Bucky Barnes 28

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Me levantei sentindo todo meu corpo doer. Meus olhos tentavam se acostumar com a claridade do cômodo, quando finalmente minha visão focou, observei o ambiente ao meu redor. Parecia ser... Um quarto, obviamente era um quarto... Mas... Meu quarto? Não conseguia reconhecer nada ali...
Me levantei da cama, sentindo uma dor em meu abdômen, instintivamente, coloquei a mão em cima sentindo o grande curativo ali. Como eu havia me machucado? Andei lentamente até o espelho, chutando um sapato masculino, uma bota parecida com aquelas que o exercito usa... Olhei a decoração, e parecia ser um misto de coisas femininas e masculinas.
Me sentia totalmente confusa, não me recordava de nada, nem sequer de meu nome.
Coloquei uma blusa que achei jogada ali, e sai daquele quarto. Segui por um corredor comprido, que terminava numa sala gigante, com móveis caros e chiques. Tinha algumas pessoas ali, pareciam estar tentando consolar uma jovem que chorava abraçada num travesseiro.
- Wanda... Não foi sua culpa... - um homem loiro falou passando a mão no rosto da menina.
- s/n é forte... Ela já passou por cosias piores... - uma mulher de cabelos ruivos respondeu.
- ah... Onde... Eu estou? - perguntei sem jeito por interromper a conversa.
Todos se entre-olharam confusos, não mais confusos que eu.
- boneca... Não devia estar fora da cama... - um homem alto e forte, com um braço estranho veio em minha direção, tentando passar os braços ao meu redor, mas eu me afastei. - boneca? Está se sentindo bem? - tentou encostar no meu rosto, mas me afastei de novo.
- ah... Eu te conheço? - perguntei me afastando dele e encostando na parede atrás de mim.
O homem olhou pra mim com um misto de confusão e medo, e em seguida olhou para os outros ali.
- s/n? - o loiro se levantou e veio até mim. - você sabe onde está?
Balancei a cabeça negando rápido, olhando todos ali, que me encaravam assustados.
- sabe quem nós somos? - um homem negro perguntou parando perto de mim.
Neguei de novo, ouvindo um gemido de choro vindo do sofá, mais especificamente, da mulher que abraçava o travesseiro. O homem do braço estranho tinha uma expressão de pânico em seus olhos, mais pânico que eu.
- qual a última coisa que se lembra? - o loiro perguntou.
- eu... Eu... - travei olhando pra todos. - eu me lembro de acordar... Sentir uma dor... E... Nada...
- não se lembra de nada?! - o homem de braço de ferro perguntou num tom de surpresa chegando mais perto de mim, que em reflexo dei mais um passo pra trás. - não... Se lembra... De... Nós? - falou receoso num tom mais baixo.
Neguei de novo, vendo o homem cerrar os punhos e seu rosto entrar numa expressão raivosa.
- me... Me desculpe... - respondi me encolhendo um pouco.
- não é sua culpa... - a mulher ruiva falou vindo na minha direção. - você sofreu um acidente...
- que tipo de acidente?
- um acidente de trabalho... - o loiro respondeu antes da ruiva.
- meu nome é Natasha, você me chama de Nat. - a ruiva, agora Natasha, esclareceu enquanto me levava até o sofá. - essa é a Wanda. - falou apontando pra mulher que chorava. - aquele loiro, é o Steve, mas você chama ele de picolé ou vovô... - continuou e o loiro deu um sorrisinho como se lembrasse de algo, que eu não. - aquele é o Sam, você chama de passarinho, e... Aquele ali... É o Bucky... Você chama ele de...
- Bucky. Você me chama de Bucky. - o homem de braço de metal interrompeu, corrigindo a Natasha.
Todos olharam pra ele confuso, mas ele manteu a postura dura e tensa, sem mexer um único músculo.
- todos... Moram aqui? - perguntei recebendo sorrisos em resposta.
- faz parte do trabalho... - Sam respondeu com orgulho.
- trabalhamos juntos?
- sim... - Natasha me respondeu.
- e... Qual foi meu acidente? - perguntei e o clima ficou tenso. Todos olharam pra mim e em seguida pra Wanda, que limpou uma lágrima e olhou pra mim.
- foi... Minha culpa... - ela falou.
- não... Wanda... Não foi...- Natasha cortou ela.
- estávamos numa missão... E... Tudo começou a dar errado... Eu... Te atingi por engano... E...
- me atingiu? Quer dizer atirou em mim? - perguntei confusa.
- não... - ela soltou uma risada. - eu te acertei com... Isso... - fez uma bola de energia aparecer em suas mãos, me deixando um pouco assustada.
- mas foi um acidente... - Sam completou.
- eu... Não queria te machucar... Eu juro... Eu... Só me... Descontrolei... E... Eu sinto muito... - Wanda falou começando a chorar de novo, e em um instinto eu abracei ela.
- está tudo bem... Eu te perdôo... - falei.

Depois de alguns segundos com a mulher chorando em meus braços, ela eventualmente se acalmou, se afastando.
- eu sinto muito... Mesmo...
- eu sei... Está tudo bem... - respondi.
- Wanda... Você... Pode tentar fazer aquele negócio igual que você fez com Bucky? - Sam perguntou.
- o que você fez com o Bucky? - perguntei rápido e instintivamente, deixando uma risadinha sair de todos, me deixando mais confusa.
- ela... Recuperou algumas das minhas memórias. - Bucky respondeu.
- talvez ela possa trazer a sua de volta... - Steve completou entendendo o plano.
- eu... Posso tentar... Se ela quiser...
- eu... Acho que não tenho mais nada a perder... - respondi rindo.

Wanda levou sua mão até minha testa, movimentando os dedos deixando uma onda de magia escarlate entrar em minha mente.

Uma sequência de números veio em minha mente, mas... Nada.

- eu... Não acho que consigo... - Wanda falou se afastando. - as memórias estão ali, mas... Trancadas... Com o tempo elas vão sair...
- então só temos que esperar? Isso é bom... - Sam respondeu sorrindo pra mim.
- 3...2..55...70..38... - falei baixo olhando pro horizonte.
- o que? - Natasha me perguntou.
- esses números... Eu... Me lembro deles... Eles estão se repetindo... 32557038... - falei em voz alta, e automaticamente todos olharam pra Bucky. - vocês... Sabem o que eles são?
- eles são... - Steve começou a falou.
- são os números da minha dog tags... Da época do exército... - Bucky respondeu.
- e... Por que eu sei disso?
- porque... Você dois... - Sam começou a falar.
- Sam. - Bucky falou grosso, impedindo o homem de terminar a frase.
- o que nós somos? - perguntei.
- colegas... - Bucky respondeu. - apenas... Colegas...

Todos olhavam Bucky com confusão nos olhos, inclusive eu. Aqueles números não saiam da minha mente... E... Por algum motivo... Eu tinha certeza que eu não era apenas sua colega...

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