In Incrementum - A Garota Corvinal, livro 3

A visão se concretiza

Eles tinham entrado na sala do poço novamente. Caroline viu os cinco Comensais da Morte que estavam na Sala dos Cérebros descer lentamente até Harry, e outros surgirem pelos lados, enquanto Lúcio Malfoy falava a frente.

-Mande... mande os outros embora e entregarei ao senhor! - disse Harry, provavelmente estava respondendo alguma coisa à Malfoy.

Alguns Comensais da Morte soltaram risadas.

"Pense Caroline, pense", ela não podia atacar ainda porque estavam em muita desvantagem, teria que elaborar alguma coisa silenciosa e eficaz. Quem estivesse perto dela seria capaz de ouvir as engrenagens do seu cérebro trabalhando para bolar algum plano.

-Você não está na posição de barganhar, Potter – disse o bruxo – Como vê, dez de nós contra você sozinho... ou será que Dumbledore nunca lhe ensinou a contar?

-Ele não esdá sozinho! - gritou uma voz – Ainda dem a mim!

Caroline, agachada atrás de um dos bancos de pedra queria gritar para Neville voltar para Rony, Luna e Gina, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ele estava descendo já os degraus de pedra em direção à Harry, com a varinha de Hermione em mãos.

-ESDUBEVAÇA! - gritou Neville outra vez, apontando a varinha para cada um dos Comensais da Morte – ESDUBE! ESDUBE!

Um dos Comensais mais corpulentos agarrou Neville por trás e prendeu seus braços ao lado do corpo. O garoto se debateu e chutou; vários Comensais da Morte riram. Carol não conseguia em pensar em nada para salvar Neville e Harry, estava em dúvida entre deixá-los e ir procurar ajuda, ou ficar e tentar ajudar.

-É Longbottom, não é? - perguntou Lúcio Malfoy desdenhoso – Bom, sua vó está acostumada a perder membros da família para a nossa causa... sua morte não será nenhum choque.

"MOVA-SE CAROLINE!" a voz dentro da sua cabeça gritava.

-Longbottom? - repetiu Bellatrix, e um sorriso realmente maligno iluminou seu rosto ossudo – Ora, tive o prazer de conhecer seus pais, garoto.

-SEI QUE DEVE! - urrou Neville, e se debateu com tanta força contra o abraço do seu captor que o Comensal exclamou:

-Alguém quer estuporar esse garoto?!

-Não, não, não - pediu Bellatrix. Cada vez que aquela mulher abria a boca, Caroline se sentia com dois anos de novo, ou com 6, acordando assustada dos seus pesadelos, e parecia que se afundava cada vez mais na pedra - Não, vamos ver quanto tempo Longbottom resiste antes de enlouquecer como os pais... a não ser que Potter nos entregue a profecia.

-NÃO DÊ A ELES! - bradou Neville, que parecia fora de si, chutando e se contorcendo ao ver Bellatrix se aproximar - NÃO DÊ A ELES, HARRY!

Bellatrix ergueu a varinha.

-Crucio!

Neville gritou e Caroline fechou os olhos. O grito de Neville se transformou no grito de seu pai, e depois o de sua mãe, e sentiu o gosto de sangue na boca, porque tinha mordido a mão para não gritar junto. Abriu os olhos e viu o garoto no chão, não podia deixar aquilo acontecer, não de novo...

-EI! - se levantou e gritou, respirando rapidamente, sentindo as pernas trêmulas - Por que não lida com alguém mais velho? Ou você tem medo de que eu te mande de volta para Azkaban?

Caroline se xingou mentalmente quando Bellatrix a encarou, sabia que o lado que estava aflorado agora era totalmente o sangue grifinório do seu pai. Desviou de um Feitiço Estuporante e correu em direção ao centro, conseguindo derrubar um Comensal e desarmar outro, mas seus olhos encaravam Bellatrix.