Sua Companhia

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Liu Kang ficou ali sentado no chão com a mulher nos braços, não tinha noção do tempo, apenas ouvia a chuva, os trovões e o choro dela e foi assim até que ela se acalmasse.

− Me perdoe, por favor me perdoe? – Pedia enquanto chorava ainda abraçada a ele.

− O que houve? Por que está pedindo perdão? – Perguntou sem entender. Ela apontou para trás dele e ele se virou observando a estátua do jovem escolhido. – Minha querida, mas isso já faz tanto tempo. – Disse calmo e sorrindo enquanto, passava a mão direita no rosto dela, afastando os cabelos negros, Kitana negou.

− Eu-eu acreditava, eu achava que tudo aquilo era certo e-e.... – Mal conseguia falar, sentia-se horrível, a ponto de seu peito sentir-se esmagado.

− Eu sei. – Ainda calmo. – Kitana, ninguém aqui está bravo com você por isso, isso aconteceu a literalmente muito tempo para nós. Eu vi você, vi como mudou desde aquele dia, como posso acusa-la por algo que já não é? – Curioso.

− Não, não eu.... – Havia machucado Annchi, nem sabia como ela estava, se havia se ferido com gravidade. – Eu fiz tantas coisas horríveis, coisas imperdoáveis. Como-como poderia pedir que-que olhasse para mim com amor? – Chorou.

− Não diga isso. – Quase sério a abraçou novamente. Começou a pensar porque só agora ela havia ficado incomodada com aquilo, nenhum deles ousava se quer tocar no assunto, o passado era passado, ela era uma boa Kahn que afastou a ameaça de destruição deles, todos ali, principalmente Lord Raiden se alegravam com a presença dela, então.... – Por favor, me diga quem disse coisas más para você? – Pediu a olhando. Ela negou. – Estava feliz, estava aproveitando tudo, nunca me falou sobre isso, não iria se acusar sozinha de repente, depois de uma noite tão calma. Quem acusou você? – Perguntou novamente, mas em momento nenhum parecia bravo ou exaltado.

− N-não é importante. – Não o olhava.

− Foi Annchi, não foi? – Conseguiu dizer, ela definitivamente passou dos limites. O silencio dela confirmou a suspeita.

− Ela tem razão, não mereço olhar para você assim depois daquilo. – O olhou agora, com os olhos amendoados em lágrimas.

− Nós passamos pela mesma coisa.... Não machucou a mim. – Tentou dizer.

− Se eu fosse capaz teria, teria feito a mesma coisa e-e.... – Kitana voltou a chorar só de imaginar o cenário possível. – Eu machuquei ela, pedi que saísse do meu quarto ela não saiu então, então eu acabei a empurrando com muita força, com meu poder. Me desculpe, eu não queria não.... – Tentando se explicar de forma afobada.

− Tudo bem, tudo bem. Se acalme. Não precisa se preocupar, se tivesse a machucado de verdade a essa altura ela já teria reclamado. – Calmo. – Me perdoe, é minha culpa ela se sentir à vontade para te dizer essas coisas, para se achar no direito. Eu devia ter sido claro com ela desde o início. Achei que ela me entendia. – Pediu sentindo-se culpado.

− Não. Ela tem razão. – Disse sem o olhar.

− Kitana....

− Me desculpa, por favor me desculpa. Eu-eu não deveria. Não deveria ter vindo. Feito todos vocês olharem para mim, conviverem comigo. – Chorosa ainda, mas como resposta foi abraçada com carinho. Ele sentia-se desesperado, se ela dissesse que queria voltar e nunca mais vê-lo, o que ele poderia fazer, ir atrás dela podia ser um escândalo e claro ela podia se recusar a vê-lo. Talvez ela só precisasse dormir bem, descansar para ver que ninguém a julgava. Eles ficaram mais um tempo ali abraçados.

− Vamos, eu levo você para o seu quarto, se quiser fico até dormir. – Disse simples a ajudando a se levantar e não soltou mais a mão direita dela.

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