A herdeira

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Era para isso que eles tinham veneno de lobos e de feiticeiros naquelas espadas? Para tirar a vida do meu filho com apenas dias de vida? A raiva consumiu o meu corpo, eu fervia de tanta raiva que eu estava.

Rapidamente usei os meus poderes para o prender com uma corda feita de raios, soltei-me das minhas raizes com calma e depois, fiz-as crescer a volta dele, agarrando-lhe os pés com força.

_Como se conseguiu soltar?_perguntou irritado.

_Nunca ouviu falar que um feiticeiro nunca revela os seus segredos?_tirei-lhe a faca afiada das suas mãos e apontei-a para o seu pescoço. Mais raizes agarraram as suas mãos e braços. _Agora fala, o que o meu clã têm de tão especial, não foi isso que estava a falar?

Pisquei os olhos algumas vezes, fingindo inocência. A expressão no seu rosto era de pura raiva. Eu sentia algo queimar no meu bolso, já a algum tempo, mas aquecia cada vez mais.

_Alguém tão ignorante quanto você não merece saber, não têm andado na sua dimensão Hasthings? Por que não procurou pelo seu clã?_ele abriu um sorriso provocativo.

Encostei a ponta afiada da faca contra o seu pescoço.

_Têm me observado Kaito? Ainda não superou o término?_ uma pequena gota de sangue desceu pelo seu pescoço, avisando-me de que eu já tinha perfurado um pouco da sua pele.

_Por que quer saber? Admite que sente a minha falta querida?_ele igborava o facto de ter uma faca no seu pescoço. A queimadura no meu bolso ficava cada vez mais quente. Tirei de lá a pequena joia da minha avó onde me dizia quem era a pessoa com a mágia que matou o meu clã, ele brilhava muito e balançava um pouco na direção do Kaito. Afastei-me bruscamente.

_Foi você.. foi você quem aniquilou o meu clã. _sussurrei, de repente sentia o meu corpo ficar fraco, o meu coração acelerava cada vez mais e a minha visão começava a ficar turva.

Ele gargalhou como um louco.

Calleb ainda fraco e muito machucado com novas feridas do Kaito, abraçou a minha cintura tentando dar-me apoio.

_Querida Cassandra, diz-me como é chamar de amor, ao próprio assasino dos seus pais e dos seus avós? Como foi transar com a pessoa que aniquilou o seu clã?_ ele ria de mim.

Como eu pude ser tão idiota? O homem que aniquilou o meu clã era velho mas era um feiticeiro, pode modar a sua aparência quando quiser, é um feitiço que cansa um pouco mas quando muda de forma ela fica até você mudar outra vez. A sua aparência voltou a ser a mesma do mesmo homem que matou o meu clã.

Lembrar de ver os corpos por todo o lado, sangue em toda a parte, em algumas ruas até tinha um pequeno rio de sangue. Lembrar de isso tudo encheu-me de raiva.

Kaito conseguiu se soltar, mandou uma rajada de vento que nos jogou a todos para longe, bati contra uma árvore que tinha um galho grosso e quebrado, ele perfurou a minha pele da coxa esquerda. Gritei pela dor.

_Cassandra._ Calleb chamou por mim desesperado.

_Então querida, já não vai dizer que me ama? Já não vai me matar? Lembro-me de você falar que queria vingança pêlo seu clã. Onde esta essa fúria agora?_ Kaito aproximou-se a passos curtos.

A minha respiração estava acelerada, a raiva era presente até na minha alma. Sussurrei as palavras de um feitiço muito poderoso, não sabia se eu poderia executa-lo, mas sabia que estava sendo dominada pela raiva, a adrenalinda corria pelas minhas veias fazendo-me esquecer a dor na minha perna e nas costas.

_Cassandra, não vai fazer nada? Que desilusão. _Kaito gargalhou mais uma vez, estava tão distraido com o seu deboche que nem percebeu que eu estava fazendo um feitiço.

O vento começou a rodar com pressão a volta do Kaito, ele surpreendeu-se ao ver que não conseguia sair daquele circulo. Continuei a sussurrar as palavras do feitiço sem me importar com o sangue que escorria pelo meu nariz avisando-me que eu estava fazendo demasiado esforço.

Uma espécie de corda feita de raios apareceu e começou a apertar mais o Kaito. Olhei para o Calleb e o Lucas que não estavam muito longe de mim.

_Preciso da vossa ajuda para completar o feitiço,  por favor deixem me usar a vossa energia sobrenatural._ estendi a minha mão para eles.

Lucas concordou com a cabeça. Eles levantaram-se com dificuldades e aproximaram-se de mim, cada um segurou uma mão minha, continuei a sussurrar as palavras do feitiço, desta vez usando a energia sobrenatural deles para me ajudar com o feitiço.

Raizes agarraram os pés, pernas, bartiga e braços do Kaito. E então a corda de raios foi se apertando cada vez mais até cortar tudo o que estava no meio dela, a parte do corpo da cintura para cima caiu no chão enquanto a outra metade continuava de pé presa as raizes. Cobri-as com fogo até queimarem e virarem cinzas.

_Ainda não acabou, temos de ver como estão na alcateia,  mas primeiro cirar esse veneno de vocês. _ falei com dificuldade. Abri um portal para a dimensão Hasthings.

_Cassandra, você têm de descansar,  está muito cansada. E muito machucada também. _Calleb falou preocupado.

_Calleb, vocês têm veneno de lobos no vosso organismo, temos de curar isso rápido antes que seja tarde demais._ empurrei-o para dentro do portal.

Fui rapida em fazer mais remedio, dei a eles desta vez para beber, o veneno deles ja estava a demasiado tempo neles e ja estava se espalhando pelo corpo. Eles teriam de beber aquelas ervas medicinais durante três dias, e isso porque não se espalhou mais senão seria mais tempo.

Ao voltarmos ajudei alguns lobos com alguns feiticeiros, os outros ao ver que estavam em minoria fugiram.

Ordenei que os lobos fizessem duas filas, uma para os que estavam feridos com cortes das espadas daqueles feiticeiros negros e outros que não tivessem sido antigidos pelas laminas afiadas.

80% dos lobos foram cortados pelas lâminas. Ensinei os restantes a como fazer o remédio das ervas para beber e depois ajudei-os a curar alguns dos lobos. Encarreguei esses lobos que não foram cortados a continuar a criar mais remédios durante duas semanas, não sei quanto tempo ficaram com o veneno mas suas semanas deve chegar.

Olhei oara o Calleb, ele estava sentado no chão do lado do Lucas perto de onde eu ajudava a criar mais remedio. Aproximei-me dele preocupada.

_Ja se sente melhor?_ perguntei.

Ele apenas confirmou com um gesto de cabeça e depois puxou-me para o seu colo.

_Sei que esta cansada descansa._ as duas mãos acarinharam as minhas costas. Fechei os olhos, eu não iria discordar dele, eu estava quase a desmaiar de tão cansada que estava.