Batalha no Ministério

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Vultos escuros surgiram de todos os lados, bloqueando o caminho dos garotos à esquerda e à direita; olhos brilhavam nas fendas dos capuzes, uma dúzia de pontas de varinhas acesas apontavam diretamente para seus corações; Gina soltou uma exclamação de horror.

-A mim, Potter – repetiu a voz arrastada de homem, enquanto estendia a mão, de palma para cima.

Ela conhecia aquela voz de algum lugar, era uma voz semelhante à que ouvia na escola, do seu filho talvez...

-A mim – repetiu. "Malfoy", pensou, é o pai de Draco.

-Onde está Sirius? - perguntou Harry.

Vários Comensais da Morte riram; uma voz estridente de mulher, no meio das figuras sombrias à esquerda de Harry, disse triunfante:

-O Lorde das Trevas sempre tem razão!

-Sempre – repediu Malfoy suavemente – Agora, me dê a profecia, Potter.

"Profecia?" Caroline enrugou a testa.

-Eu quero saber onde está o Sirius!

-Eu quero saber onde está o Sirius! - imitou a mulher à esquerda. Caroline sentiu um arrepio no corpo inteiro.

Ela e seus companheiros Comensais tinham se aproximado, e estavam a pouco mais de um metro de Harry e dos outros, a luz de suas varinhas os cegavam.

-Vocês o pegaram – disse Harry – Ele está aqui. Eu sei que está.

-O bebezinho acordou com medo e pensou que seu sonho era realidade – disse a mulher numa horrível imitação de voz de bebê. Carol estremeceu, porque já tinha ouvido aquele tom de voz antes.

-Não faça nada – orientou Harry – Ainda não...

A mulher que o imitara soltou uma gargalhada rouca.

-Vocês o ouviram? Vocês o ouviram? Dando instruções às outras crianças como se pensasse em nos enfrentar!

-Ah, você não conhece Potter como eu, Bellatrix – disse Malfoy mansamente – Ele tem um grande fraco por heroísmos: o Lorde das Trevas conhece essa mania dele. Agora me entregue a profecia, Potter.

O estômago de Caroline se agitou ao ouvir o nome "Bellatrix", se esforçou muito para não vomitar ali mesmo de nervoso. Nervoso não, pavor. Aquela era a mulher que tinha matado seus pais e vivido em seus pesadelos por anos.

-Eu sei que Sirius está aqui – disse Harry – Eu sei que vocês o pegaram!

Mais Comensais da Morte riram, embora a mulher risse mais alto que todos.

-Já está na hora de você aprender a diferença entre vida e sonho, Potter – disse Malfoy – Agora me entregue a profecia, ou vamos começar a usar as varinhas.

-Use, então - disse Harry, erguendo a própria varinha à altura do peito. Ao fazer isso, as seis varinhas de Rony, Hermione, Neville, Gina, Luna e Carol se ergueram a cada lado dele.

Mas os Comensais não atacaram.

-Entregue a profecia e ninguém precisará se machucar – disse Malfoy tranquilamente.

Foi a vez de Harry rir.

-É, certo! Eu lhe entrego essa... profecia, é? E o senhor nos deixa ir embora para casa, não é mesmo?

As palavras não haviam acabado de sair da sua boca quando a Comensal mulher gritou:

-Accio prof...

Harry estava preparado: gritou "Protego!" antes que ela terminasse de lançar o feitiço.

-Ah, ele sabe brincar, o bebezinho Potter – disse a mulher, seus olhos desvairados encarando-o pelas fendas do capuz – Muito bem, então...

In Incrementum - A Garota Corvinal, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora