Capítulo 12
— Mamãe... mamãe? — ouvi o som do chamado familiar que sempre me faria despertar, até mesmo quando todas as forças me puxassem para a inconsciência e o cansaço.
— Estou te ouvindo — afirmei e tateei na cama até encontrar sua mão pequena e quente.
Que horas eram?
Eliel engatinhou na cama e senti quando o peso de seu corpo caiu por cima do meu, com um riso frouxo.
Descobri ainda, que minha mão estava em um estado muito melhor do que na noite anterior, quase não doía e Azriel ganhava todo o crédito por isso.
— Essa felicidade toda é devido a uma boa noite de sono? — sorri, os olhos ainda pesados.
A risadinha afável de Eli ecoou pelo quarto, um verdadeiro hino de alegria.
— Papai e eu brincamos até tarde ontem e ele me prometeu que vamos nos encontrar hoje de novo! — comemorou.
Apertei a pontinha do seu nariz, sorrindo sonolenta.
— Mamãe não disse que seu medo dele não gostar de você era bobo?
Outra risadinha.
— O papai disse que vamos pintar na loja da mãe do Rhisy. Rhisy me contou que é ela quem manda aqui, e que ele e o seu pai precisam andar na linha e serem obedientes.
Balancei minha cabeça com certo grau de divertimento a mostra.
A grã-senhora era um mulherão, dotada de altruísmo, bondade, justiça e era muito querida pela cidade. E o grão-senhor era quem mais respirava e reverenciava com amor, respeito, igualdade, e muito mais, a grã-senhora.
— Exatamente, mães e mulheres devem ser respeitadas e não aborrecidas, filho.
Ele concordou com veemência.
Era um ensinamento que eu jamais deixaria de frisar para ele levar consigo para a vida.
Por fim, nós dois levantamos e fomos nos preparar para passar o dia.
Abri a porta do guarda-roupa do quarto e visualizei o conteúdo de dentro com maior atenção.
A quem pertencia as minhas peças de roupas?
De Eliel provavelmente foram pegas de Rhisy, e eu precisava urgentemente trabalhar para comprar mais roupas, por mais que a gratidão fosse gritante por àquelas que nos foram oferecidas.
Havia calças, blusas, casacos e botas, de uma variedade de cores para combinar. Puxei dois pares de calça escuras e uma camisa branca para mim e azul forte para Eliel, já que o dia estava agradável o suficiente para usar manga curta.
Fizemos nossas necessidades fisiológicas e o ajudei com um rápido banho para nos vestirmos por último.
Penteei seus cachinhos negros e passei o pente pelos meus fios tão negros quanto, quase da cor de petróleo líquido.
— Vou pintar um desenho para você, o papai e Rhisy. — Avisou ao passo que descemos a escadaria da residência.
Sorri com a imagem dos seus desenhos em mente, de traços infantis e sinceros.
— Jamais pare de pintar, está bem?
— Hurum, vou pintar para sempre para você. — Até depois que eu não estiver mais aqui para aplaudir e elogiar, desejei.
Nós pulamos juntos os três últimos degraus de mão dadas, e Eliel puxou meu braço para chamar minha atenção antes de nos juntarmos aos outros para tomar café.
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|Corte de Sombras, Pesadelos e Esperança|
Fanfiction~Corte de Sombras, Pesadelos e Esperança 🌠✨ "A noite mais maravilhosa da existência humana de Gillian aconteceu ao lado do mestre-espião da Corte Noturna. Para ela, nunca mais haveria a chance de outro reencontro, porém os meses se passaram e ela s...