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Deixa marcas no meu corpo, que no coração já tenho cicatriz demais.

                                                                - Kinaya Black

QUENTE.

Havia muitas coisas para se sentir grata na vida. Bons amigos. Um corpo saudável. Chocolate.

Eram todas boas.

Mas não tão boas quanto a visão de uma mulher bonita e quase totalmente despida. O tipo de mulher que deixava qualquer um bastante ciente de todas as suas partes baixas.

A mulher que caminhava à beira do mar era desse tipo, refletiu Jennie Kim, enquanto suas partes femininas lhe garantiam exatamente isso. Bonita, atlética e, uma vez que parecia não notar como as mulheres e alguns homens a devoravam com os olhos quando passava, tão humilde quanto era sexy.

Alta, ela podia apostar que o corpo dela combinava perfeitamente com o seu.. Pernas compridas venciam a areia enquanto ela andava em direção ao oceano, exibindo sua pele deliciosamente linda e um notável abdômen firme. Tinha o tipo de porte musculosa, ágil e bem definida, que evidenciava força física, mas não era corpulenta como um fisiculturista.

O cabelo era escuro, um tanto curto para o gosto dela, e tinha uma franja cobrindo sua testa. Não conseguia ver os olhos dela àquela distância.

Ela se perguntou se a pele era igualmente dourada por baixo do calção de banho azul que usava.

Seria pedir demais que uma grande onda a envolvesse e a ajudasse a dar uma espiada?

Não custava torcer por isso...

A morena desconhecida era uma combinação poderosa de vários elementos atraentes e, com certeza, fazia uma mulher forte e independente gemer de desejo.

No mínimo, em pensamentos.

Gemendo mentalmente, Jennie protegeu os olhos contra os arcos brilhantes de sol que se refletiam do Pacífico e interferiam na sua apreciação da personificação da virilidade enquanto ela mergulhava no mar.

Chegou a invejar a água que escorreu por aquele corpo rijo e firme como uma rocha.

– Quer uma toalha?

– Hum? – murmurou ela, pegando distraidamente o tecido macio que lhe foi entregue.

Franzindo a testa, olhou para a toalha de praia vermelha e, então, para o irmão. – Para que é isto?

– Para enxugar o seu queixo.

– Bobo. – Rindo, Kim lhe atirou a tolha de volta e tornou a sentar-se em sua cadeira de praia, afundando os dedos dos pés na areia morna. – Estou transpirando por causa do sol. Não estou acostumada com esse calor.

E nem a ver uma mulher sexy o bastante para fazê-la babar, admitiu a si mesma.

– Claro. É o calor. – Hanbin era um mestre do sarcasmo, e suas palavras soaram secas como a areia abaixo dos pés de ambos. – Você não está num relacionamento?

Ainda enquanto ignorava a pergunta com um aceno de mão, desviou os olhos abruptamente da água. Não soube por quê. Mesmo que estivesse num relacionamento, olhar não era trair. E àquela altura, ela e Kai eram apenas colegas que haviam saído juntos algumas vezes. Amigos – sem vínculo adicional, sem compromisso.

– Não estou no que se pode chamar de um relacionamento amoroso. É mais uma amizade – admitiu.

Havia se baseado em apenas uma meia dúzia de encontros, somando-os a uma amizade já sólida para tentar torná-la algo mais. Uma relação mais significativa. Era verdade que havia três meses que estivera tentando argumentar consigo mesma para levar isso adiante. Se havia algo em que era boa era em argumentar.

Sailor (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora