Sirius Black

55 2 12
                                    

Carol estava chegando ao pé da escada quando ouviu uma pequena confusão se formando.

-Tonks! – gritou a Sra. Weasley.

-Me desculpe, é a droga desse porta guarda-chuva! É a terceira vez que tropeço nele... – disse uma bruxa de cabelos rosa e de aparência moderna, deveria ter os seus 20 e poucos anos.

Mas a frase de Tonks foi abafada por um guincho medonho de furar os ouvidos e congelar o sangue. As cortinas de veludo roídas de traças, pelas quais tinha passado mais cedo, tinham se aberto, mas não havia porta alguma por trás, mas sim um enorme quadro de uma velha horrenda de touca preta. Ela estava babando, seus olhos giravam nas órbitas, a pele amarelada do rosto esticava-se inteiramente enquanto gritava; e por toda a demais extensão do corredor, os demais quadros acordaram e começaram a berrar, fazendo com que Carol se encolhesse e tampasse os ouvidos.

Lupin e a Sra. Weasley correram para tentar fechar a cortina que ocultava a velha, mas não conseguiam e ela guinchava com mais vontade, brandindo as mãos em garras como se quisesse estralhaçar os rostos deles.

-Ralé! Escória! Filhos da sordidez e maldade! Mestiços, mutantes, monstros, sumam deste lugar! Como se atrevem a macular a casa dos meus antepassados...

Tonks não parava de pedir desculpas, repondo a pesada perna de trasgo na posição original; Jorge apareceu do lado de Caroline com os ouvidos tampados, mas mesmo fazendo uma careta de desconforto, parecia já acostumado com aquilo. Um homem de longos cabelos longos apareceu, Caroline não sabia da onde, e agarrou a cortina com força.

-Cale a boca, sua bruxa horrorosa, CALE A BOCA! – berrou ele, agarrando a cortinha que a Sra. Weasley abandonara.

A velha empalideceu.

-Vocêêêêê! – urrou ela, os olhos saltando das órbitas ao ver o homem. – Traidor do próprio sangue, abominação, vergonha da minha carne!

-Eu... mandei... calar... a... BOCA! – rugiu o homem, e, com um estupendo esforço, ele e Lupin conseguiram fazer as cortinas fecharem.

Os guindos da velha pararam e sobreveio um silêncio ressonante, e Caroline pode tirar os dedos dos ouvidos e prestar melhor atenção no homem que estava na sua frente.

-A Sra. Black – Jorge explicou ao seu lado – Mãe de Sirius, isso acontece pelo menos uma vez por semana, logo você se acostuma.

-Sirius...? – ela disse olhando para o namorado e voltou a olhar para o homem de cabelos pretos, conversando agora com Lupin e Harry, e o reconheceu das fotos, Sirius Black, quem todos achavam que era um assassino.

Sua tia Agatha estava certa, para quem tinha passado 12 anos em Azkaban, Sirius tinha uma ótima aparência, e parecia muito são. Claro que ainda estava muito magro, mas mesmo assim era possível ver os traços que um dia teria feito as mulheres caírem ao seus pés. É, ele era muito bonito.

-Você deve ser a sobrinha dos Davies – ele disse com a voz rouca, fazendo Carol sair dos seus pensamentos, a olhava com um olhar intenso mas parecia bastante envergonhado – Se parece muito com a sua mãe, Clara.

-S-sim, sou eu – Caroline disse nervosa, segurando as mãos na frente do corpo nervosa – E obrigada, todo mundo me diz isso...

O homem fez um aceno com a cabeça, e entrou em uma porta no corredor. A Sra. Weasley deu um suspiro cansado, e olhou para a Caroline com um sorriso.

-Vamos comer na cozinha querida, é melhor descermos depressa antes que os outros acordem de novo.

Ao fim do corredor entraram em uma porta que dava para a cozinha do porão.

In Incrementum - A Garota Corvinal, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora