CASO YOKI

476 9 0
                                    

ELIZE MATSUNAGA SOB À ÓTICA DA PSIQUIATRIA FORENSE
Por Juliane Rangel, baseado no livro Insania Furens de Guido Palomba

O CRIME :

"Elize Matsunaga, nascida em 29 de novembro de 1981, em Chopinzinho – PR , no dia 19 de maio de 2012, pouco depois das 20h, no interior do apartamento em São Paulo, onde morava com seu marido, Marcos Natsunaga, e a filha do casal, com uma pistola calibre 380, efetuou um único disparo em seu marido, na região da fronte esquerda, orientado de frente para trás e de cima para baixo.

Da causa mortis: “... choque traumático (traumatismo cranioencefálico por agente perfurocontundente, projétil de arma de fogo (bala) e associado à asfixia respiratória por sangue aspirado devido à decapitação, conforme evidenciado no laudo de exame de corpo de delito”.

Perpetrado o crime, a acusada esquartejou o cadáver, inseriu as partes e as roupas da vítima em sacos plásticos, acondicionando-os em três malas, que foram conduzidas até o seu automóvel. Em seguida, rumou até uma estrada em São Paulo, jogando, na extensão de 4,2 km, as partes do corpo.

Foi denunciada pelo insigne representante do Ministério Público como incursa nas penas dos arts. 121, § 2º, I, III e IV, 211 e 61, II, e, in fine, todos do Código Penal. Com lastro no art. 413 do Código de Processo Penal, Sua Excelência, o Meritíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do 5º Tribunal do Júri da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, pronunciou-a para ser submetida a julgamento pelo Tribunal do Júri, por infração ao art. 121, § 2º, I (motivo torpe), III (meio cruel) e IV (emprego de recurso impossibilitando a defesa da vítima), e o art. 211 (destruição e ocultação do cadáver do ofendido), ambos do Código Penal."

GUIDO ARTURO PALOMBA. Insania Furens - Casos Verídicos de Loucura e Crime Insania Furens - Casos Verídicos de Loucura e Crime (pp. 63-64). Editora Saraiva. (ALGUMAS INFORMAÇÕES FORAM ADICIONADAS)

O RELACIONAMENTO E A PROVÁVEL MOTIVAÇÃO DO CRIME

Em depoimento à polícia e em juízo, Elize relata sobre sua vida pregressa na cidade natal e seu relacionamento conturbado com o marido. Afirma que se conheceram em 2004, através de um site de relacionamentos, o qual Elize oferecia seus serviços como prostituta. Marcos Natsunaga era casado e tinha uma filha, mas manteve o relacionamento extraconjugal com Elize durante três anos, até que decidiu se divorciar e casar com a moça, em 2009.

Viveram em perfeita harmonia por um breve periodo, até meados de 2010, quando Elize começou a desconfiar que estava sendo traída. Contudo, frente a sua gestação, no final de 2010, o casal se reaproximou.

Todavia, nos anos subsequentes, a desconfiança de Elize volta à tona, e a partir de então, brigas e desentendimentos começaram a fazer parte da vida do casal.

Atordoada com a dúvida acerca das traições, Elize contrata um detetive particular e viaja a sua cidade natal ( mesmo após anos sem contato com a família), no dia 17 de maio. Durante a viagem, o detetive obteve imagens que comprovaram o caso extraconjugal de Marcos com uma prostituta.

Em seu depoimento à polícia, a amante confirmou seu caso com Marcos e que este, assim como havera solicitado a Elize quando se conheceram, requisitou exclusividade de seus serviços sexuais.

No mesmo dia que descobriu a traição, Elize viajou de volta à São Paulo, isto é, no dia 19 de maio de 2012, dia do crime. Mas antes, comprou uma makita (serra) no Paraná. Questionada pelas autoridades sobre tal compra, afirmou que seria um presente para Marcos abrir caixas de vinho.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE ELIZE

Para chegar a um diagnóstico, através de uma perícia indireta, o psiquiatra forense Guido Palombo fez uma análise dos depoimentos, laudos periciais e vida pregressa de Elize.

Casos CriminaisOnde histórias criam vida. Descubra agora