Capítulo 8

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Mas quando estava prestes à sair, fui interrompida pela voz de mesmo ainda dentro do quarto.

— Não posso te contar... — Ele diz. — Pelo menos, não aqui...

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Ao ouvir essas palavras, paro de andar e fico de pé ainda de costas para ele.

— Onde então? — Pergunto impaciente.

— Eu não posso sair muito de casa... Mas podemos dar um volta, para falar sobre isso. — Responde.

— Você quem sabe. — Digo finalmente o olhando nos olhos.

— Vem comigo. — Ele pede se levantando e passando pela porta onde eu estava parada logo descendo as escadas indo ao encontro de uma mulher. Deduzi ser sua mãe.

— Ayla, eu vou dar uma volta. — Ele diz parado em frente à ela.

— Pode ir meu querido, só não volte tarde. — Ela responde. Algo nessa mulher me dá nojo, talvez a sua forma cínica de falar?
Ayla se parece muito com a Hannah, e também a Lilly.

— Tá tá. — Jake responde frio logo saindo de casa comigo ao seu lado.

— Ela é... sua mãe? — Resolvo perguntar para o mesmo que andava ao meu lado olhando para frente.

— Minha mãe está morta. — Ele responde no mesmo tom frio de sempre. Essas palavras me atingem como uma facada. Porque sei bem da dor que ele sente.

— Eu... sinto muito. — Sussurro.

— Não, não sente. — Responde ainda olhando para frente. — As pessoas nuncam sentem muito.

Ele tem razão. — Penso.

— Mas você, você é diferente. — Ele me olha. — Eu percebi isso. Naquela época.

— Aquela... época. — Eu sabia bem o que tinha acontecido a alguns anos atrás, quando falei com ele pela primeira vez.
Foi lá que eu percebi, que havia algo errado.

— Você... quer saber sobre os machucados certo?

— É... — Respondo preocupada.
Jake pega em minha mão e me guia para um lugar vazio.
Uma espécie de compo, ou um parque.
Haviam poucas árvores locais e uma vista maravilhosa para a floresta.

Ele se senta em um banco na sua posição de sempre; pernas cruzadas.
E eu me sento ao seu lado, enquanto me perdia em seus lumes negros.

Eu os reconheceria dentre milhares.

— (S/N), o que eu vou te contar agora... eu nunca contei para ninguém — Falou sério –Então tudo o que for dito aqui, morre aqui. Entende?

— Claro. — Respondo compreensiva.

— Na verdade, só estou te contando isso... porque nós vamos trabalhar juntos daqui pra frente no caso da Hannah, e também... porque confio em você.
—  Primeiramente, quero que você saiba, que eu sou procurado pelo governo.

— O-o quê? — Pergunto surpresa. — Espera... isso não justifica seus ematomas.. e quem era aquela "Ayla"?

— Calma, uma coisa de cada vez. — Ele respira fundo.

— Ayla é a esposa do meu pai... mas minha mãe se chamava Marie, ela era amante do meu pai. Eles ficaram algumas vezes e depois o meu pai "meteu o pé" quando descobriu que minha mãe estava grávida.

— Daí eu nasci, fruto de uma traição, minha mãe faleceu quando eu tinha sete anos... câncer. — Não havia o mínimo de sentimentos em suas palavras. — Meu pai conseguiu a minha guarda, e foi aí que minha vida virou um inferno.

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