nós queremos paz por hoje

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— Finalmente chegamos — Renjun resmunga ao sair do carro.

— Eu acho que vou ter que cancelar a festa — comento meio baixo.

— Você acha? — o tom irônico de Doyoung poderia me tirar do sério, mas me sinto zen agora. — Tá, qual a senha da sua porta?

— Olha, eu bem que poderia fazer a festa assim... Sabe, eu não estou sofrendo ou morrendo ou...

— Ten, sendo sincero — Yuta sai do carro num salto e para ao meu lado, fechando a porta em seguida. Como ele dirigiu, está com a chave, então trava as portas. — Você tá com uma cara de maconheiro da porra. Nada contra a parada, sabe? Mas é ilegal. Se o pessoal chegar e te vir assim, vão desconfiar de alguma coisa. Eu mesmo preciso me lembrar do que aconteceu para não pensar que você andou fumando o tipo indevido de coisa quando ninguém estava olhando.

— Eu não tô com cara disso, não — abano a cabeça.

— Qual a sua senha? — Dodo volta a falar.

— Meu amigo, eu estou avisando porque é verdade — Yuta balança as mãos.

Renjun está rindo escancarado enquanto Jaemin tenta esconder o risinho. Só Dodo que parece estar interessado na porta, enquanto andamos até ela. Taeyong está só olhando para a minha cara.

— Meu bem, é verdade? — pergunto ao Taeyong.

Ele caminha até ficar perto de mim, mas nessa altura já paramos em frente a porta.

— Mais ou menos — Lee responde. — Você parece estar meio que... em outra dimensão, sabe? Parece que está de boa, não se importando com nada, e é difícil saber o que está pensando ou o que está achando. E também está meio... avoado? Totalmente aéreo.

— Resumo: ele tá com cara de chapado — Dodo interrompe, estalando os dedos para chamar atenção. Quando olho para ele, parece irritado. — Qual a senha da porta?

— A data do meu nascimento — digo.

Dodo começa a digitar. E então, Yuta do nada, grita:

— Caralho, o Taeyong não sabe a data de aniversário do próprio namorado! — e então começa a rir e dar saltinhos animados como uma criança.

Doyoung nem termina de digitar e começa a rir, daí se joga no chão e repete "eu não acredito". Eu fico perdido sobre o assunto. Viro-me para Taeyong, que está com uma cara de envergonhado, além do rosto vermelho também. Eu não estou entendo nada. Eu juro.

— Gente, eu já cancelei a festa? — questiono.

— Ten, a festa foi cancelada desde quando estávamos indo para o hospital. Você já deve ter dito isso umas cinco vezes. Eu já estou cansado — a voz de Renjun irrompe a gargalhada dos outros.

— Sério? — esfrego a mão no queixo. Não me lembro disso, então não aconteceu.

— O Taeyong, cara... — Dodo está batendo na porta de tanto rir. — Ele não sabe seu aniversário, Ten!

— Quê? — volto a olhar Taeyong.

— Não é isso... — ele tenta se explicar, mas para no instante em que Yuta ri parecendo que está relinchando. Sinceramente...

— Ele errou! — o japonês ainda ri.

— Saiam da frente logo — Taeyong empurra os meninos e tenta terminar de pôr a senha. Não abre, a senha sai incorreta. — Isso tá quebrado.

— Coloca de novo — chego mais perto dele, ficando ao seu lado.

Taeyong digita a minha data de aniversário certa, mas o ano de nascimento está errado. Ele está colocando o ano que ele nasceu, ao invés do meu.

crises et chocolat༶✎༶tae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora