Capítulo 13 - Por Maggie

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Se eu dissesse que um dia me imaginaria chegando em Hamptons, destino de férias das estrelas de Hollywood e milionários do Wall Street, pra passar dois dias de folga com o meu namorado que é um desse “milionários do Wall Street” eu estaria mentindo. Agora Henry, que por sinal é o meu namorado e me chamou de amor pela primeira vez no meio da viagem, está estacionando o carro em um desses hotéis caríssimos de Hamptons.

Em relação a ele me chamar de amor, entendi como um ato falho, mas a questão é se ele realmente me vê como “amor” ou só falou por está tentando controlar o riso. Mas mesmo eu tendo consciência de ter sido um ato inconsciente meu coração bobo mais uma vez se encheu de esperança.

- Meu bem... – Olhei pra Henry, lindo com uma camiseta branca e uma bermuda bege. – Você está muito pensativa...

- Só estou absorvendo tanta informação! Vamos?

- Vamos!

Ele saiu animado do carro e eu também, pelo que eu entendi ele vem pra aqui porque é longe e ele pode dirigir o carro obsceno dele sem reservas. E pelo que eu percebi, Henry adora velocidade, enquanto tive coragem de olhar vi que ele chegou a 120km/h, mas sei que ele foi além disso, ele simplesmente se concentra na estrada e no carro e vai.

Depois do check-in fomos para o nosso quarto no primeiro andar, Henry já havia vindo a esse hotel outras vezes então escolheu o tipo quarto e assim que recebemos a chave me levou até ele. Entrei e encontrei um quarto simples, porém sofisticado e sem muitos móveis, além da cama e as duas mesas de cabeceira, havia apenas uma cômoda e uma poltrona. Mas tudo parecia muito caro.

- Não é um quarto tão grande, mas eu gosto daqui, tem uma varanda e de lá podemos vê o mar... – Fui até a varanda e encontrei mais duas poltronas e uma mesa de apoio.

- É bem minimalista... – Henry me abraçou por trás e beijou meu pescoço.

- Isso é um “não gostei”?

- Não, amor... – Ele me chamar de amor foi um ato falho, eu chamá-lo não é. – Isso é um “gostei que não é extravagante”. - Ganhei um beijo animado.

- Fico feliz em ouvi isso... Esse é um dos meus lugares de fuga prediletos...

- Posso saber quais são os outros? – Ele riu.

- Vai me caçar se eu fugir?

- Com toda certeza! – O beijei.

- O apartamento do Jon e a casa do senhor Hayes... Aqui eu venho quando eu quero ficar sozinho, o apartamento do Jon é quando eu preciso de um amigo e a casa do senhor Hayes quando eu preciso de um pai ou avô...

- E seu pai? – Ele respirou fundo.

- A gente pode conversar depois do almoço? É um pouco indigesto pra mim falar dele, principalmente com você...

- Não precisa falar se...

- Preciso, meu bem... Mas antes vamos almoçar.

Durante o almoço confirmei que Henry não gosta de praia, e ele disse que nunca tinha dormido com ninguém nesse hotel e que nunca passa mais de uma noite, é só o tempo de respirar um outro ar fora de NY e longe dos Empresas Fisher. Me senti, mais uma vez, importante na vida dele, mesmo que tudo isso termine em algum momento eu não fui qualquer uma.

- Como você é o presidente de um Laboratório Farmacêutico se não fez faculdade de farmácia ou medicina? – Ele sorriu confiante.

- Meu bem, presidente não precisa fazer remédio, precisa gerir... Eu sou um bom gestor... Quer dizer, um gestor bom pra caralho! – Eu ri da falta de humildade. – Além do quê, eu herdei o cargo de meu pai, que é o acionista majoritário.

- Meritocracia em primeiro lugar! – Falei sendo irônica e ele riu.

- É claro! Sempre a meritocracia fala mais alto... Até a página dois. – Eu sorri concordando. – A gente não pode ser ingênuo de pensar que o mérito basta, mas a gente não pode desmerecer todo mundo que chegou no topo com um empurrãozinho.

- Você gosta do que faz, amor?

- Sim, mesmo não tendo escolha em relação a presidência, eu escolhi cursar administração e não me arrependo, sou completamente independente financeiramente desde os meus vinte e cinco anos, tenho tudo o que eu quero, tenho o salário dos sonhos e não tenho chefe!

Ele riu ao falar do chefe, mas eu estava muito concentrada no resto da fala pra rir.

- O dinheiro é o primordial na sua vida... – Era pra ser um pergunta.

- É assim que eu fui ensinado a ser.

- Você não pretende ter filhos e uma família? – Ele me olhou sério, ele não podia dá essa resposta só pra me agradar. – Responde a verdade... Eu quero conhecer a sua essência.

- Família é algo que precisa de amor, eu nunca me senti amado pela minha, então eu não tenho como dá isso a outras pessoas... – Ele respirou fundo. – Não fica irritada com o que eu vou dizer... – Concordei, sabendo que eu não gostaria do que viria a seguir. – Eu nunca amei mulher nenhuma, nem na adolescência com o clichê do primeiro amor, pra mim sempre foi tudo muito físico. Eu via uma mulher e meu corpo respondia, a gente transava e fim... Até conhecer Mariah. – Respirei fundo ao ouvi isso. – Na primeira vez que a vi me senti atraído por ela mas vi que a atração dela era com o Jonathan, a gente nunca brigou por mulher e não seria por ela, eu me afastei pra não correr o risco de fazer besteira. Mas as vezes as coisas saem do controle da gente e como os dois são cabeças dura eu tentei ajudar e quase fodi com tudo. Eu não só me sentia atraído por ela mas gostava de sua companhia e percebi que não era só atração, mas não tinha o que fazer, antes do meu amor por ela veio o meu amor por Jon, ele é meu irmão... – Amor... – Eu olhava pra ela e sonhava com a minha família, mas nunca nem tentei me aproximar dela com segundas intenções, ela é terreno proibido pra mim. E aí veio você, eu realmente consigo vê um futuro entre nós dois, acho que é cedo pra falar de filhos e família, mas eu gosto do que estamos construindo.

- O que estamos construindo, Henry?

- Prefiro você me chamando de amor... – Ele falou com um sorriso tímido.

- E o que estamos construindo, meu amor? – Fui levemente irônica.

- Sem ironia, Meg... – Eu sorri afrontosa.

- Prefiro você me chamando de amor...

- Meu bem... – Ele segurou a minha mão. – Você sabe que a minha intenção não é te machucar ou te enganar... – Eu sabia bem disso, mas meu coração iludido ignorava todos os avisos. – Eu não achei certo te chamar de uma forma que... Não sei... – Ele estava hesitante, revezando o olhar entre a minha mão que ele segurava e os meus olhos. - Chamar alguém de “amor” significará muita coisa pra mim... Eu não quero te chamar assim enquanto eu... Quer dizer, se eu...

- Deixa eu te ajudar... – O interrompi largando a mão dele. – Você não quer me chamar de amor enquanto ama Mariah. – Me levantei.

- Pra onde você vai? – Ele perguntou se levantando.

- Dá uma volta... Eu preciso de espaço pra absorver tudo o que você me falou.

A namorada perfeita (Livro 02 - CEO Herdeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora