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↬𝐀𝐍𝐍𝐄 | ♛
Não posso falar que o primeiro e a metade do segundo dia sem o Gilbert foi exatamente monótono, não quando ele ligava a cada trinta minutos para falar com a gente e as crianças saiam pulando na frente para competir quem iria falar com ele primeiro, o que foi extremamente... violento e animado (se é eu que eu posso falar animado), mas definitivamente interessante.

Além de tudo isso, também teve o seu fator preocupante. As vezes me peguei indecisa entre ficar horas e mais horas no celular com ele, e entre o mandar desligar para ir fazer as coisas que sei que ele precisa fazer e não está fazendo.

Não que eu não esperasse que ele fizesse exatamente isso, mas era no mínimo compreensível quando nem Bash e Mary foram com ele, o deixando basicamente sozinho, mas depois de pelo menos vinte ligações, ambos estão considerando veementemente ir para a Alemanha, mesmo com Gilbert pedindo para eles ficarem.

Com Blythe indo resolver as coisas dele, pareceu que todo mundo ficou inspirado em resolver as suas também. Moody está vendo a parte burocrática da marca, enquanto Diana e Ruby estão planejando como as coisas vão acontecer e os desenhos das roupas junto com Cole.

Eu mesma não tinha muita participação nessa parte além de dar o dinheiro, mas as duas fizeram questão de me apresentarem tudo o que tinham feito até agora em uma "importante reunião com a sócia mor".

- E isso é o que chamamos de... Diana, os tambores.

A loira sussurra me fazendo segurar a risada na escura sala de reunião que escondia o meu tédio e a minha contraditória animação enquanto elas apresentavam na parede todas as suas ideias, me chamando atenção só no final quando finalmente iam revelar o protótipo das roupas, e com Diana batendo na mesa contrariada, Ruby aperta o botão que me deu a visão para todas as fotos dos desenhos e das quase roupas.

- Coleção Girassol. - elas falam encantadas em uníssono. -

Eu tinha plena certeza que isso tinha dedo do Cole (além dos desenhos), e eu pude sentir os meus olhos brilhando como se eu estivesse vendo mágica bem na minha frente. Eram moletons, calças, jardineiras, shorts, blusas, vestidos e até mesmos coturnos, mochilas e tênis com girassóis. Alguns delicados, outros maiores, mas todos lindos. Era de fato um tipo de mágica.

- Vamos, fale alguma coisa! - Ruby pede preocupada sem alguma coisa vinda de mim, mas eu não poderia, ou melhor, conseguia expressar o quão encantada eu estava. - Diana, a luz.

Foi apenas com a forte luz que ela acendeu e fez os meus olhos involuntariamente se fecharem, que eu consegui tomar fôlego e abrir os meus olhos para as encontrar já se sentando à mesa comigo.

- Eu não tenho palavras. - admito piscando ainda me acostumando com a luz fazendo os meus olhos arderem, e sorrio as vendo sorrir animadas. - Vocês fizeram um... ótimo trabalho.

- A gente só deu as ideias, a idealização foi Cole que fez, com uma ajudinha nossa para costurar os protótipos. Queríamos fazer sozinhas e te mostrar antes de fazer vários.

- E vocês vão fazer vários. - garanto acenando em concordância com a cabeça, apenas para garantir que elas entenderam que eu amei. - Se quiserem já podem até ir procurando os funcionários, as lojas já estão sendo pensadas do jeitinho que vocês mostraram que queriam.

- Sobre as lojas... - Diana começa destacando "as". - você tem certeza que quer abrir uma em Berlim logo? Quer dizer, estamos só começando e isso é incrível, mas não é muito precipitado?

A loja em Berlim. Eu preciso dela, bom, quer dizer, Gilbert, Rilla e Walter precisam dela. Em algum momento póstumo eu sei que a França não vai poder mais abrigar a gente, preciso de uma fonte de capital para as crianças e para o Gilbert lá na Alemanha, porque se eles forem se estabelecer em algum lugar do mundo, esse lugar vai ser a terra dele.

Road Trip II - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora