- Oi
- Eu esperava uma patada,esse oi foi tão incrivelmente fofo.
- Você é idiota - Digo revirando os olhos,mas sorrio - Tá fazendo o que aqui?
- Ah,sei lá. Andando,fazendo amizade com as paredes e o chão, você sabe.
- Preciso ir para o meu quarto - Digo,lembrando que deixei meu caderno lá
- A gente se encontra no país das maravilhas?
- No jantar,se você quiser.
- Entãao,você colocou sanidade em si e resolveu falar comigo!! - Diz batendo palminhas do modo mais ridículo que já vi - A Alice pode esperar,te vejo a noite.
Aceno um tchau e saio correndo dali e oh meu deus meu deus meu deus. Deixei meu diário/caderno/desabafos dramáticos no meu quarto e estou prestes a morrer e matar e fazer tudo que me for possível para que as informações dele nunca sejam descobertas.
E por um instante me esqueço de Bruno,por um tempo mínimo eu esqueço que estou magoada. Tudo que eu queria agora era trancar meu coração,queria o dar castigo que o fizesse nunca mais me ferir de novo. Eu não queria gostar do Bruno,eu só queria que aquele beijo não fosse um pequeno tudo pra mim,mas é.
Entro no meu quarto e Vanussa está lendo meu caderno
- Sua... Sua... Sua Vanussa!
Pego meu caderno da mão dela,apavorada,desesperada e prestes a cometer um crime que irá abalar todo a terra e o ar e as árvores e tudo que for vivo. Agora ela sabe que gosto do Bruno,que senti a falta dela e que escrevo porcaria atrás de porcaria.
- De-desculpa... Eu...
- Desculpa o cacete!
Não mate
Não mate
Não mate
- Meanna.
Não respondo,estou a ponto da morte.
- Eu sinto muito por...
- Cala. A. Sua. Boca.
Talvez minhas grosserias tenham sido em vão, talvez agora ela saiba que tudo que eu queria era sua amizade de volta. E eu vou morrer por essas palavras,e mata-las porque ela as descobriu
- Nunca quis magoar você.
- Vanussa,pelo amor de Deus...
- Eu também amava você, eu não quis...
- Pelo amor de deus! - Grito pra ela,quase chorando - Prefiro que você vá contar as suas amigas o que leu e rir de mim,a me olhar assim e discutir o que leu. Não quero seu remorso,não quero nada de você! Não mais,nesse caderno não tem metade da decepção que você é pra mim,não tem nem metade do que eu senti. Só que você não entende,porque eu nunca,eu nunca fui sua amiga. Você pode ter sido a minha,mas eu nunca fui a sua amiga. Você é só uma hipócrita que não sabe o que é amizade.
- Eu jamais contaria isso pra ninguém!
- Mentira,mentira!
- Meanna...
Ela repete,não quero ouvir. Quero esquecer que ela leu essas coisas,quero esquecer que ela foi minha amiga e quero esquecer que ela está chorando agora.
Mas eu preciso lembrar que ela está chorando porque é uma babaca,que está chorando porque sente pena do que fez comigo, que está chorando por remorso e nada mais.
- Desculpa - Diz de novo - Eu menti,pra você e para as meninas. Eu não queria ser popular,eu tinha que ser popular...
- Pra ficar com o Daniel - Completo - Eu sei.
Então ficamos ambos caladas,e de repente eu me pergunto como as coisas ficaram assim.
- Só não se importe - Digo finalmente - Não me importo mais com nada disso, passou pra mim. Acabou.
- Meanna eu... Não sei o que dizer.
- Não precisa dizer nada.
Não consigo dormir,mas parece que sempre que saio desse quarto uma nova aparece. Eu queria poder escrever no meu caderno,mas acho que nunca mais vou conseguir escrever algo na frente dela.
Pego meu celular e checo as mensagens,agora que me lembro que estou a mais de um dia sem falar com meus amigos ''virtuais'' Ao menos aqui tem WiFi...
Espero que tenham gostado! E deixem comentários tanto com crítica quanto elogios, quem gostar eu peço que votem
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O último corte
Novela Juvenil'' — Eu tenho medo de você nunca se apaixonar por mim. Seu abraço está mais fraco,ele continua chorando em meu ombro. Sua dor sufoca meu choque. — Não há nada a temer — Digo finalmente,mantendo a voz firme — Isso é impossível. '' Segunda temporada: ...