Um homem de vestes sujas aproximou-se portando uma faca e se certificou: Adriel parara de respirar. O plano tinha ocorrido melhor que o planejado: haviam eliminado o vigia sem fazer qualquer barulho.
- Psiu! – assobiou o homem. Outros quatro homens e outras quatro mulheres surgiram quase instantaneamente por entre algumas árvores ao redor do acampamento. Esgueiraram-se por entre os arbustos e foram, silenciosamente, até as barracas, mas nada fizeram.
Cuidadosamente, olharam pelas frestas na entrada. Eram dois para cada barraca.
- Ei! – avisou, sacudindo a mão, a mulher responsável por revistar uma barraca a oeste da fogueira. Outros três se aproximaram e manearam a cabeça positivamente. A mulher então sacou uma espada curta da cintura enquanto ia para o lado da cabana. Apontou a lâmina para baixo e levantou os dois braços, apertando com força o cabo da arma.
Dando um grito abafado, a mulher rasgou a tenda espetando a espada e atravessou um corpo.
- Aaahhh!!! – gemeu um homem lá dentro.
A mulher puxou a lâmina, assustada. O líquido vermelho tingiu o tecido da barraca enquanto o corpo se debatia. Os outros três membros do grupo em pé ao lado da cabana sacaram suas armas e fizeram o mesmo que a moça. Uma lança e duas espadas terminaram de eliminar o homem.
- Conseguimos! Matamos ele! – berrou eufórico o homem retirando a lança do corpo sem movimento.
- Cale a boca! Vai acordar os outros! – advertiu um homem de arco-e-flecha no centro do acampamento – este apenas observava a ação nas cabanas. Era ele o responsável pela morte de Adriel.
- Não importa! Matamos o filho do rei! Posso até morrer agora! Conseguimos! Conseguimos! – comemorava sem parar o homem da lança.
A gritaria fez Celine e Isa saírem de sua tenda e foram recebidas pelo ataque de duas pessoas armadas com espadas. Para a sorte da guerreira, ambos erraram o alvo.
- O que é isso?! – gritou Isa afastando-se. – O que está acontecendo aqui?! Adriel, onde você está?!
A mulher pegou seu machado próximo à barraca; parecia confusa e desesperada. Com um dos braços abertos, empurrava Celine para trás.
- Não adianta lutar, mulher! O príncipe está morto, assim como o vigia inútil de vocês! Fique quieta e iremos poupar sua vida! – O homem a falar era o de arco-e-flecha, líder do grupo.
A situação parecia ser uma grande mentira. Isa e Celine estavam sozinhas.
“Cadê eles?! Onde estão o Gerolt, o Mondegärd... Impossível! Me recuso a acreditar que morreram todos!”, pensava a mulher de mais de dois metros, empurrando Celine para longe. A garota de tiara permanecia calada.
Sem saber o que fazer, Isa gritou:
- O príncipe não está morto! Onde ele está?!
- Está bem, vamos lhe mostrar. Levantem a cabana ali. Mostrem para a mulher o corpo do ex-príncipe de seu reino.
Ao levantarem o tecido, Isa soltou um grito abafado. O tecido estava lavado em líquido vermelho. Para uma guerreira como ela, era fácil identificar sangue.
- Cadê ele?! – gritou a mulher que levantara a tenda.
Sob o tecido ensanguentado não havia corpo nem de príncipe, nem de Gerolt. Os dois haviam desaparecido.
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Era Perdida: O Globo da Morte
FantasySaiba mais no site - www.eraperdida.com.br Até onde você iria para fazer a vontade de seu rei? Arriscaria sua vida e a de seus melhores amigos? Quando um conhecido e poderoso mago chegou ao castelo para uma reunião com o rei e seu primogênito, t...