Capítulo trinta

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— Eu concordo que você deveria ver o psicólogo.

— Até você? Não confia em mim?

— Confio — Adam pega minha mão(a única que tenho) e a beija antes de continuar a falar — Anna,é só pra previnir.

— Não precisa.

Percebo que Adam está irritado comigo,mas de jeito nenhum falarei com alguém que provavelmente vá achar que eu sou infantil. Realmente ninguém me entende,e nenhum psicólogo vai entender. Consigo ficar feliz deste jeito,não tenho mais vontade de me matar,está tudo bem.

Só que as vezes não estava,quando eu me via sozinha eu simplesmente desmoronava em um canto qualquer.

— Você acha que já pode ir nas aulas?

— Sim — Respondo me aconchegando mais em Adam — Por mais que daqui em diante minha letra vai ficar horrível e não acompanhei as matérias.

— Se você quiser, eu copio depois do meu pra você.

— Não precisa,não quero que seja meu escravo.

Adam ri com meu comentário, porém não acho graça.  Me levantei para sair do quarto dele,as aulas iriam começar,que por sinal estou faltando a dias. Depois que cheguei do hospital parece que as coisas acalmaram,mas eu sentia falta da minha mão.  Minha mãe falou que ia dar um jeito de amputar uma mão robótica em mim, o que eu acho horrível mas vou aceitar de bom grado.  Vanussa está bem mais delicada comigo,as meninas de antes não me atormentam mais. Só que as vezes,me sinto tão sozinha que parece que estou prestes a cair. Eu não deveria ter me cortado, sabia que a tentação de fazer de novo iria me consumir. Porém eu tinha Adam pra me dar forças, e por ele eu faria isso e muito mais.

O último corteOnde histórias criam vida. Descubra agora