nós que sabemos a verdade

530 101 225
                                    

A campainha toca e eu me irrito. Ignoro. Viro-me para o outro lado da cama e abraço meu elefante de pelúcia com força. Em pouco tempo, a campainha toca de novo. Eu me irrito mais ainda. Estou morto de sono, cansado. E quando toca pela terceira vez, eu levanto com raiva. Meu celular está com a tela ligada devido a uma recente notificação. Tem tantas notificações que nem consigo focar os olhos em nenhuma, apenas vejo que são duas e meia da manhã. Quem é que toca a campainha dos outros às duas e meia da manhã? Porra.

Tropeço pelo apartamento, me desculpo aos vasos de plantas que sem querer tombei. Quando ligo um abajur, peço para a pessoa ter paciência e vou no meu tempo andando até a porta. Ao abrir, dou de cara com um Ten ainda maquiado e com roupa típica que ele vai ao trabalho. Porra, vai dar três da manhã, o que está acontecendo aqui?

— Bom dia, dorminhoco — ele entra sem nem ter sido convidado e já vai deixando a bolsa sobre a poltrona perto da porta e arrancando o sobretudo.

Eu apenas fico em silêncio, estou com sono. Me encosto na parede e observo. Vejo como arranca os tênis dos pés, depois enfia as duas mãos dentro dos fios de cabelo cabelo e empurra a franja para trás.

— O que tá fazendo aqui nesse horário? — pergunto, porque estou meio perdido com os últimos acontecimentos.

— Que hospitalidade! — ele sorri ao cruzar os braços. — Eu me acabei de te mandar mensagens. Você esqueceu do que me mandou?

— O quê?

— Me disse que a Minyoung tinha vindo aqui falar com você sobre Doyoung — ele conta, e só agora lembro que mandei mensagem para ele logo após de Minyoung ir embora. — Esqueceu, foi?

— Eu te contei o que aconteceu e depois fui dormir — eu explico.

— Tá, mas o que aconteceu? Estou morto de curiosidade com esse assunto, porque o Jaehyun não está querendo me dizer nada.

— Então você só veio por isso?

— Ué? Taeyong, você tá bem? — ele sorri meio hesitante antes de me puxar pelo braço.

Não passou nem 24hs e eu já perdi a aposta. Ten não veio por livre espontânea vontade, porque sentiu minha falta ou afins, ele só veio porque eu disse algo que o fez vir. Que banana. Que cacete.

— Senta aqui — ele vai me guiando para o sofá e se senta comigo. — Me conta tudo.

Bocejo antes de respirar fundo. Nem lembro direito o que aconteceu, eu acho que meu sonho envolvia guerra de hipopótamos.

— Ela veio procurando o Doyoung, mas ele não estava aqui. Então ficamos conversando, comemos um pouco... Eu quis consolar ela, já que Dodo literalmente sumiu da face da Terra e não a responde mais. Quis saber se tem chances de eles ficarem juntos e, honestamente, eu acho que sim. Mas eu acredito que ela não sabe do babado todo de Dodo com Jaehyun, e eu também não quis contar para não piorar a situação.

— Ora... O Doyoung está ignorando Jaehyun também! — a expressão confusa de Ten é a coisa mais linda do universo.

— Eu disse a ela que ele deve estar dando um tempo.

— A gente deveria fazer algo, não? Nós que sabemos da verdade, poderíamos simplesmente armar e...

— Ten... Ten... — eu me aproximo dele para pegar sua mão e ele deixa. — Eles tem que resolver isso, não você. Relaxe. Eu tentei dar apoio a Minyoung. Acredito que ele vai ficar com ela e só está um pouco perdido.

— Eu não sei — então aperta a minha mão de volta, levemente acariciando. — Eu tenho um sentimento de que ele irá ficar com Jaehyun.

— O Jaehyun? Eles nem tem nada grande. Só foi uma besteirinha.

crises et chocolat༶✎༶tae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora