A sala precisa

63 3 7
                                    

Quando Carol chegou na sua sala comunal, encontrou Chloe e Roger sentados em uma mesa perto das janelas, estavam estudando e quando se aproximou viu que a mão de Roger estava encostada na mão de Chloe por cima da mesa.

-Não acreditam no que acabou de acontecer – ela disse se sentando de frente para os dois, do outro lado da mesa.

Roger tirou a mão rapidamente de cima da de Chloe, o que a deixou visivelmente desconfortável, e Caroline estreitou os olhos ao olhar para o primo.

-Foi falar com a Umbridge? – Roger perguntou.

-Sim – Carol respondeu, cruzando os braços e se jogando para trás na cadeira – Acho que ela me ameaçou, não sei, foi tudo muito confuso.

-Te ameaçou?! – Chloe exclamou, soltando a pena com que estava escrevendo – Como assim? Explique isso direito!

Caroline contou para eles toda a conversa que tivera com Umbridge: sobre a menção dela ser de uma família de bruxos leais ao Ministério, que ela como uma "mocinha brilhante" deveria tomar cuidado com quem andava para não prejudicar o seu futuro, que não deveria se misturar com pessoas de níveis diferentes.

-E depois ela perguntou se eu sabia de algum grupo ou reunião ilegal, achei que meu coração nessa hora iria sair pela minha boca – Caroline terminou de falar.

-Isso foi bem tenso – Roger disse baixinho, olhando para o seu pergaminho – Acha que ela sabe de alguma coisa?

-Não sei – ela respondeu – Ou tudo pode ser uma coincidência, ou ela está esperando pela menor prova possível para nos pegar.

Os três ficaram em silêncio, até Chloe voltar a falar:

-Você acha... acha que quando ela falou sobre, ahn, se misturar com pessoas de níveis diferentes ela estava falando de...?

-Dos Weasley? – Carol completou, e Chloe concordou – Tenho certeza. Pessoas como Umbridge acham que os Weasley são traidores de sangue. Não ligo para o que ela pensa, não é como se eu fosse melhor, pelo menos os Weasley tem sangue puro.

-Caroline, não fale assim... – Roger começou, olhando para a prima.

-Estou falando a verdade, não estou? Ela só foi gentil comigo porque fui criada por dois bruxos de sangue puro – Carol falou inclinando-se para frente, colocando as mãos em cima da mesa – É óbvio que ela deve pensar que sou uma sujeitinha de sangue ruim que teve sorte por ser criada por dois bruxos...

-Pare de falar assim! – Roger falou alto, fazendo com que os colegas em volta virassem para observar a discussão, depois abaixou a voz ao continuar: - Você é tão bruxa quanto o resto de nós, e sabe disso, pare de falar como se acreditasse no que essas pessoas pensam de você.

Caroline ficou um tempo quieta, e depois soltou um suspiro.

-Desculpa – falou por fim – É só que, nunca meu sangue foi algo tão importante como agora, e olha que eu sou mestiça, não quero imaginar a situação de quem é trouxa – ela se levantou e espreguiçou-se – Vou subir, foi um dia cheio...

O quarto estava vazio quando subiu, e ao olhar para o relógio na mesinha ao lado de sua cama percebeu que estava cedo ainda para estar tão cansada, mas tinha realmente sido um dia cheio e a conversa com Umbridge só serviu para a deixar mais nervosa. Trocou de roupa e adormeceu assim que fechou os olhos, sonhou com aquela conversa a noite inteira, que tentava sair da sala de Umbridge e não conseguia.

[...]

Na manhã seguinte, tinha acordado bem disposta e as olheiras debaixo dos seus olhos finalmente tinham sumido, e se lembrou de que teria que contar sobre a conversa com a professora na noite passada para os gêmeos, e decidiu que iria deixar de fora a parte que ela disse sobre se misturar com pessoas de níveis diferentes.

In Incrementum - A Garota Corvinal, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora