Capítulo 17 - Pensamentos

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Capítulo 17

      Narrado por Harry Potter

O dia começou agitado, acordei atrasado para a aula com a grifinória e isso me deixou irritado demais para prestar atenção nas coisas.

Eu estava sentado ao lado de Pansy na terceira fileira ao lado esquerdo da aula de poções, sem prestar atenção nas palavras de Snape.

Um grande erro, é claro.

Ficar pensando na merda do beijo vem me aterrorizando todos os dias e quase todas as horas desde a festa, faziam duas semanas!

– Pensando nele de novo? — Pansy sussurrou no meu ouvido me fazendo piscar e sair dos pensamentos

Como aquela garota pode me conhecer tão bem?

– Sr. Potter — chamou Snape, me fazendo revirar os olhos antes de olhar para o mesmo —, qual o principal ingrediente da Veritaserum?

– Penas de dedo-duro, professor. — respondi firme, passar alguns dias com Hermione tinha me ajudado muito.

– Correto. — afirmou em seu tom idiota com o olhar tenebroso — Dez pontos para a Sonserina.

Sorri de lado e voltei aos meus pensamentos, ignorando tudo ao meu redor.

Como que Draco estava com tudo aquilo? Deve ser horrível gostar de alguém que não gosta de você, mas ele é Draco Malfoy.

– Dispensados. — falou Snape nos liberando da aula, todos nos levantamos e quando eu estava saindo da sala, Ginny se aproximou de mim:

– Por que não fala com ele?

– Eu não quero. — dei de ombros.

– Mas deveria, você não pensa nos sentimentos alheios não? — disse e se afastou.

É claro que penso, eu estou pensando nisso o tempo todo.

Mas não quer dizer que eu deva transformar meus sentimentos em palavras e ir conversar com Draco, se ele quiser que venha falar comigo.

Eu tenho meu orgulho.

No final do dia corri para a comunal para finalmente poder esvaziar minha mente fazendo coisas do meu agrado como ouvir músicas, desenhar, escrever ou olhar o mapa do maroto.

Eu sentia falta de como tudo era antes da pedra. Minha vida parecia mais fácil de comandar, agora eu sentia que tudo poderia ir pelos ares a qualquer momento com um simples estalar de dedos.

Sem contar no segredo de Hermione que acabava influenciando todos os outros três do grupo.

E Draco nem faz ideia do que está acontecendo com a amiga.

Se descobrisse iria ficar sobrecarregado demais. Lidar com sentimentos próprios e alheios é coisa demais.

Depois de minutos de reflexão decidi abrir o mapa do maroto, quando bati os olhos no nome Draco Malfoy andando de um lado para o outro no dormitório da Corvinal senti um aperto no coração enorme, o que estaria passando na cabeça dele?

Um ódio subiu por todo o meu corpo, eu não paro de pensar naquele loiro de olhos azuis cinzentos.

Fechei o mapa e fui dormir, assim posso esquecer ele.

Harry Potter, você precisa parar de pensar nele, não vai se apaixonar por um beijo.

Se bem que não é só o beijo... os olhos, o jeito que ele faz as coisas, os fios loiros bem penteados.

Não! Chega, dorme Harry, dorme. — falava para mim mesmo tentando afastar os meus pensamentos.

•••

Estávamos no jantar, nada pior que o jantar.

Corvinal estava na mesa ao lado da Sonserina e Draco de frente para mim, não conseguia tirar os olhos do loiro.

Algo nele estava me prendendo, de novo.

– O garoto vai cair daqui a pouco de tanto que você olha para ele. — Pansy me provocou. — Deveria conversar, você sabe, conversa é bom as vezes. Não sei se você sabe como funciona, é tipo: você fala com uma pessoa e ela respon-

– Eu não vou puxar assunto com ele sobre isso, Pansy. — cortei a fala dela no meio, revirando os olhos.

– Então eu vou. — se levantou e foi até a mesa da Corvinal e sussurrou algo no ouvido de Draco que olhou para mim com os olhos brilhando com um fundo de esperança.

Eu não iria falar com ele, não sei como fazer isso.

– Pansy, eu não vou falar com ele! — falei assim que ela se sentou de volta. — Eu não sei como fazer isso.

– Deixa de ser idiota, garoto. É só falar o que der na telha, pronto. Não vai te matar não.

Depende. Se eu falar Avada Kedavra com a verdadeira intenção de me matar, eu posso morrer.

Fiquei em silêncio apenas terminando meu prato de comida e esperando meus amigos terminarem também para seguirmos para a comunal.

Blaise, Nott, Pansy e eu sempre ficamos reunidos em um canto da comunal jogando conversa fora e falando sobre as novidades de Hogwarts, mas ultimamente o assunto tem sido: Harry Potter e o beijo de Draco Malfoy.

É uma ótima manchete, mas irritante.

– Eu queria ver esse casal, seria lindo. — Blaise disse e todos concordaram.

Eu e Draco, não, horrível.

– Harry, você sente algo por ele, mesmo que não saiba. — Pansy disse rindo. — Se não sentisse, teria devolvido o beijo?

– Talvez tenha começado a sentir depois dele. — disse Blaise.

Sim, talvez, mas só talvez, eu tenha começado a sentir algo por Malfoy.

E não, não iria falar com ele sobre isso.

– A conversa de vocês está marcada para amanhã depois da aula com a sonserina. — disse Pansy me fazendo rir.

– Você acha mesmo que ele vai abrir a boca para falar com Malfoy? — Nott respondeu debochado. — Sua ilusão é tão grande que chega a doer.

Nott não estava errado, mas nas últimas horas eu cogitei falar com Draco, talvez assim os meus pensamentos me deixem em paz.

Falar a verdade para ele e dizer que não quero nada pode ser melhor para os dois.

Mas como iria fazer isto? Falar: Oi Draco, tudo bom? Então eu estou pensando naquele beijo fazem duas semanas mas não quero falar com você sobre isso porquê vai machucar meu ego, então estou tentando ignorar meus pensamentos nas últimas trezentas e sessenta e seis horas. é patético.

– Boa noite para vocês, estou indo para o dormitório pensar no meu "namorado". — falei brincando e fazendo aspas com as mãos.

Não menti, os pensamentos com Draco não saem da minha cabeça.

Penso nos olhos azuis e nos fios de cabelo loiros o tempo todo, até quando não deveria.

Mas não vou deixar isso me consumir, amor machuca.

Machuca mais que uma navalha extremamente afiada perfurando sua pele de forma funda.

Eu tenho medo do amor.

Não sei o que as pessoas vêem nele que tanto fascina.

Na mesma intensidade que pode ser lindo, pode ser perigoso.

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