Pensei estar sonhando quando você disse me amar. Começou do nada. Não tive como me preparar. Não pude ver você chegando. Começou do nada.
- Frank Ocean
Lisa manteve-se em posição de sentido, aguardando o sinal do almirante.
– Descansar – disse Kim, contornando a mesa imponente no seu escritório de casa para ir se sentar como um rei em seu trono de couro. – Você é uma convidada, Manoban, relaxe e sente-se.
Pois sim.
Lisa sentou-se diante da mesa, mas não relaxou. A reunião seria um pouco mais informal do que na base, onde fizera o primeiro relato sobre a missão. E podia ser a convidada do almirante para jantar, mas isso não mudava o fato de que essa era uma reunião formal.
– Você já recebeu reconhecimento oficial pelo trabalho benfeito – disse o almirante, entrelaçando as mãos diante do estômago enquanto a olhava. A expressão em seu rosto talvez fosse amistosa, mas era difícil dizer. O granito não era maleável. – Eu gostaria de lhe fazer o meu agradecimento pessoal também. Você libertou a minha filha, manteve-a a salvo e a levou até mim sem um arranhão. A mãe dela e eu lhe somos gratos.
Lisa encarou-o. De verdade? Não achara que o almirante fosse do tipo que manifestava gratidão.
– Obrigada, senhor – falou. Então, mesmo sabendo que não deveria, ainda perguntou: – Como está Jennie? Já se recuperou da tribulação toda?
Mais especificamente do sequestro e das agruras que enfrentara no frio e na neve. Não da parte do “sexo num catre e da subsequente suposta rejeição dela”. Lisa cerrou os dentes, ainda sem saber se fizera a coisa certa. Ou mais especificamente, sem saber se estava contente em ter feito a coisa certa.
Sentia falta dela. Passara oito meses sentindo falta dela, mas dizer a si mesma que Jennie a odiava tornara mais fácil resistir à vontade de procurá-la. Agora que sabia que a morena não a odiava...?
Aquela vontade era quase incontrolável e cada vez mais intensa, enlouquecendo-a.
– Segundo o psicólogo, ela está superando o trauma de uma maneira saudável e não terá problemas em decorrência do que aconteceu. – Antes que Lisa ponderasse que era uma explicação um tanto vaga, o almirante prosseguiu: – De acordo com a mãe dela, Jennie está frágil e não vem se alimentando direito, mas precisa apenas de um pouco de tempo e de descanso. E se você ouvir o irmão, que a entende melhor, ela está aborrecida com algo e precisa ir comprar sapatos para relaxar.
– Comprar sapatos?
– Ao que parece, é uma cura para tudo – disse o homem mais velho, parecendo perplexo e embaraçado. Então, tornou a adquirir o ar de militar graduado. – O importante é que Jennie está bem. E é, em grande parte, graças a você.
– Eu diria que é graças a ela mesma – declarou Lisa sem pensar.
E se arrependeu de imediato. O almirante exibiu uma expressão pensativa, ponderando algo.
Então, meneou a cabeça como se Lisa tivesse feito uma grande confissão.
– Vou deixar o protocolo de lado por um momento – disse Kim, dobrando as mãos sobre a mesa. Inclinou-se para frente e seus lábios se curvaram num sorriso duro. – Gostaria de conversar com você, não como seu oficial comandante, mas como amigo.
Lisa arqueou as sobrancelhas. Na prática, uma vez que estava aposentado, o almirante não era mais seu oficial comandante. Na prática. Ainda assim, foi com a parte da conversa de “amigo" que mais se preocupou.
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Sailor (Jenlisa)
FanfictionMuitas mulheres se sentem atraídas por pessoas fardadas, mas não Jennie Kim! Com ela, é exatamente o oposto. Como fora criada por um oficial, jurara para si mesma que nunca se envolveria com alguém de patente. Mas quando conheceu Lalisa Manoban, ach...