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Me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço forças pra manter algumas esperanças acesas.

- Detroit

TEMPO.

Lisa deu uma hora a Jennie. Era o bastante para se acalmar, mas não para ficar remoendo os assuntos em questão. Ela usou o tempo sabiamente, passando pela casa de Jisoo para vestir um jeans. Jennie não estivera brincando quando dissera que não gostava de pessoas de uniforme.

Uma trégua não seria negociada se a aborrecesse logo de início. Não que esperasse rendição fácil da parte dela. Tinha uma personalidade forte demais para isso. Era intensa demais. E era apenas uma das razões para Lisa estar louca por ela.

Um dos motivos para se recusar a deixá-la terminar aquilo entre as duas.

Estacionando a caminhonete em frente ao prédio baixo dela, respirou fundo. Batalhas travadas no meio da noite tinham um teor diferente depois que o dia amanhecia.

Preparada para vencer, Lisa subiu até o andar de Jennie e bateu à porta.

Imaginava que ela ficaria zangada em princípio, talvez continuasse demonstrando aquela frieza recente. Lisa, então, usaria seu charme um pouco, faria o jogo das desculpas, para levá-la a aceitar, enfim, que ela não havia feito nada errado. Dentro de cinco minutos, dez no máximo, estaria se deliciando com o prazer que só encontrava com Jennie.

Alguns segundos depois, tornou a bater à porta.

Não teve de olhar para o relógio para saber que era 1h00. Assim como não tivera de olhar para as janelas iluminadas do apartamento dela antes de subir para saber que ainda estava acordada.

Esperou alguns segundos e, a seguir, tirou o celular do bolso e discou o número do apartamento.

– É melhor você atender – disse no momento de deixar a mensagem quando a ligação foi parar na caixa postal. – Vou ficar aqui a noite inteira. A paciência é uma virtude especial minha, lembra? Posso aguentar até de manhã. Você sabe disso. Mesmo quando você está nua, ondulando sobre mim e me enlouquecendo, posso aguentar. Na verdade, gosto de esperar. É como um teste pessoal ver quantas vezes consigo fazer você gozar antes de não poder me controlar mais...

Antes que Lisa pudesse detalhar todas as coisas que gostou que Jennie fez para desafiar esse controle, a porta se abriu. Abriu um largo sorriso ao vê-la.

Jennie a fuzilou com o olhar.

O cabelo, sexy e arrumado apenas horas antes, tinha sido escovado e lhe emoldurava o rosto. O rosto estava limpo, desprovido de maquiagem, e o ar de sedutora que havia combinado com o sensual vestido se dissipara. Agora, havia leves vestígios de rímel sob os olhos furiosos.

Lisa curvou os lábios. Aquilo seria uma estratégia de guerra. Fazer o inimigo achar que não queria o espólio de guerra para nem sequer lutar por isso?

Não.

Correu os olhos pela grande camiseta que ela usava, notando que o Jon Bon Jovi da estampa ainda tinha cabelos longos e cacheados. O tecido cinza desbotado a envolvia de tal maneira que as curvas desapareciam. Por baixo, um short de algodão puído lhe chegava a altura dos joelhos.

As unhas dos pés, porém, continuavam extremamente sexy, pintadas de vermelho cintilante.

As pernas bem torneadas ainda pareciam macias.

Sua pele translúcida estava corada pela raiva, e continuava tão desejável quanto estivera naquele minúsculo biquíni na praia.

De maneira alguma, Lisa se afastaria.

Sailor (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora