A Vida Da Dy

N°23

"Dinely? Dinely?"
"Escuto alguém chamar o meu nome longe, muito longe, enquanto procuro pela minha bebê, não encontro a Ângela em lugar nenhum até que me viro e vejo alguém a levar a minha filha, eu tentava correr, gritar, me debatia mas não saia do lugar, eu estava desesperada não sabia o que fazer, comecei a chorar compulsivamente, eu só queria a minha filha, a minha bebê nos meus braços"

-Aaah, Ângela.
Viola- Dinely pelo amor de Deus, tu queres me matar miúda?
- A Ângela? Onde está a minha filha? A minha bebê?- a Viola me abraça e eu começo a chorar de novo.- eu tive aquele pesadelo de novo.
Desde que a mãe biológica dela morreu, que Deus guarde a minha estrelinha, eu tenho pesadelos assim, eu nunca consigo ver o rosto da pessoa que leva a minha bebê, já fazem duas semanas que estou assim e tem sido exaustivo para mim.
Viola-tu tens que ir a um psicólogo, não podes continuar assim.
- Não- levantei- eu só preciso da minha bebê, só do meu anjo, alias, hoje vou tirar o dia para isso, não estou com cabeça para escola ou trabalho, só quero curtir a minha bebê e mais nada, hoje é dia de mãe e filha, é isso.

Fui para o guarda roupa para preparar as nossas coisas, preparei para mim um vestidinho justo até na cintura e depois rodado, um rasteirinha e um colar, para a Ângela preparei também um vestidinho com meias e um sapatinho, as roupas são floridas em tons de verde claro, amarelo e azul, é a coisa mais linda.
Preparei a pasta dela junto com algumas coisinhas minhas, biberão, brinquedos, mantinha, outra muda de roupa, fraudas, toalhinhas e a chupetinha dela. Depois de tudo pronto tomo um banho de chuveiro, um banho quente e relaxante, depois disso vou pegar a Ângela e dou um banho nela também, lavo os cabelos negros dela com cuidado e carinho, ela fica toda boba e alegre, a fazer barulhinhos com a boca, a bater palmas e a tentar falar.
Aquilo era o meu calmante para cada dia, me aliviava, e do nada me pego a pensar na Maia, no jeito intrigante que ela me desafia com os olhos, o sorriso safado e o toque delicado é bruto ao mesmo tempo, que me arrepia e desconcentra, quando noto até onde os meus pensamentos me levam abano a cabeça e logo deixo de pensar nisso. Levanto a Ângela depois de me enrolar na toalha. Nos limpamos e secamos, guardei a pasta num lugar do carrinho dela e nos vestimos, estávamos lindas, a Viola ainda tirou um monte de fotos nossas para meter no Instagram.
Depois de todo esse protocolo que a Viola criou tomamos um suco e fomos, convidei a nossa mais nova inquilina mas ela saiu primeiro e disse que ao contrário de mim ela tem uma vida.

P.O.V Maia

Estava a comer na cozinha, em casa estava só eu e o João, não sei o porquê mas eu não parava de pensar na Dinely, desde aquela noite, desde aquela maldita noite que não paro de pensar nela, naquele sorriso desafiador, aquele olhar carregado de certeza e de confiança, aquele andar, a forma como ela cuida da filha, dos amigos, das pessoas que ama, a forma como ela cativa e chama atenção por onde passa é tudo muito novo para mim, surreal, sou despertada dos meus desvaneios quando sinto a água gelada descer pelas minhas costas, aaaaah eu vou matar esse filha da...

- Joãoooo!!!- vou a correr atrás dele porque o desgraçado saiu a correr.
João- eu estava a falar contigo mas tu não respondias, foram uns 10mins a te chamar e nada.
- Então decidiste me matar de hipotermia?
João- ah deixa de exagero Maia, agora me diz, no quê que estavas a pensar, ou melhor, em quem?
- Ah fecha a boca e te meta na tua vida, seu chato.
João- ou melhor, com certeza estás a pensar numa negra de pernas torneadas, olhos castanhos e grande e deliciosos lábio ro...- ele nem acabe de falar e eu já estou em cima dele a tentar bater esse mal educado.
- Sacana, nunca mais fala assim da minha miúda ou vou- colei, eu disse o quê? Eu acabei de chamar ela de...
João- minha miúda? Meu Deus isso está bem mais grave do que eu pensava.
- Rhum, não, eu não, eu sou, euu...

Trimmm Trimmmm

O meu telefone toca, vou até lá e vejo uma mensagem da Viola, acho estranho mas abro na mesma

Viola

"Então Maia, a Dinely vai ao Shopping Xxxxxxx, ela vai com a Ângela, precisa de desanuviar e descansar a mente, se poderes vai lá ter com elas, eu saí agora e nesse momento elas já devem estar a ir para lá agora mesmo. Bjs."

Li aquela mensagem e pulei do cadeirão.

João- para onde vais?
- Não é da tua conta weee- sai de lá a correr e fui para o meu quarto, preparei uma roupa e me enfiei no banheiro, caprichei no banho, na roupa e no perfume, eu não sei porquê mas eu queria isso, queria agradar, queria que ela me achasse gostosa, linda. Aaaah não pode, eu não posso estar apaixonada eu não, aaah fodase.
Levantei e me coloquei num táxi. Partiu ver a nova paixão.

P.O.V Dinely

Angêla- mamãe, mamã, iinha, inha mamã, oinho pofavo.
- Não meu amor, ih larga o cabelo da mamãe, Ângela não! Larga o cabelo da mamãe- estávamos sentadas num banco até que ela começou o pequeno espectáculo dela, gritar, fazer barulhinho e puxar o meu cabelo.- Ângela a mamãe vai ficar ah ah Ângela.
Maia- olha aqui- a Maia tira a pimentinha do meu cabelo.
- Estás a fazer o quê aqui?
Maia- reservaste o Shopping para vocês e ninguém me avisou?
- Hahaha, engraçadinha, não respondeste à minha pergunta.
Maia- eu vim comprar algo até que vi vocês as duas aqui, reconheci o grito de euforia dessa pequena aqui- apontou a pimentinha que agora tentava tirar o brinco da outra

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