Capítulo 41 - Tormenta

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Capítulo 41

Narrado por Draco Malfoy

Semanas se passaram desde que Harry nos disse sobre os sonhos.

Eu fiquei aterrorizado, afinal, eu não estava em nenhum deles. Apenas fui citado por Harry estar longe de mim.

E se aquilo indicava algo que poderia acontecer, então quer dizer que ele... se afastaria de mim.

Isso me dava medo. Pensar que tudo o quê construímos podia ser levado por água abaixo por uma guerra.

E pior: o motivo era desconhecido.

Não sabemos o motivo. Não sabemos o que nos levou ao afastamento.

– Draco? — fui retirado dos meus pensamentos quando Hermione estalou os dedos na minha frente.

Eu simplismente me perdi nos meus pensamentos, novamente, durante o jantar.

– Desculpa. Eu só... eu só estava pensando. — suspirei cansado.

Mais uma vez eu estava todo destruído mentalmente.

E dessa vez nem era culpa do meu pai. Na realidade não era culpa de ninguém, apenas da minha mente.

A minha mente me colocava naquele loop de pensamentos.

A minha mente é a minha pior inimiga.

– Eu sei que está pensando naquilo de novo. — Hermione tocou meu ombro. — Mas vai ficar tudo bem, nem tem como saber se realmente os sonhos vão acontecer.

– Não, Hermione! Não vai ficar tudo bem! — eu olhei para ela, batendo com a mão na mesa. — Já não está tudo bem desde... desde antes do baile. E os sonhos, qualquer um que saiba sobre isso sabe que vai acontecer! Eu não estou em nenhum deles a não ser como alguém que não está mais lá. Eu só tenho medo de...

Desviei o olhar de Hermione, voltando a atenção ao prato de comida que nem tinha sido movido.

Não conseguia pensar direito sobre coisas externas, que estavam fora da minha mente.

E por conta disso minhas notas certamente cairiam, mas eu não ligava, já sabia que em breve nada disso seria necessário.

– Senhor Malfoy? — ouvi uma voz atrás de mim e me virei, vendo Snape em pé. — Eu preciso... de uma palavrinha.

Assenti com a cabeça, ignorando o olhar de Hermione para mim, e me levantei seguindo o professor até a sala de poções, que no momento estava vazia por não ser horário de aula.

– É sobre... o assunto que Dumbledore quer nos esconder? — perguntei assim que Snape fechou a porta.

– Sim. Tive mais informações, a coisa é um monstro enorme, pelo o que Dumbledore me informou ele foi libertado pela pedra que vocês acharam, de onde vieram seus poderes com os elementos. — Snape explicou. — Infelizmente não tenho como saber se podemos impedir ele de chegar à Hogwarts.

Era simples: não iríamos impedir ele de chegar à Hogwarts.

Os sonhos de Harry já diziam tudo, a guerra era fato.

Irreversível.

– Era isso, professor? — Snape assentiu e eu sai da sala dando um pequeno aceno para ele.

Depois de falar com Snape fui até a Comunal da Corvinal, peguei um livro que tinha guardado no meu dormitório e saí novamente, indo até uma das pontes que ligava as torres do castelo.

Me sentei no chão e abri o livro que estava na minha bolsa.

A história era um romance com tragédias diversas. Eu estava no final dele, então como pretendia ficar tempo o suficiente sem fazer nada o resto do dia iria termina-lo.

O romance era entre uma sereia — totalmente atípico dos sereianos que conheço em Hogwarts. — e um garoto comum, sem magia, por ser um livro trouxa. Eles se conheceram em uma universidade e se apaixonaram um pelo outro.

Ao anoitecer percebi que ia ficando, aos poucos, sozinho na ponte. Mal me movi desde que me sentei e abri o livro.

Mas algo que chamou a atenção...

Algo distante, ao fundo do lago negro.

Era grande, mas os outros alunos pareceram não perceber nada.

Senti um arrepio subir pelo meu corpo e meu sangue correr pelas minhas veias.

Logo, ouvi Prof. McGonagall mandar todos os alunos saírem das pontes, franzi o cenho brevemente, mas fechei o livro e me levantei.

Quando estava no final da ponte, olhei por impulso para o lago negro.

A água estava escurecida e agitada, mais que o normal, como se algo estivesse controlando ela.

Olhei em volta para ver se tinha alguém por perto, já que obviamente teria que dar um jeito de conter a água descontrolada que parecia cada segundo mais perigosa. Por sorte todos já tinham se recolhido com os avisos de McGonagall.

Inspirei forte fechando meus olhos e estendendo minhas mãos para frente, mas não muito para que caso alguém passasse alí e me visse eu pudesse dar uma desculpa.

Aos poucos, conforme controlava minha respiração e me concentrava em me conectar com a água, sentia minha visão azulada, mesmo que de olhos fechados.

Abri meus olhos. A água tinha recuado levemente, então continuei como estava.

Meus dedos e braços formigavam. E eu pude ver que a água abaixou, voltando a sua maré normal.

Como eu tinha feito aquilo sozinho, sem Amphitrite? Não faço a mínima ideia.

Apenas no momento que eu precisava, controlei a água.

Ainda não tinha feito isso com uma quantidade tão extraordinária, o que me fez ficar impressionado.

Arrumei minha mochila no ombro e saí andando para a Sonserina, ver Harry.

Nesses últimos dias quase não mantivemos contato, apesar de não ter briga nem nada demais.

Harry também deveria estar atordoado com tudo o que estava acontecendo, sem contar que Hermione constantemente fazia perguntas sobre os sonhos.

Entrei no dormitório e o encontrei deitado na cama, embaixo das cobertas lendo um livro.

– Como você está? — perguntei ao meu namorado enquanto me deitava ao seu lado na cama.

– Péssimo. Mas ninguém aqui está bem de verdade. — Harry suspirou.

– Sinto falta de como era antes... — eu murmurei. — Sabe? Sem isso de elementos e ter que aprender a dominar e ser suficiente.

– Mas... antes dos elementos você não me tinha. — Harry apontou.

– Verdade, mas o destino iria nos unir de qualquer jeito, para sermos para sempre. — o abracei e ele sorriu com os beijos que deixei em sua bochecha.

Porque éramos àquilo.

Para sempre.

E de qualquer jeito estávamos destinados a ficar juntos, o universo já tinha isso escrito.

E nada, nem ninguém, diminuiria nosso amor um pelo outro.

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Notas da autora ★

Estão sentindo o cheirinho de caos vindo? Se preparem!

Chapie mais curtindo hoje pq a autora está meio sem tempo ultimamente, mas é isso.

Beijos, amo vcs :)

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