Uma vez ele chegou e passou rapidamente pelo corredor, só deu tempo de dizer olá. Quando foi na segunda vez, ouvi os passos em minha porta, vi ela se abrindo e a cabeça do meu irmão se infiltrando no meu quarto como o menino sorrateiro que era.
Eu estava lendo um dos meus artigos da faculdade quando a porta rangeu mais uma vez. Do espelho que dava para a porta, eu via meu irmão querendo entrar mas não podendo dada a barreira de sal envolta da porta.
Desliguei o Kindle e disse:
"Vá em paz, esse não é o seu lugar."
Ele balançou a cabeça mas nada disse.
Continuei olhando para o espelho, alguma coisa estava errada. Meu olhar se alternava entre a porta, agora vazia, e a presença mais que constante daquele rostinho em meu espelho."Vá embora."
Só que ele não se foi.
Nunca ousou ir.O quarto se desconfigurou e a recriação daquele dia se foi. A cela acolchoada agora abriga o que restou daquele massacre.
Não existem demônios ou fantasmas, eles só são reais quando se infiltram na sua cabeça e se alimentam da culpa que te corrói.
Do alto da cela, uma voz reverberou:
"Pronta para mais uma sessão?"
Gostou do que leu?
Que tal uma estrelinha ⭐?Srta. W
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Historietas Macabras: Para leitores que tem pressa | Vol. 01
Short StoryO ser humano é inegavelmente atraído por histórias que exprimam o horror desde os tempos imemoriais. Repassadas oralmente, elas colocam os filhos dos seus filhos para dormir, deixando subentendido o aviso de que o mal está sempre à espreita. Em "His...