In Incrementum - A Garota Corvinal, livro 3

A professora Umbridge

-Eu não acredito que vocês surrupiaram esses frascos – Caroline falou enquanto ela e os gêmeos iam para o pátio se encontrar com o restante dos amigos para aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

-E eu não acredito que você fale "surrupiar" – Fred falou enquanto equilibrava cinco frascos cheios de um líquido cor de gasolina e os guardava na mochila de Jorge – Você tem o que? 80 anos?

-Não, mas ela lê livros de 100 anos atrás – Viola falou quando eles se encontraram, ela estava junto com Agnes, Alicia e Angelina – Vou indo para a minha próxima aula, me contem depois sobre a Umbridge!

E saiu. Agnes franziu o rosto para um dos frascos que Jorge estava na mão.

-Vocês roubaram pus de Bubotúberas? – ela perguntou – São malucos? E se isso estoura na sua bolsa?

-Por que está todo mundo fazendo caso disso? Meu Deus – Fred falou – Não é como se a Profa. Sprout fosse dar falta, ela tem estoque de pus para uma vida inteira.

-E nós precisamos disso para incrementar alguns dos nossos produtos – Jorge completou, colocando o frasco de volta na mochila.

-Então me avise qual é, porque não vou querer chegar perto dele até estar seguro – Caroline falou e eles seguiram o fluxo de alunos para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Ela não queria admitir mas estava animada para aquela aula, afinal, era seu último ano e provavelmente iriam aprender a fazer um patrono corpóreo, além das técnicas mais avançadas de defesa. Era a aula mais importante para a sua futura carreira, teria que saber tudo sobre defesa se quisesse ser uma ótima auror; não esperava que Umbridge fosse tão boa quanto Lupin, ou até mesmo Olho-Tonto Moody (que não era Olho-Tonto Moody, ela se lembrou depois), mas esperava que pelo menos ela fosse aceitável.

Quando entraram na sala de aula, viram Umbridge sentada na escrivaninha usando o casaquinho cor de rosa peludo da noite anterior, e um laço preto de veludo preso na cabeça. Caroline se sentou junto com Agnes e Chloe, na frente de Fred e Jorge, com Alicia e Angelina ao lado.

O restante dos alunos entraram em silêncio, não sabiam se a Profa. Umbridge era adepta à disciplina rigorosa.

-Bom, bom dia! – disse a professora finalmente, quando todos terminaram de se acomodar.

Alguns alunos murmuraram "bom dia" em resposta.

-Tss-tss – muxoxou a professora – Assim não vai dar, concordam? Eu gostaria que os senhores, por favor, respondessem: "Bom dia, Profa. Umbridge." Mais uma vez, por favor. Bom dia, classe!

-Bom dia, Profa. Umbridge – entoaram os alunos monotonamente, Carol se sentiu com sete anos ao fazer isso.

-Agora sim – disse a professora com meiguice. – Não foi muito difícil, foi? Guardem as varinhas e apanhem as penas.

Os alunos se entreolharam surpresos. Estavam no último ano, como assim não iriam usar as varinhas em sala? Caroline, desconfiada, colocou a varinha de volta na mochila e apanhou seu material para anotação. A Profa. Umbridge abriu a bolsa e tirou a própria varinha, que era excepcionalmente curta, e com ela deu uma pancada forte no quadro-negro; imediatamente apareceu ali escrito:

"Defesa Contra as Artes das Trevas

Um Retorno aos Princípios Básicos"

-Bom, o ensino que receberam desta disciplina foi um tanto interrompido e fragmentário, não é mesmo? – afirmou a Profa. Umbridge, virando-se para encarar a turma, com as mãos perfeitamente cruzadas diante do corpo. – A mudança constante de professores, muitos dos quais não parecem ter seguido nenhum currículo aprovado pelo Ministério, infelizmente teve como consequência os senhores estarem muito abaixo dos padrões que esperaríamos ver no ano dos NIEMs.