Rosa Diaz 1

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Eu a olhava, prestando atenção em cada detalhe de seu rosto, seus cabelos cacheados negros caindo sobre seus ombros, sua boca pintada de vermelho escuro, seus olhos focados no caso que Holt havia lhe dado... Ela era uma obra de arte perfeita. Não conseguia fazer outra coisa a não ser olhar pra ela. Desde que entrei aqui, ela é um mistério pra mim, e acho que é por isso que gosto tanto dela.
Para a minha felicidade, nossas mesas são uma de frente pra outra, então eu a admirava todos os dias.
- está me olhando de novo, s/n. - sua voz me trouxe de volta a realidade.
- desculpe. - voltei meu olhar pra tela do computador, mas pude ver o sorrisinho de canto de boca que ela soltava.
Antes que pudesse reagir a isso, uma mensagem chegou em meu computador, me chamando a atenção.
" Você tem que falar pra ela. " - Jake.
" Tá brincando?! Falar de sentimentos com a rosa Diaz?? " - respondi.
" Ela não morde. "- Jake.
" Eu não tenho certeza disso."
" Tem razão. Talvez ela morda." - Jake.
Eu ri da sua resposta, eu e Jake éramos amigos desde que cheguei na 99, ele foi a primeira pessoa que soube que eu era lésbica. E sempre " shippou" eu e a rosa, mas eu sempre achei impossível, já que ela era tão foda e eu... Só eu. Simples.
Enquanto sorria pra tela do computador, rindo sobre o que Jake tinha falado, meu olhar caiu sobre rosa, que me olhava com um olhar de matador.
- rosa? - sem resposta. - eu fiz alguma coisa? - perguntei vendo seu olhar de matadora sobre mim.
- não. - respondeu seca.
- okay...
" Ótimo, agora ela está brava comigo. Sua culpa peralta." - mandei uma mensagem pro Jake, ele riu alto e me olhou, rosa encarou ele com o mesmo olhar de ódio, que fez ele parar de rir imediatamente.
- s/s/n, Diaz, preciso que façam uma tocaia hoje. Passarei o endereço. Procuramos um sujeito caucasiano, de 1,80, homem. Cabelos loiros. - Holt falou deixando o arquivo do caso na mesa da rosa.
- homem, branco, cabelo loiro? O que ele fez pra estar sendo procurado? Matou o presidente? - brinquei assim que o capitão se afastou da mesa. Rosa soltou uma risada deliciosa de se ouvir. - eu fiz a rosa Diaz rir!!! - apontei pra ela.
- não, não fez. - ela voltou a ser seria.
- fiz sim.
- não fez. Cala a boca. - ela falou como se estivesse brava, mas eu sabia que era fingimento. Ela estava rindo sim. Sabia disso.
"Tocaia juntas? Sabe o que significa?" - Jake.
" Que vamos prender um bandido?" - respondi.
" Vai rolar beijinhos..." - Jake.
" Cresce Jake." - respondi e fechei o computador.

Na tocaia.
Estávamos em silêncio a quase duas horas. Não me importo em ficar em silêncio, principalmente com a rosa. Era um silêncio confortável... Bom.
- você e o Jake... Tem alguma coisa? - a voz dela cortou o silêncio como faca.
- o que?! NÃO! - respondi surpresa. - por que acha isso?!
- vocês conversam muito... E você sempre ri com ele... - me respondeu... E tinha alguma coisa na voz dela que não era certo... Como se estivesse chateada.
- ah claro... Somos amigos... Só isso. Eu e o Jake juntos?! ECA NÃO! - brinquei tentando aliviar o clima.
- hum... - me respondeu ficando em silêncio em seguida.
- rosa, você sabe que eu sou lésbica certo? - perguntei e rosa se engasgou com a própria saliva.
- você é?!
- sim. Jake sabe disso. Só ele. Bom... E você agora. Por isso sou próxima dele. Mas não gosto DELE. - falei enfatizando a última palavra. Rosa me olhou nos olhos pela primeira vez na tocaia toda.
- não gosta?
- não...
Ela pareceu surpresa por alguns segundos, mas depois ela sorriu.
Seus olhos pousaram na minha boca, me fazendo sorrir também. Aos poucos nos aproximamos, ficando perto o suficiente para sentirmos a respiração uma da outra.
Em um movimento rápido, rosa colou nossas bocas, me beijando com uma delicadeza maravilhosamente surpreendente.
O beijo foi ficando cada vez mais intenso, sua lingua pediu passagem para minha boca, e obviamente, eu cedi. Nossas línguas dançavam como se fizessemos isso a muito tempo. Tínhamos uma sincronia perfeita.
- Diaz, s/s/n? Como estão as coisas na tocaia?! - o rádio do carro tocou, nos assustando e separando nossos lábios.
- tudo certo capitão. Nenhum movimento suspeito. - rosa falou pegando o rádio. Sua voz estava meio afobada.
- isso cortou o clima... - falei assim que ela desligou o rádio.
- com certeza... Mas talvez a gente possa continuar o clima num bar... Amanhã às 21?
- claro!

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