15 · TUTU

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Meu irmão, em uma de suas tantas idas a casa da namorada, se deparou com uma coisa muy estranha enquanto passava de moto à beira de um milharal: os pés, enfileirados naquele lote, se mexiam em uma dança estranha sem a presença de vento algum!

Primeiro ele achou ser coisa de bicho. Depois, coisa de gente que se metia no meio do mato para namorar. Curioso e doido para dar um susto nos pombinhos pé-rapados, ele se aproximou cautelosamente.

A luz da moto incidia sobre os pés de milho, esses que estavam quebrados e parcialmente amaciados por um alguém que se dispunha a adentrar na sinistra plantação, que mesmo à luz do dia, não parecia ser muito convidativo à primeira vista - visto que um corpo fora encontrado por aquelas redondezas recentemente.

Quem, em sã consciência, transaria naquele local?

Sabendo que tem doido para tudo, meu irmão, há uma curta distância, buzinou três vezes seguidas para o que quer que estivesse ali se mexesse e parasse de graça. Inicialmente, os pés de milho pararam de se mover, então, passos e gritos animalescos vieram dali!

Meu mano subiu na moto e ouviu aqueles cascos o acompanharem enquanto aquela coisa corria junto dele. Quando chegou na casa da namorada, agoniado de tanta medo e com os olhos vidrados de terror, ele contou para o sogro o que diabos acontecera.

O pai da minha cunhada não ficou muito impressionado ou mesmo surpreso com tal relato. Afinal, o velho já estava acostumado com as histórias daquelas terras pois logo tratou de dizer ao meu irmão que ele provavelmente havia cruzado com o Tutu, e que foi por muito pouco que ele havia escapado.

Teve sorte, sim senhor!
Coisa que não posso dizer do defunto encontrando naquele mesmo lugar em que meu irmão estivera.

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Srta. W

Historietas Macabras: Para leitores que tem pressa | Vol. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora