Capítulo 16 - Por Henry

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Nunca fiquei tão apreensivo em encontrar meus pais, o problema não era todo o fingimento deles, já estava acostumado com toda aquela mentira, o problema era Maggie acreditar que isso é verdade e tê-los como referencial. Inicialmente achei que minha mãe queria conhecer a minha namorada, mas logo percebi que eles avaliariam Meg nesse final de semana.

O fato de meu pai passar o final de semana conosco deixava claro isso, principalmente quando ele disse que Meg não deveria saber que eles não moravam juntos. E no fim eu não tive coragem de conversar com ela e estragar o meu humor ao falar da minha família.

- Henry?

Olhei confuso pra Meg, ela ultimamente só me chamar de "Henry" quando está me repreendendo, mas agora eu não fiz nada. Estamos no carro a caminho da mansão onde minha mãe mora. A olhei esperando que ela continuasse.

- Está tudo bem?

- Eu só não quero que você tome o relacionamento de meus pais como referência.

- Você está me deixando tensa.

- Eu estou tenso... Vem aqui... – A trouxe pro meu colo a beijando. – Eu preferiria estar em casa com você...

- Eu também...

Senti o seu cheiro e percebo o quanto eu senti falta disso nos últimos dias. Uma viagem que deverei durar dois dias acabou durando quatro e me impedindo de ver Maggie na quarta-feira. Eu senti falta do cheiro, do toque, do calor do seu corpo...

- Eu senti sua falta... – Cheirei o seu cabelo. – Céus! Eu senti pra caralho a sua falta!

- Você está muito romântico, Fisher... É o ar do Kansas que está te deixando assim? Porque se for teremos que mudar pra cá!

Ela falou brincando e eu a beijei. Não era o ar do Kansas, era a certeza que eu estava fodidamente apaixonado por Meg e que eu a quero como nunca quis uma outra mulher. Eu quero chegar em casa cansado após o dia de trabalho e a ter nos braços como eu a tenho agora. Eu quero poder sentir o seu cheiro todas as noites. Eu quero que ela seja a primeira coisa que eu irei ver ao acordar todos os dias. Eu a quero.


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- Chegamos...

Falei quando motorista de minha mãe parou em frente a casa que com certeza é esnobe, desnecessária, fútil, descabida e mostra o quanto minha mãe é soberba. Talvez eu tenha herdado esse lado mais extravagante dela. Minha mãe mora sozinha, numa casa com oito quartos, mais de 1000m² e é servida por um batalhão de funcionários.

- É maior que a mansão dos senhor Hayes...

Maggie falou e eu apenas murmurei concordando, já que pareceu mais um pensamento dito em voz alta. Segui com Meg até a porta, que foi aberta por uma das muitas empregadas que trabalham pra minha mãe. Assim que entramos, Cecil, o mordomo e um dos poucos que trabalham na casa e eu sei o nome nos recebeu.

- Senhor Fisher, senhorita Bouvier. – Cumprimentei-o com um aceno. – O senhor e senhora Fisher vos espera na sala de convivência. Me acompanhem, por gentileza.

Como estava abraçado a Meg a arrastei comigo enquanto ela me olhava assustada, provavelmente com a suntuosidade da casa de minha mãe. Sorri tentando tranquiliza-la e sussurrei.

- Só entra no clima e finge que você é esnobe, fútil e soberba. – Ela riu.

- Não sei porquê eu fui te falar isso!

Seguimos abraçados, sorrindo para encontrar o casal perfeito para uma propaganda imobiliária sentados lado a lado trocando olhares amorosos. Respirei fundo ao ouvi Cecil anunciar a nossa chegada e vê meu pai beijar a mão de minha mãe e se levantar.

- Que bom que chegaram, meus queridos... – Minha mãe falou nos beijando no rosto. – Estávamos esperando vocês pra jantar, vamos!


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Como sempre, jantamos em silêncio. Eu, na minha ingenuidade durante a minha infância, pensava que fazíamos isso apenas pelas regras de etiquetas mas percebi, quando comecei a entender melhor o mundo, que isso acontece por meus pais não se interessam o suficiente um pelo outro pra sustentar uma mísera conversa trivial.

Depois de um jantar refinado, digno de qualquer bom restaurante já que minha mãe tem um chef que trabalha para ela, voltamos a sala. E agora é a hora que me causa mais irritação, não é por conversar com meus pais, mas por eles fingirem que se amam por causa da presença de uma pessoa estranha.

- Me conte sobre você, Meg... – Minha mãe falou sorridente. – Quero saber mais sobre essa mulher que conquistou o coração do meu filho!

- Não tem muito o que contar... – Meg respondeu acanhada enquanto eu beijava a sua mão. – Vocês já sabem quem eu sou, o que faço e que namoro um rapaz muito bonito...

- E seus pais, conhecemos?

- Acredito que não, minha mãe, Joule Bouvier é professora, mas já aposentada e mora lá em Connecticut, e eu não tenho contato com meu pai. – Não sei nada sobre o pai de Meg já que ela nunca fala sobre ele.

- Você é amiga da esposa do Jon, não é? – Meg acenou. – Ela apresentou vocês?

- Não, na verdade Henry me apresentou a ela...

- Não foi isso que Henry me disse. – Meu pai se intrometeu na conversa das duas, fazendo Meg corar e me olhar confusa.

- Eu conheci Meg no aniversário do senhor Hayes no ano passado e a apresentei Mariah, elas se tornaram amigas e por isso eu voltei a encontra-la. – Respondi curioso em saber onde essa conversa iria levar e vi a surpresa nos olhos de minha mãe.

- Vocês tem mais de um ano juntos?

- Não, quase três meses...

- Ah, agora entendi porque a gente foi surpreendido com a notícia que você estava namorando!

Ela seguiu interrogando Meg enquanto eu e meu pai observamos, apenas. Por mais que parecesse uma conversa inocente algo no meu subconsciente me alertava em relação as coisas que estavam sendo faladas.


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A namorada perfeita (Livro 02 - CEO Herdeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora