Capítulo 58 - A queda

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- O veneno está agindo... Elas não vão durar muito... Vou rápido!

E anunciando o salto, Mondegärd pulou pelas primeiras rochas, mas a terceira partiu-se em duas e uma tontura abateu-se sobre ele. O mago tentou, mas não conseguiu manter o equilíbrio e caiu para a frente.

- Não! — Dario gritou um gemido abafado. O capitão fechou os olhos, pois não conseguiu ver a morte de um de seus maiores amigos.

Mondegärd arregalou os olhos quando viu algo em sua frente e apoiou os dois braços, sentindo entrar na carne a lâmina de Adriel. Não fosse a intervenção do companheiro, o velho estaria dentro do lago envenenado.

- Estou... estou... — ofegava o mago, pois seu corpo se inclinava conforme a pedra distanciava-se da arma. Não demoraria para ser tragado pelo líquido mortal.

- Venha, Monde! — chamou Adriel, puxando com força o velho que agarrou em desespero a lâmina. Mondegärd foi arrastado até a borda da plataforma e no instante em que seus pés deixaram o último centímetro de rocha, Celine o pegou pelos braços e o atirou sobre o chão.

- Ele está bem! — gritou a jovem, ofegante. — Venha logo, Dario!

Mondegärd tinha espalhado as pedras pela piscina, e boa parte delas já havia desaparecido submersa no lago de veneno. A fumaça verde tomava a sala e estava deixando Dario zonzo.

"Se eu errar um salto, morrerei tão rápido quanto Isa...", pensava o comandante. O medo crescia e impedia seu corpo de mover-se. O gás venenoso encobrira o caminho do príncipe e não era mais possível ver Celine e os outros.

- Venha, Dario! Venha logo! Por favor!

Os gritos desesperados de Celine acenderam algo dentro do príncipe e este saltou na única pedra que conseguia ver. Mal sentiu o segundo pé apoiar-se sobre a plataforma e pulou novamente para um outro pequeno pedaço e por fim saltou em um terceiro já quase submerso.

Quando atirou-se, sem ter certeza se chegaria à primeira metade da sala, e sentiu a firmeza do chão enquanto rolava, sorriu e agradeceu aos deuses.

- Você está bem? — Celine correu em seu socorro e passou a mão pelo seu corpo.

- Estou bem... — riu. — Acho...

- Fiquei tão preocupada... — choramingou a jovem. E levantando-se emendou esnobe: - Esperava mais de você, capitão... Agilidade não era seu forte?

Adriel e Mondegärd riram. O nervosismo era quase palpável.

- Aparentemente, o que o Monde ganhou do Gerolt, essa aí pegou da Isa...

- Adriel, não fale uma coisa dessas! — ralhou Celine.

- Estão vendo?

E os três gargalharam com gosto. Depois sentaram-se e recuperaram o fôlego. Adriel inspecionou Mondegärd, e as únicas feridas eram nos braços cortados pela força em que se agarrara à lâmina — mesmo tendo segurado na parte sem gume. Com um rápido curativo, estava pronto para prosseguir, assim como os outros também se levantaram dispostos.

Juntos, os quatro voltaram para o salão principal e subiram a grande escadaria central, parando em frente à porta dupla. Feita de pedra e adornos metálicos, era mais alta que todos eles uns sobre os outros e mais larga que os quatro juntos.

Novamente, era possível ler inscrições diversas, mas nenhum deles conseguia identificar seu significado.

- É realmente impressionante, senhor Dario — contemplou Mondegärd. — De qual povo seriam estes entalhes? Quem poderia ter vivido no Leste do mundo há tanto tempo?

- Compartilho do mesmo pensamento — respondeu Dario. — Talvez seja um povo de antes da Guerra...

- Muito provavelmente...

- Cof cof... — interrompeu Celine. — Como usaremos a varinha?

Depois de pensarem um tempo, começaram a procurar por um orifício na porta que pudesse servir como fechadura. A busca estendeu-se para as paredes aos lados e o chão. Nada foi encontrado, no entanto.

- Adriel, me empreste a varinha, por favor.

Celine pegou o item de madeira e olhou para ele usando o espelho. Na extensão do objeto, para sua surpresa, viu algo escrito em letras bem pequenas e brilhantes:

 - Arialmento... Beletunnerör...

Um estalo foi ouvido e a porta começou a ranger e se abrir, lenta e imponente. Pela passagem que se abria, os quatro viram uma larga escada para um andar superior e uma intensa luz vinda da próxima área inundou todo o ambiente em que estavam.


O que aguarda Dario e os outros atrás da grande porta? Amanhã começamos o grande clímax de O Globo da Morte. Não perca!

Pessoal, finalmente estamos nos últimos capítulos! Não estou aguentando a ansiedade para todos finalmente poderem ver o final desta história! E não deixe de participar do nosso grande evento na próxima terça às 20h30 no WhatsApp. Deixe seu DDD + Telefone nos comentários e adicionamos você ao grupo!

Era Perdida: O Globo da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora