Capítulo trinta e sete

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Acordo com um rosto me encarando, enrubeço ao olhar para Fábio.
— Você dormiu.
— Por que não me acordou?Que horas são?
Não espero uma resposta e pego meu celular,me saindo do colo de Fábio. Tem oito mensagens de Adam e cinco de Vanussa.
Adam (8)
Amei estudar com você ♥
Isso é coisas que namorados clichés dizem,porque odeio estudar,agora ficar com você...
Devia avisar que não iria entrar mais.
Meanna?
Passei no seu quarto, você não estava.
Não está com o Fábio não, né?
Tá me deixando preucupado
Vanussa disse que você saiu.
ANNA
Vou dormir,esteja bem.
Respondo um pouco ansiosa:
Estou no meu quarto e sim,eu estava com Fábio,porém ele é meu amigo e nada mais.
Percebo que menti e corro em direção ao meu quarto, sem me preucupar em me despedir de Fábio. Abro a porta e dou de cara com uma Vanussa preuculada, fico tensa quando ela me vê.
— Onde você estava?
Tem mil sentimentos em sua pergunta: raiva,tristeza, preucupação... E por um momento eu quis dividir tudo com ela. Queria falar sobre meus sentimentos por Adam,meus sentimentos por Fábio.
  — Não é da sua conta,eu estava totalmente bem.
— Não é da minha conta? — Ela dá uma risada nervosa — Você tentou se matar no banheiro com uma lâmina, quantas coisas você poderia fazer fora do colégio ou em qualquer outro lugar daqui?
— Isso passou!Eu não vou tentar me matar,e você também não precisa se preucupar,você não tem nada a ver com isso!
— Então quando sair,avise.
A ignoro completamente quando um Adam com uma cara nada agradável entra no meu quarto
— Não poderia bater?
Vanussa reclama,posso sentir a irritação da voz dela,a inquietude em Adam... Não!
— Eu quero falar com a Meanna.
— Eu estava falando.
Percebo o clima estranho e saio do quarto,esperando que Adam vá comigo. Posso sentir que ele está bravo,mas por que estaria?Eu nunca cobrei nada da amizade dele com a Manoela, qual o direito dele de o fazer?
— Não acredito que você estava com outro cara.
Ele diz enquanto estamos no corredor,não sei porque mas estou irritada.
— Qual direito você tem de reclamar?Agora você vive com a Manoela e eu não digo nada. Por que eu não posso ter um amigo?
— Como se ele quisesse ser só seu amigo!
— Não importa o que ele queira,eu quero ser apenas amiga dele.
Ele parece que vai algo,porém se cala. Seu rosto suaviza quando ele pergunta:
— Por que não anda mais com a gente?
— Depois que terminamos aquela vez,Manoela me deixou totalmente de lado... Ela foi falsa,foi você quem terminou comigo.
— Ela viu o quanto eu estava mal,tentei explicar mais...
—  bem,eu não preciso. — O Abraço, tentando não brigar — Só que quando você não está aqui,eu me sinto sozinha,e não quero depender de você.
Ele não diz nada,só me abraça ainda mais forte. Me pergunto se ter dormido no colo de Fábio foi algo errado,minha cabeça dói em pensar nessa mesma cena com Adam e Manoela,o pior é que não é nada impossível.
—  Mas era a noite,entende?Você estava sozinha com um cara que gosta de você a noite,isso não é nada legal.
— Você também tá sempre com a Manoela e eu não digo nada.
Ele me solta,parecendo falar algo mas sempre parava.
— Vamos comer?
Aceno com a cabeça enquanto ele pega minha mão, ele me leva a cantina com sua mão obsessiva na minha,minha parte mais imatura gostava dos seus ciúmes. Quando entramos sua mão está fincada em minha cintura,sinto um pouco de vergonha com as pessoas olhando,mas me sinto confortável.
— Eu pego pra você.
Adam me dá um selinho e vai pegar o café da manhã, sento a sua espera. Avisto Fábio entrando,ele estava acompanhado de um garoto ruivo,apenas um pouco mais baixo que ele. Ele estava como sempre como sempre com uma calça jeans e suas blusas enormes;seu olhar para no meu e eu desvio, envergonhada e brava pelo ocorrido na noite passada.
— Cheguei.
Adam senta comigo trazendo nossa comida.
— Lembra quando viemos aqui pela primeira vez? — Adam pergunto, sorrio com a lembrança — Eu era apaixonado por você desde aquele dia.
— Mas você não me conhecia.
—  Errado,você não me conhecia. Eu sempre olhei pra você, enquanto você sempre olhava para o Bruno.
— Isso é passado — Dou um mordida em meu pão de queijo antes de continuar —  Era só uma quedinha.
— Vocês namoraram.
— Foi um namoro sem amor.
— Ele foi o seu primeiro namorado.
— Mas você foi o meu primeiro amor.
— E último, por favor —  Meu rosto enrubeçe e ao mesmo tempo sorrio com o pensamento — E tem esse Fábio também.

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