nós estamos namorando

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Taeyong não para de cochilar. Estive assistindo as notícias, ele ficou deitado, e acabou fechando os olhos com o carinho que faço no seu couro cabeludo. Há alguns minutos arrastou-se pelo colchão e pôs a cabeça no meu colo, fingindo que estava interessado na televisão, mas as pálpebras encostaram poucos segundos depois. Agora está aqui, acordando toda hora, porém caindo no sono outra vez.

— Vem cá, vida — eu lhe dou alguns tapinhas no rosto para acordá-lo de vez, ele abre os olhos e fica me olhando com cara de sono. — Vem...

Me levanto e puxo-o comigo até o banheiro. Com uma toalha úmida, limpo seus lábios de chocolate e faço-o lavar as mãos com restos de salgadinhos. Ele parece um crianção e eu sou a mãe cuidando. Seria cômico se não fosse um pouco trágico, porque ele literalmente está bêbado de sono e aparenta estar meio tonto ou dopado, porque não sabe para onde ir e não para de me perguntar onde está. Vou lembrar de nunca mais dar doce a Taeyong perto do horário de dormir.

— Venha dormir — eu tento guia-lo para fora do banheiro, mas ele insiste em ficar resmungando que quer fazer xixi.

Ele nem me espera sair do banheiro, só aproxima-se da privada, descobre a torneirinha e manda bala. Eu fico apenas observando seu rosto, porque eu não tenho nada o que fazer e ainda preciso ficar de olho nele para não se bater na parede ou na porta quando for sair.

— Estava guardando um rio aí dentro, é? — eu comento, visto que está demorando horrores para ele terminar esse xixi.

Apenas recebo um bocejo de resposta. Finalmente, acaba. Forço-o lavar as mãos e depois organizo a cama antes de mandá-lo deitar. E enquanto ele ajeita-se, ligo o ar-condicionado e deito-me ao seu lado. Não consigo dormir tão cedo, mas ocupo-me em acariciar seu rosto enquanto espero o sono chegar.

Durmo sem nem perceber e acordo, por incrível que pareça, abraçadinho com ele por conta do friozinho do ar. O quarto já está iluminado pelos raios solares e, grudado ao meu peito, Tae respira bem fundo. Ele solta um gemidinho manhoso quando me mexo e abraça-me um pouco mais forte por trás. Eu nunca pensei que acordaria de conchinha com Taeyong como se fosse algo normal, ainda mais porque eu sou a conchinha menor e prefiro ser o contrário. É muito estranho tê-lo bem próximo de mim assim, apertando-me contra seu corpo, e sua respiração quente no meu pescoço. Ele está acordadinho, já que começa a esfregar os dedos no meu peitoral como carinho.

— Bom dia... — sussurra baixinho, a voz meio rouca. — Eu dormi mais cedo do que gostaria.

— Vamos ficar aqui mais um pouco, eu estou morrendo de sono — viro-me de frente para ele e encosto minha testa em seu peito. Tae me abraça, eu acabo caindo no sono de novo.

A real é que sem precisar ir buscar Taeyong pra tomar café, eu joguei pra cima e não preciso acordar cedo. Eu nem faço questão de comer no horário que todo mundo come, então não me preocupo. Ainda mais porque estou exausto mentalmente por anteontem e ontem acordei bem cedo por questões de ansiedade. Meu sono acumulou e acumulou, então é de se esperar que eu só acorde horas depois do meu primeiro despertar.

Eu acordo sozinho na cama, tudo em silêncio, o sol rasgando as janelas e o ar-condicionado ainda ligado. Sinto falta do corpo de Taeyong ao redor de mim, então me levanto meio trôpego para tentar achá-lo. No meio do caminho, percebo quão cheia a minha bexiga está e vou ao banheiro. Abro a porta e encontro Tae aqui dentro, em frente ao espelho, mas sem roupa alguma. Como não ligo para isso e sei como ele fica envergonhado, explico que preciso fazer xixi urgente e me volto para o sanitário.

Ele fica bem paradinho, pelo que percebo no meu campo de visão. Não sei porque está completamente nu no meio do banheiro, porém tenho medo de perguntar e ele se sentir exposto. Após o meu xixi, volto-me para a pia e procuro minha escova para escovação dos dentes. Ele continua parado no mesmo lugar. Decido olhá-lo pelo reflexo do espelho, ver se ele está bem ou o que está acontecendo. De início, percebo seu olhar fixo para a banheira. Mas desço um pouco os olhos pelo seu corpo e então entendo que porra ele estava fazendo.

crises et chocolat༶✎༶tae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora