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↬𝐆𝐈𝐋𝐁𝐄𝐑𝐓 | ♚
Eu tenho um plano. Um plano moralmente inquestionável, idealmente compatível e sem margem de erro... bom, eu espero pelo menos, porque esse é o plano.

Não há nada que possa dar errado... pelo o contrário, há bastante coisa que pode dar errado, entretanto se eu pensar muito sobre, é aí que vai dar errado, então simplesmente tomei coragem e me joguei desse precipício... o que pensando bem não deve significar algo muito bom, porque eu tenho medo de altura, mas a ideia continua a mesma.

Já é segunda-feira e o tempo está passando mais rápido do que deveria. Além de estar em uma fase de leitura da constituição com o meu conselheiro constitucional (o que é uma das coisas mais chatas que eu já fiz na minha vida), cada pequeno intervalo de incontáveis horas lendo e marcando leis, artigos e toda a parte entediante que será mudada aos poucos, eu utilizo para ligar escondido para todo o resto da minha querida família.

Rapidamente explicando: a famosa sexta-feira? Aquela onde todo mundo ia fazer todas as coisas do mundo? Exato, eu vou refazer essa sexta-feira, só que em um sábado, mais especificamente no aniversário da Anne. Sim, eu vou colocar Mary e Bash para se casarem, Moody e Ruby também para se casarem, batizar Déli e coloquei na lista: pedir Anne em casamento e se tudo der certo, me casar com ela.

Se eu perdi o meu medo de pedir ela em casamento? Nem um pouco, eu estou apavorado, no auge do desespero, mas eu preciso disso. Eu preciso ter a certeza de que quando eu botar o pé de novo na Alemanha, não a Imperatriz Anne, mas a minha melhor amiga, a minha parceira, a minha pequena Anne, a minha esposa vai estar esperando ansiosa tanto quanto eu para vivermos o resto da nossa vida juntos.

Casamento. "União que, efetuada de modo voluntário e entre duas pessoas, é sancionada de acordo com a lei, dando origem a uma família". Nem o dicionário foi capaz de colocar em palavras o quão especial é o significado dele.

Essa palavra ainda me assusta, mas vai ser diferente, eu sei que vai. Vai, porque dessa vez são motivos totalmente nossos. Da Anne e do Gilbert. Não da Imperatriz e do Rei. Nosso.

Já vi muitas pessoas dizendo que é o mais próximo de instabilidade que eles chegaram na relação, que é uma prisão, que é tudo menos bom, mas para mim, esse casamento vai ser o exato significado de estabilidade. De garantia para o futuro, mas que significa mais do que o meu passado e presente juntos.

Me peguei ponderando se não era apenas medo da solidão. Se não era um ato estupido e precipitado. Mas não. Não é, porque no começo eu posso até ter me sentido sozinho, com medo e preso na solidão desse castelo, tanto que fiquei meio surtado com as ligações, mas ela me freou.

Foi honesta, foi franca, mas ao mesmo tempo se preocupou e mesmo com todos os motivos do mundo para ocasionar outra briga, apenas pediu para eu não esquecer das crianças. Apenas das crianças.

Eu estava tão preocupado com medo de ser esquecido, que quem estava se esquecendo era eu. E com o mundo indeciso entra cair a sua volta, ou cair aos seus pés, Anne deu um passo atrás não para proteger as crianças, mas para me deixar entrar e ver elas, enxergar elas.

Honestamente poderia ter brigado comigo e pedido para eu me afastar, mas deixou claro: não importa o que esteja acontecendo entre eu e ela ou eu e qualquer outra pessoa da família, Rilla e Walter, de agora para sempre, também contam comigo e precisam de mim. O quão importante é essa afirmação para uma pessoa que não se acha suficiente?

Eu já tinha essa certeza. Os dois me cativaram assim como eu os cativei, e eu já sabia que a gente se torna eternamente responsável por aquilo que cativamos, Anne apenas me lembrou disso. Me reafirmou que eu agora também era responsável por eles, e assim nem percebeu que havia me cativado por completo, assim como eu a cativei. Rilla e Walter eram a fixação daquele laço que criamos. Agora é eterno, só falta selarmos.

Road Trip II - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora