O início da Armada Dumbledore

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O dia da visita a Hogsmeade amanheceu claro, mas ventoso, o que fez Carol usar o suéter azul que tinha ganhado de Jorge no natal passado e um cachecol. Depois do café da manhã, eles se enfileiraram perante Filch, que conferiu seus nomes na longa lista de alunos que tinham permissão dos pais ou guardiões para visitar a vila.

O grupo contava com Roger e Natasha, que concordaram em se encontrar com Hermione em Hogsmeade.

-Carol, você tem certeza disso? – Roger perguntou na noite em que Carol foi falar com ele sobre o que tinha conversado com Hermione na biblioteca. Ele e Chloe estavam sentados perto da lareira. – Não que eu não confie em Harry, mas sei lá, não estaria se arriscando muito?

-Eu já estou me arriscando – ela respondeu, e o primo felizmente entendeu o que ela quis dizer: a Ordem. Todos eles já estavam se arriscando estando parcialmente na Ordem – Não podemos continuar sem ter essa matéria, Roger, você tem que concordar comigo. E por enquanto é a nossa única solução.

-Mas Harry é mais novo do que nós, o que ele vai nos ensinar? – ele rebateu.

-Ele é bem esperto sabe, para a idade dele – Chloe se manifestou. – Desde que entrou em Hogwarts vive se metendo em várias coisas, e já derrotou Você-Sabe-Quem três vezes, sem contar as tarefas do tribruxo.

-Viu? – Carol disse, concordando com Chloe. – Não podemos mais ficar nos escondendo a aceitar tudo de cabeça baixa!

Roger olhou de Carol para Chloe, que já tinha se manifestado que iria com a amiga ao encontro de Hermione em Hogsmeade, e deu um suspiro.

-Eu odeio o fato de você ter sangue de grifinório – ele respondeu.

O grupo andava pela rua principal do vilarejo despreocupados. Se encontraram com Fred, Jorge e Lino na Zonko's, cheios de sacolas.

-Então, vocês sabem onde fica esse lugar? – Roger perguntou enquanto eles continuaram o caminho.

-Hermione falou que fica fora da estrada principal – Carol explicou, um grupo de alunos mais à frente seguia a direita, numa ladeira lateral, para fora da rua principal – Olhe, acho que eles estão indo para o mesmo lugar que nós. O restante das meninas já devem estar lá.

Eles viram que no alto havia uma pequena estalagem. Um letreiro maltratado de madeira estava pendurado sobre a porta, em um suporte enferrujado, com o desenho da cabeça decepada de um javali, pingando sangue na toalha branca que o envolvia. O letreiro rangia ao vento quando eles se aproximaram.

-Lugarzinho simpático que Hermione escolheu – Fred disse ironicamente e todos entraram.

Não era nada parecido com o Três Vassouras, cujo grande bar dava impressão de calor e reluzente limpeza. O Cabeça de Javali compreendia uma salinha mal mobiliada e muito suja, e tinha um cheiro forte, talvez de cabras. As janelas curvas eram tão incrustadas de fuligem que pouquíssima luz solar conseguia chegar à sala, iluminada com tocos de velas postos sobre as mesas de madeira tosca. O chão, à primeira vista, parecia ser de terra batida, mas com mais atenção Caroline percebeu que era uma camada secular de sujeita acumulada por cima da pedra.

Havia um homem no bar que trazia a cabeça toda envolta em sujas bandagens cinzentas, embora ainda conseguisse engolir incontáveis copos de uma substância ardente e fumegante por uma fenda no lugar da boca, Carol desviou o olhar porque o homem tinha a lembrado de um Dementador. Junto à lareira havia uma bruxa com um véu negro e espesso que lhe caía até os pés, só era possível ver a ponta do seu nariz porque o volume fazia o véu levantar um pouco. E atrás do balcão estava o barman, um velho de ar rabugento, com uma espessa cabeleira e barbas grisalhas, era alto e magro e Carol o achou vagamente familiar.

In Incrementum - A Garota Corvinal, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora