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Capítulo 4

A verdade era que eu tinha uma vaga noção de quem ou o quê poderíamos tropeçar no caminho ou qual direção a tomar seria menos dolorosa até chegarmos na Corte Noturna e posteriormente ao encantador de sombras.

Eu recordava da maioria dos seus sussurros direcionados a mim na noite em que nos encontramos (nas piores condições possíveis) e ora entre lágrimas ora beijos me foi narrado diversas revelações, inclusive um breve mapa de como chegar até ele como se depois daquela noite fôssemos nos encontrar de novo.

Não íamos.

Era no que eu acreditava, seria apenas uma noite com um illyriano que me instigava antes mesmo de me tocar, com as próprias sombras que pareciam deslizar para fora de seu corpo e fluir até mim, mas só, nada importaria no dia seguinte e a questão agora era que uma parte minha se sentia grata pelas informações sussurradas por alguém em um estado questionável e a outra se amedrontava a cada passo mais próximo de chegar ao nosso destino final.

Mas primeiro, o desafio era cruzar pelas outras cortes até lá. Logo, eu me concentrei nos sopros que narravam sobre as mesmas, de laços tênues e de boas e más intenções, abençoados com beleza e riquezas e poder enquanto invadimos a floresta, os três.

E nas primeiras horas ninguém descansou, andamos a passos rápidos até a panturrilha queimar e depois disso, marchei com Eliel no meu colo ao não poder mais nos acompanhar horas atrás.

Mesmo um dia na frente, podia ser vantajoso e era melhor aproveitarmos enquanto era dia para percorrer a floresta.

— Qual seu nome? — Ouvi Eliel murmurar no silêncio da caminhada e percebi que nem havia me importado em perguntar.

— Elohan, garoto.

E esse foi o único diálogo que ocorreu, horas mais tarde e só havia espaço para controlar a respiração e apurar os sentidos, o medo como uma quarta companhia constante.

Éramos capazes de ouvir os ruídos e estalos do ambiente muito mais intensificados à noite. Cobertos por árvores, nos sentamos em um círculo fechado e não ousamos acender qualquer luz. Criaturas noturnas podiam estar nesse exato momento à caça da sua próxima refeição.

Puxei Eliel para o meu colo e alisei seus cachos até o sono o reivindicar. Não conseguia fazer com que minhas mãos parassem de tremer e enquanto temia pelo próximo minuto seguinte, ergui meu olhar para a única estrela visível no céu e então, desejei pela vida de meu filho.

Antes do primeiro raio de sol penetrar entre os galhos das árvores, já despertei de meu rápido cochilo

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Antes do primeiro raio de sol penetrar entre os galhos das árvores, já despertei de meu rápido cochilo. Do outro lado, os olhos claros de Elohah piscavam avaliativos, o homem já desperto como eu.

— Nossa próxima parada será daqui horas seguindo por essa mesma trilha. Pode se aliviar, iremos comer e então logo partir. — Informei baixo com Eliel ainda adormecido no meu colo.

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