A herdeira

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Cassandra

Um feiticeiro bateu com uma pedra na cabeça do Calleb, ele caiu no chão desacordado e ainda nu. Levantei-me e sussurrei as palavras dos feitiços novos que aprendi com os livros de combate do meu pai. Joguei aquele feiticeiro de magia negra para o outro lado do quarto, dei um passo para a frente para segui-lo e acabar com a sua vida, estava irritada por ele ter machucado o meu homem. Porém alguém atrás de mim colocou um pano no meu nariz e boca, quando tentei respirar reparei que ele tinha ervas enfeitiçadas que te faziam dormir.

Apaguei contra o corpo da pessoa que prensava o pano no meu rosto.

_Cassandra.._ uma voz femenina murmurou o meu nome, nunca tinha ouvido uma voz assim, era doce, sedutora.. era melodiosa. _Cassandra..

_Quem é você?_ murmurei abrindo os olhos devagar, não tinha nada além da escuridão a minha volta, eu sentia que o meu corpo estava flutuando no nada.

_O Adrien.._ sussurrou atrás de mim, eu não consegui-a me virar para trás,  o meu corpo estava paralisado.

_O meu bebé,  onde esta o meu filho?_ perguntei em pânico.

_Ele esta bem, não se preocupe com ele._ a voz murmuriu enquanto ia para a minha frente, uma sombra completamente branca de uma mulher apareceu na minha frente, todo o seu corpo era branco, não consegui-a ver nada. _Eu o protegerei, agora você terá de se concentrar e acordar. O Calleb precisa de você.

Abri os olhos assustada, eu estava numa jaula feita de ferro, tinha dois feuticeiros negros fazendo patrulha do meu lado. Por alguma razão eu senti-a me mais forte, sentia que era capaz de fazer qualquer coisa.

_Olha, a bela adormecida acordou._ um deles falou ao reparar que eu estava acordada, analisei-os por alguns segundos. Tinha a sensação de que não era eu quem estava no controle do meu corpo, eu agia calculadamente, pensava em estratégias que nunca havia pensado na vida. O meu corpo seguia a minha mente mesmo não sendo eu quem o controlava.

_Vou chamar o chefe._o outro falou e afastou-se.

Eu não sabia quem estava me controlando, apenas sabia que as informações que essa pessoa obtia eu também acabava por as receber. Assim eu percebi que os dois feiticeiros negros que estavam a minha frente eram de clãs diferentes.

Esperei que um dos feiticeiros se afastasse para eu poder por fim agarrar o outro e poder obter as informações que eu precisava.

Onde estou?

O que querem de mim?

Quantos são?

Quem mais esta aqui?

Assim que o feiticeiro se afastou e não tinha mais visão para esta parte da sala eu agarrei o outro pelo pescoço o puxando para a sela o sufocando.

_O que querem de mim?_ sussurrei enquanto usava o máximo da minha força para o sufocar.

Ele soltou uma pequena risada enquanto se engasgava.

_A-acha mesmo que eu.. te d-direi algo?_murmurou com deboche. Para o azar dele não era eu quem estava no controle então a pessoa que me controlou conseguiu estrair as informações dele mesmo que ele não me dissese nada.

Consegui ler a mente dele antes que ele morresse sufocado. O lider deles era o meu ex, Kaito. Ele os resgatou quando foram abandonados pelos seus clãs ou famílias, ele tem feito isso já há anos. Este homem não sabia o que ele queria comigo, apenas sabia que precisavam de mim viva por isso não poderiam me matar.

Alguns deles estavam na alcatéia do Calleb os atacando.

Eu estava numa casa abandonada um pouco longe da alcatéia do Calleb, mas pela memória do homem que eu matei eu pude ver que tinha dois carros na pequena garragem dessa casa abandonada.

E eu sou a única que esta aqui com eles. Vasculhei os bolsos do feiticeiro morto, com dificuldades a procura de uma chave para poder sair dessa jaula. Tinha poucos feiticeiros aqui, tinha pelo o menos uns cinco e o Kaito, então eu só teria de conseguir derrota-los ou esquivar-me deles para depois poder ir para a alcateia com um dos carros para depois ajudar o meu namorado e a minha alcatéia na batalha.

Eles são a minha nova família e não deixarei que morram, não agora que eu posso fazer algo para o evitar.

Ao encontrar a chave eu abri a porta e sai daquela jaula, parecia até um passarinho ali presa. Fui até a porta onde o outro feitiçeiro saiu, por alguma razão eu conseguia ouvir muito melhor, então consegui ouvir passos se aproximando de duas pessoas.

Escondi-me atrás da porta e esperei pacientemente que eles entrassem, olhei a minha volta procurando por alguma coisa que eu pudesse usar como arma, encontrei um pequeno pau de uma árvore. Era o suficiente.  Usei a minha magia para o afiar mais, assim que os feiticeiros entraram eu cravei aquele pau afiado no coração do primeiro que entrou, era o feiticeiro negro que estava ainda a poucos minutos comigo.