O dia amanheceu e a luz penetrou fraca pelo alto portal. O céu parecia nublado, mas era impossível ter certeza. Aparentemente, a luz chegava de maneira diferente naquele lugar. Mesmo fracos, os raios iluminaram o caminho, revelando um corredor de pedra antigo e que desembocava em uma grande escadaria, levando a andares superiores – supôs Dario.
Celine foi a primeira a levantar. “Deuses, como a Isa ronca... Peraí!”. Ver a amiga babando na tenda preocupou a jovem, pois significava que Dario tinha feito sozinho toda a proteção pela noite.
- Não deve ter dormido nada... Vou brigar com ele... – revoltou-se, arrumando os cabelos com as mãos e colocando sua tiara.
Ao deixar a cabana, Celine olhou para os lados, mas não viu nada. O príncipe não estava lá vigiando o acampamento. O coração da jovem disparou e, apressada, correu para olhar nas outras cabanas, sem sucesso.
- Para onde ele foi?! – gritou.
- Para onde “quem” foi? – perguntou Dario, vindo do vale.
- Ufa, Dario... – respirou aliviada. – Onde estava? Fiquei preocupada...
- Estava dando uma olhada por onde passamos ontem. Agora com luz, pude ver melhor o caminho. Voltei até onde Gerolt se atirou, e mesmo com a luz do dia é impossível ver o fim do abismo, infelizmente.
- Ah... Que pena... Mas e o gigante?
- Não estava lá. Também achei estranho.
- Essa é uma boa notícia – sorriu a garota.
- Pois é. Mas agora já devem ser por volta das nove. Vamos aproveitar o dia para vasculhar este lugar.
Os dois acordaram os outros e checaram Mondegärd. O velho acordou e reclamou de dores de cabeça. Felizmente estava bem. Levantou-se e notou a energia de volta ao corpo.
- Basta uma noite bem dormida para ter minha magia de volta – comemorou, arrancando sorriso de todos.
- Muito bem – chamou Dario – finalmente vamos iniciar nossa procura pelo artefato. Hoje de manhã voltei até onde Gerolt caiu e, no caminho, passei pela armadilha das pedras. Pelo que pude notar, tratava-se de armadilha preparada manualmente. Quero dizer: não trata-se de magia, mas sim, deve ter sido feita por Meriedro, outro aventureiro ou talvez por aqueles que vivem neste templo.
- Isso não cheira nada bem, capitão... – pontuou Isa. – Ah! Antes de prosseguirmos, e se o Monde der uma olhada nas inscrições do lado de fora?
Assim foram todos para a entrada do local. Mondegärd passou cerca de meia hora tentando decifrar os signos.
- Não entendo... Nunca vi sinais como estes antes. Perdoe-me, senhor Dario, mas realmente é estranho. Já estudei muito sobre línguas antigas, das raças do Sul e até mesmo do Norte, mas estas são de um povo de um local desconhecido, ou de um tempo ancestral.
Sem ter mais o que fazer ali, os cinco partiram pelo corredor cheio de musgo. Como o caminho até as escadas estava iluminado pela fraca luz vinda do portal, não precisaram da tocha.
Depois de caminharem algum tempo pelo corredor, chegaram até uma grande escadaria; ao olhar para cima, notaram luzes vindo do piso superior. A escada, entretanto, parecia ter mais de duzentos degraus, estendendo-se por muitos metros.
Com extremo cuidado, subiram os degraus e com algum esforço chegaram ao fim. Antes de verem o que havia além da escada, no entanto, Adriel chamou a atenção dos companheiros:
- Estão ouvindo? Parece o som de madeira crepitando...
- Tem razão – concordou Celine – e a luz também fica se movendo. Deve ser uma tocha.
- Fiquem aqui. Vou dar uma olhada antes – comandou Dario.
O capitão subiu o restante da escada sozinho e abaixado. Quando teve vista do andar, observou um curto corredor com tochas nas paredes desembocando em grande salão de pedra.
- Podem vir, não tem ninguém.
Todos chegaram ao andar superior e estudaram o ambiente. Caminharam pelo estreito corredor e estranharam as tochas acesas – como se alguém as tivesse preparado recentemente. Ao fim da estreita entrada iluminada, o espaço abria-se em grande salão de pedra. Haviam corredores para a direita e para a esquerda, além de uma larga escadaria à frente. O ambiente era gélido e desagradável; parecia úmido e seboso, provavelmente por conta dos musgos subindo pelas paredes e as gotas caindo aqui e ali.
- Que medo... – soltou Celine, aproximando-se de Dario.
- Controle-se, mocinha – repreendeu Isa, dando um tapinha nas costas da jovem. – Provavelmente este salão não é o pior que encontraremos por aqui.
- Ei! Vejam ali! – Adriel assustou-se e apontou para a escada central, em seguida correu desenfreado na direção em que apontara, deixando o resto do grupo para trás.
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Era Perdida: O Globo da Morte
FantasiaSaiba mais no site - www.eraperdida.com.br Até onde você iria para fazer a vontade de seu rei? Arriscaria sua vida e a de seus melhores amigos? Quando um conhecido e poderoso mago chegou ao castelo para uma reunião com o rei e seu primogênito, t...