Descontados os meses de recuperação,fazia anos que ninguém lhe dava banho.Ele não via curiosidade de se expor à curiosidade de mulheres enquanto se banhava.Hayley era diferente,pois não flertava e nem sorria de maneira afetada.Longe disso,pensou ao reclinar-se de costas e apreciando uma bem-vinda e inexplicável pausa da dor de estômago.
Devagar,Klaus deixou o olhar percorrer as feições de Hayley.Incrível como ela se revelava adorável.
Os pensamentos foram interrompidos com um puxão no braço.Ela estava a ensaboá-lo,mas para ele,sem dúvida,a esposa tinha a intenção de machucá-lo.
Hayley rodeou a banheira a fim de lavar o outro braço e Klaus sentiu-lhe o perfume.Era puro e inebriante como o de flores silvestres.Misturado ao vapor da água,ele pairou no ar provocando-lhe os sentidos roubando-lhe a tranquilidade.O ambiente mudou e,quando ela curvou mais,só piorou.Nervoso,ele sentiu a tentação de esticar a mão e tocar a trança e soltá-los.
Klaus abaixou o olhar,mais só piorou.Hayley,agora,esfregava-lhe o peito,os dedos entrelaçados com os pêlos ao passar o esfregão.Respirou fundo e a viu levar a mão para cintura,massageando-lhe os músculos mais devagar,com mais suavidade...
Há quanto tempo ninguém o tocava dessa forma?Klaus nunca se sentirá confortável com contatos íntimos.Mesmo suas experiências com mulheres eram rápidas e seguras.Apesar disso,não sentia a costumeira repulsa agora.Aliás,uma onda de calor espalhava-se por seu corpo,provocando-lhe a sensação...
Quando o pulso de Hayley roçou-lhe a coxa levantada o banho relaxante transformou-se em algo muito diferente.Uma reação repentina e inesperada o dominou.O sangue latejou nas veias e o sexo enrijeceu.Por um momento,ele desejou apenas que seus dedos o acariciassem e lhe proporcionassem alívio.
- Sai daqui! - Gritou.
Não querendo que Hayley visse as reações a seu toque,Klaus sentou-se na banheira,esborrafando água no chão.
- O que? - Ela perguntou.
A expressão de desagrado tinha sido substituída por outra de ofuscação.Hayley parecia uma mulher pronta para ser amada.
- Sai daqui! - Klaus gritou novamente.
Dessa vez,a ordem foi entendida.Ela largou o esfregão e o sabonete para,em seguida,sair correndo.Só depois da porta bater com estrondo,Klaus soltou a respiração presa e tentou controlar o corpo.
Quando se acalmou,deu-se conta de que a esposa corria pelo castelo com um vestido curto e descalça.Se um cavaleiro cruzasse com ela,poderia considerar presa fácil.Embora não quisesse levá-la para a cama,Klaus não queria que ninguém pusesse as mãos em propriedade sua.A simple idea o deixou possesso.
Praguejando saiu da banheira e vestiu a calça jogada no chão.
Ao deixar o quarto e alcançar o corredor, nada mais importava a não ser encontrá-la antes que alguém o fizesse.Um outro homem podia se sentir tentado por seu lindo rosto e pelo seu corpo de formas sensuais.
****
Hayley entrou no primeiro quarto que encontrou aberto.Embora menor que o de Klaus,era tão luxuoso quanto ele.Porém,ela não admirou os móveis e tapeçarias,indo diretamente para a janela onde havia um assento forrado com almofadas coloridas.Sentou-se e,com as mãos no rosto,entregou-se às lágrimas.
Hayley não havia chorado desde a morte de Mary.Agora o pranto e os soluços a dominavam.A tristeza,de ver como sua vida séria isolada,se Klaus estava disposto a tortura-la.
Bem,certamente não iria suplicar a ele.Reprimiu a mágoa,enquanto corria pelo corredor,imaginando o que teria feito de errado.
Hayley olhou pela janela,que tinha acabado de abrir.O cheiro das flores preencheu o quarto.
Estava frustrada com o estado de seu casamento,mas também estava determinada a fazer dar certo.E daí se o marido a odeia?Não poderia ao menos tentar?
Klaus não sentia nenhum desejo por ela?Hayley achava que sim.Podia não ser uma mulher experiente,mas viu o brilho nos olhos azuis,quando eles estavam sozinhos na fogueira.Uma vez viu o corpo de Klaus ficar tenso quando ela se inclinou para frente afim de pegar uma maçã numa caixa cheia de frutas que estava mais perto dele.Não,Klaus não era imune a ela,por mais que quisesse ser.
Ela percebeu que ninguém ia fazer dar certo,exceto ela.
Relembrou das coisas que lera em livros,junto com os conselhos de Mary,esperou pelo marido.
Escolheu um vestido vermelho curto,que tinha achado num dos malotes que o criado,chamado de Josh pelo marido,lhe trouxe,e também trançou os cabelos.
Hayley chorava de desapontamento ao ver o que tinha feito.Seu plano não deu certo,e ela era a única culpada por isso.Tudo que fizera tinha sido tentar fazer Klaus não odiá-la.
O que parecia uma ideia brilhante antes agora parecia uma loucura total.
Tudo que parecia bonito,agora não parecia nada.Pois sentia um terrível vazio,e uma dor profunda por seu marido não vê-la como mulher.
Ela perguntou como iria conseguir suportar uma existência tão vazia e solitária,sabendo que não havia esperança de que o marido um dia mudasse.
Teria continuado por muito tempo,chorando,se não ouvisse uma voz estranha.Virou-se e deparou-se com uma mulher de meia-idade.
- Não chore,meu bem.Conte aqui para Carmen o que aconteceu e acabará se sentindo melhor.
Desde a morte de Mary,ninguém a tinha consolado nos momentos de tristeza.Instintivamente,aconchegou-se no peito de Carmen e murmurou entre soluços:
- Sou uma desajeitada e feia.Ele me odeia!
- Nada disso,minha menina.Nem de longe é feia.Deixa eu olhar bem para senhora.
Tentando reter as lágrimas,Hayley levantou-se e esperou que a mulher a examinasse,virando-a de um lado para outro.
- Seus olhos castanhos são lindos.Aposto que com seus cabelos castanhos e lindos será suficiente para provocar a paixão de um homem.
Desacostumada a qualquer tipo de elogio,Hayley enrubesceu.Embora achasse que as palavras de Carmen tinham o propósito de consolá-la,viu-se sob uma perspectiva diferente.
- Mas quem foi o grande tolo que a fez se sentir feia? - Alice perguntou.
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A Esposa Selvagem - Klayley
RomanceApós lutar nas cruzadas e ser abandonado para morrer por seu vizinho Jackson Kenner,Niklaus Mikaelson,ou Klaus,tinha apenas um propósito na vida...vingança.Mas seu desejo jamais seria realizado,Kenner foi morto e não tinha sido por suas próprias mão...