rosto.

- Não obrigada, se nos der licença diretor, devemos nos retirar, foi uma noite exaustiva esta. - James disse se levantando juntamente de Lílian.

- Claro, meu garoto, boa noite.

- Boa noite, diretor. - O casal disse em uníssono se retirando do escritório do diretor, sem saber das tramas do homem atrás deles e como elas os afetariam e já afetaram.

No navio de Durmstrang porém, os gêmeos, terminavam de falar com o diretor Kargaroff sobre a situação atual do torneio.

- Aconselho que chamem o pai de vocês logo, não acredito que Dumbledore vá deixar seus sobrenomes passarem como nada, levem isto com vocês, se eles lhes chamarem toquem na parte da pulseira com a fênix e digam Durmstrang. - O homem lhes entregou duas pulseiras simples de couro negro cada uma com uma fênix de duas cabeças gravada em dourado no couro.

- Nós vamos diretor. - Disseram juntamente colocando as pulseiras e o diretor suspirou.

- Quero que tomem cuidado, não sabemos quem pode ter mexido no Cálice se não foi mesmo o sangue de vocês. E também, espero que vocês treinem bastante para o torneio, sabem, peguem estes livros e dividam com Krum, nunca existe cuidado demais quando se trata de criaturas que cospem fogo. - O diretor disse enquanto entregava os livros aos dois.

- Entendemos diretor, e - Os dois se olharam antes de olharem o diretor. - tomaremos cuidado, obrigado.

- Mais uma coisa, se forem chamados pelos Potter ou por Dumbledore - O diretor zombou do nome. -, me chamem imediatamente, não sabemos o que um velho como aquele diretor pode fazer.

- Claro, obrigado novamente diretor. - Os dois sorriram um pouco ao diretor acenando com a cabeça.

- Bem, agora vão dormir, amanhã será um dia cheio.

- Boa noite. - Eles se despediram.

- Boa noite.

Os gêmeos foram até seu quarto, tinham seis livros em mãos, claramente eram dois para cada já que era dois títulos e capas diferentes apenas, três de um, três de outro.

Eles entraram, viram que Viktor já estava com as cortinas fechadas e então deixaram dois dos livros na cômoda do mais velho e foram se preparar para dormir.

Depois de se arrumarem, ambos se deitaram na cama, fizeram tudo em silêncio, cada um precisava de um tempo com seus próprios pensamentos então não havia necessidade de palavras. Tanto que trocaram apenas algumas palavras sussurradas antes de dormirem.

- Boa noite, minha irmã.

- Boa noite, meu irmão.

Os dois se embrearam um no outro, procurando tanto se esquentarem quanto se confortarem na presença um do outro, e assim os irmãos adormeceram, embreados em baixo das cobertas quentes, acompanhados de sonhos conturbados que lhe roubavam a paz que tanto pareciam ter enquanto dormiam.

Mas é como dizem, nem tudo é o que parece e as aparências enganam.

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