Capítulo 02 - "Daniel,prazer"

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Acordo num pulo com o menino me olhando fixadamente agachado ao lado da cama.

—Vem cá qual é o seu problema ein —Pergunto com meu coração batendo forte,um cheiro estranho invade meu nariz.Alguma coisa queimou. —O que que você fez?

—Tentei fazer fazer café,não deu muito certo —Diz se levantando e eu também me levanto arrumando minha roupa e meu cabelo.

—Não tem como queimar café....—Lembrei que não sabia seu nome. —Eu nem sei seu nome! Eu só posso tá ficando maluca mesmo.

—Daniel,prazer —Fala e me estende a mão,aperto e vejo que ele esta exatamente igual como chegou,só que com mais olheiras,cabelo mais bagunçado e olhos vermelhos.

—Tá acordado desde aquela hora? —Pergunto e ele afirma. —E porque o olho vermelho?...Você não fuma não né?!

—Não! Mas tomo alguns energéticos para aguentar virar a noite —Ele confessa e suspira —Agora por favor,dá um jeito na cozinha,o cheiro tá me enjoando.

Suspiro e saio arrumando de novo o cabelo,o cheiro vai ficando cada vez mais forte,olho minha mala aberta e meus utensílios de cozinha todos espalhados e a minha colher de pau literalmente queimada.

—Não,não,não,não,não,não! —Corro até o fogão e espalho um pouco a fumaça que estava na minha frente,pego a colher de pau e olho para ele com os olhos lacrimejando.

Agarro minha mala que estava no meio da sala e coloco tudo que estava jogado e espalhado dentro da mesma,ando rápido até o quarto com muita raiva,ódio mesmo,e me tranco lá.

Daniel

A menina saiu bufando e quase sapateando o chão inteiro,é engraçada com raiva,minha barriga ainda dói de fome mas com a merda que eu fiz e a menina irritadinha não vai dar para comer aqui.Acho o mais adequado eu voltar a jogar...ou me desculpar?

—Oi? Então,foi mal aí —Falo do outro lado da porta,acho que ela vai matar e jogar meu corpo de um penhasco.

—SAI DAQUI NÃO QUERO OLHAR MAIS PRA VOCÊ! —Ela grita fazendo minha cabeça doer.

—Só quis me desculpar! Para de fazer drama foi só um negócio de cozinha depois você compra outro,um até melhor! —Digo e ela destranca a porta.

—Esses utensílios de cozinha eram da minha vó,que ela descanse em paz,e não é utensílios foi tudo meu violado por um estranho! —Ela vem andando na minha direção com o rosto inchado de chorar e tremendo de ódio. —A primeira impressão é a que fica e você passou a pior possível!

—Calma desculpa! —Falo mais alto que ela segurando seus punhos.Ficamos numa troca de olhares por uns segundos e minha barriga se contorce fazendo eu respirar mais fundo.Não sei se é porque a menina é bonita ou é de fome.

Ela desgruda de mim,limpa as lágrimas e mexe no cabelo,depois retorna ao quarto,eu suspiro ainda com fome e tenho a ideia de sair para tomar café,já que eu vou desmaiar se esperar mais um pouco.Coloco uma blusa como cachecol e uma touca,pego a chave e saio do apartamento.Como esperado tá quase caindo o mundo (de neve é claro) e olho para todos os lados procurando uma cafeteria.Acho uma do outro lado da rua,nem é tão longe do nosso apartamento,atravesso e entro nela.

Bom dia —Uma menina bem bonita fala comigo.Menina bonita? Comigo?!. —O senhor deseja algo?

Ah sim! Sim sim,eu queria um...—Olho em direção do cardápio. —Um,dois! Expresso para a viagem.

—Ok,dois dólares e cinquenta —Ela fala e começo a bater nos bolsos procurando minha carteira,olho e ela ri. —Ta bom,por conta da casa.

Ela sorri e eu retribuo,eu não vim pra cá na intenção de namorar ou ficar mas claro que vai acabar acontecendo,eu a acompanho pela frente do balcão e ela vai em direção a cafeteira.E depois vem com os copos.

Obrigado —Dou um sorriso e ela volta ao caixa.

Sai dali e retorno até o apartamento,no caminho experimentei um e ele estava maravilhoso,é claro não melhor que o da minha mãe,mas como sou viciado em café me caiu muito bem.


Entre Jogos e Aventais (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora