A Esposa Selvagem - Klayley

Capítulo 10

– Como pode respirar com uma roupa tão apertada? – Klaus perguntou ao virá-la de costas e começar a soltar o vestido.

Em seguida pôs-se a massagear-lhe as costas.

Hayley sentiu o contato da mão quente atravessar a chemise.Seu pavor começou a diminuir.Para surpresa sua,achou o ruído da respiração de Klaus,baixa e rápida,relaxante,até a ponta dos dedos tocarem sua pele acima da chemise.

Abruptamente,ficou tensa.Sentia a pele queimar e uma excitação indesejável a dominou.Começou a respirar com dificuldades.Praguejando,Klaus afastou-se.

Ao retornar,pôs uma caneca de cerveja em sua mão.

– Sente-se e beba isto. – Disse ele.

Ela obedeceu e,devagar,tomou uns goles da bebida,cônscia da proximidade de Klaus sentado na cama,irradiando calor.

– Está melhor?Costuma ter essas crises? – Ele indagou.

– Não,raramente. – Hayley afirmou.

Fitou-o,mas ele desviou o olhar enquanto se levantava e virava de costas.

– Ótimo.Espero não vê-la mais assim.

Hayley o viu inclinar-se para frente e por a mão no estômago antes de endireitar o corpo.O movimento foi tão sutil que ela não o teria percebido se não o estivesse observando de perto.O marido,o grande lobo mal,sofria de algum mal?

A preocupação de Hayley evaporou-se quando Klaus virou-se e a fitou novamente com expressão cruel.

– Repouse,pois não quero que fique doente e morra.

Saiu do quarto batendo a porta e Hayley sentiu um aperto no peito que nada tinha a ver com o problema respiratório.

Devagar,ela pôs a bebida numa arca ao lado,levantando-se em seguida.Escondeu a faca,que trouxe para se defender em caso de perigo,embaixo da cama para que amanhã pudesse livrar dela.Acabou de despir o vestido e dobrou-o cuidadosamente.Então,deitou-se na cama e cobriu-se.

As brasas na lareira irradiavam calor,levando-a a dar-se conta do quanto sua nova acomodação era mais aconchegante do que seu antigo quarto.

Talvez nessa noite,o marido a deixasse em paz e ela pudesse dormir com um sono reparador.Mas existiam muitas noites por vir e Hayley sabia que o misterioso homem não apareceria mais para tranquilizá-la.

Exasperada,Hayley virou-se e praguejou contra a própria fraqueza.Sem dúvida não estava sucumbindo,ao toque do marido.Nem mesmo o rosto lindo dele deveria atraí-la.Não podia se esquecer do demônio que ele abrigava no coração.Klaus a tinha tratado bem por uns momentos breves,porém,ela conhecia a paixão que o dominava.Tinha‐a visto nos olhos azuis e dos ouvidos dele.

A única preocupação do marido era com a vingança.

****

A claridade do amanhecer já passava pelas frestas da venezianas quando Klaus se sentou na cama ao lado de Hayley.Ela estava encolhida como uma criança e tinha uma das mãos sob o travesseiro.Aliás dormindo,ela parecia muito jovem.O rosto,quase sempre marcado pela fúria ou orgulho,estava sereno,a pele quase luminescente.