Vovó

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Victor

Dirigi até o endereço que Tom me passou .

Mas não cheguei em restaurante nenhum .

E sim em uma casa de dois andares, muito bonita que era rodeada por um enorme jardim , e um pequeno parquinho.

Pensei em ligar e pedir o endereço certo. Mas pude ver Tom parado na frente do portão me esperando.

O que não fazia sentido nenhum .

Porém eu estou falando do Tom ele em si não faz sentido.

Cara estranhão

Estacionei o carro e fui na direção dele que tinha um sorrisinho estranho no rosto .

— Não íamos jantar ? - questiono

— sim nós vamos- franzi o senho

— aqui ?

— sim, preciso da ajuda de alguns amigos pra te falar sobre o assunto .

Dei de ombros  e o segui até a porta . Assim que ele tocou a campainha senti meu corpo todo se arrepiar.

Uma mulher de uns 40 anos abriu a porta com um sorriso mas engoliu em seco quando viu Tom.

— olá Lúcia, já estão todos aí ?

— Sim, acho que eu devo chamar a...- Tom a interrompe

— não precisa se preocupar

Ele me "empurra" pra dentro da casa e entra logo em seguida.

Eu escutava vozes vindo da onde eu imagino estar ocorrendo o jantar .

— vamos garoto - Tom foi me empurrando em direção as vozes.

Então aconteceu, avistei a mesa enorme com os adultos sentados e uma pequena mesa infantil com três crianças .

Foi inevitável ficar em choque, meu olhar foi direto pra os meus pais.

Eles estavam lado a lado sorrindo, o que eu não via acontecer a muito tempo .

Todos os olhares vieram na direção onde entrei, vi quase todos os sorrisos morreram.

Minha mãe chegou a ficar branca que nem papel.

Bruno e o pai dele me abriram um sorriso simpático .

Acho que eles estavam tão perdidos na história como eu .

E o Pedro ?  Pedro veio correndo em minha direção sobre o olhar furioso de sua mãe .

—- titio vito- agarrou minhas pernas .

—- filho ? O que ?— dona Angélica estava em choque

— então você já conhecia o Pedro ?- Tom perguntou ao meu lado .

— Tom o que você está fazendo ?- minha mãe perguntou calmamente, mas era quase palpável o nervosismo

— ué reunindo a família para jantar .

— Amor- bárbara chamou Pedro que já se encontrava no meu colo - fica um pouquinho com o Bruno , mamãe precisa conversar com seu tio- ela disse a última palavra com desdém.

— mas mamãe- fez biquinho- quelia ficar com o titio vito

— João Pedro - ela respirou fundo, estava tentando se controlar

— vai lá campeão depois a gente se fala - coloquei ele no chão e fiz toque com ele, vi Babi revirando os olhos .

Babi puxou Tom e eu para a sala .

—Mas que caralho está acontecendo aqui ?— ela estava obviamente irritada, provavelmente vai sobrar pra mim e eu não fiz porcaria nenhuma

Isso que dá ser curioso .

— Minha mulher comentou sobre o jantar em família- o sorriso cínico estava presente .

— Tom- ela estava tentando manter a calma- você não faz parte da minha família. E sabe muito bem que não é bem vindo aqui - respirou fundo - esses jantares ocorrem a quase três anos e você NUNCA foi convidado -seu olhar veio em minha direção-  E você o que pensa que tá fazendo ?

— Não sabia que era sua casa, Tom não comentou - dei de ombros

Estava sendo sincero, não estaria aqui por vontade própria .

— vai se fuder Victor Augusto - ela veio na minha direção estava vermelha de ódio - eu quero você longe do meu filho. Quantas vezes vou ter que dizer

—- vai se fuder você.- me estressei nesse caralho- já disse que não sabia que era a porcaria da sua casa. E quando me aproximei do JP não sabia que ele era seu filho .

—- JP? Seu panaca. Já tá com toda essa intimidade com ele ? Você não tem direito

— você fala como seu fosse fazer mal a ele .

— você já fez mal o suficiente Victor- deu um sorriso amarelo - você não merece atenção do MEU filho .

Meu olhar foi parar no Tom, que estava sentado no sofá assistindo o showzinho parecia estar se divertindo pra caralho .

Que porra está acontecendo  aqui ?

— mal ? De que  porra você está falando ?

— SEU CÍNICO, VAI A MERDA

— VAI VOCÊ  SUA DEMENTE - eu gritei com ela, Babi não admite que ninguém grite com ela

Vejo o controle da televisão "voando" na minha direção por sorte consegui desviar .

__ VOCÊ TÁ LOUCA?

—- NÃO GRITA PORRA

Não tive tempo de responder porque Pedro pareceu correndo na sala .

Fazendo a Bárbara largar o vaso que  certamente planejava jogar em mim

— não pode bigar- ele tava com os olhinhos com lágrimas .

— desculpa ele veio correndo, vamos voltar pra lá Pedro deixa sua mãe e seu tio conversarem. E você também Tom, nem deviria estar aqui - minha mãe apareceu logo em seguida

— não quelo vovó - fez bico

Espera aí vovó ?

Pedro chamou minha mãe de vovó ?

Angélica pegou Pedro no colo e saiu da sala, como se nada demais tivesse acontecido.

Como se estivesse tudo normal .

Puta merda.

Não pode ser, não mesmo

Sempre te amei Onde histórias criam vida. Descubra agora