Capítulo quatro

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E o mundo não se importa com as suas lágrimas
Você está chorando e está sofrendo
Está implorando por conforto
O mundo não se importa com suas lágrimas
Não existe opção além de seguir adiante
A dor vai sempre estar lá
Existem pessoas destinadas a ter uma vida feliz
E existem pessoas que nasceram para ser julgada-das
Humilhadas.
Tratadas como nada menos que o nada
Então, não se iluda
O mundo não se importa com suas lágrimas

Fecho o caderno com relutância.

Escrever era meu refúgio, gosto de pensar nas palavras para rir no futuro. Quero acreditar que quando tudo melhorar,irei simplesmente pensar ''Ò,que boba eu era!'' ou simplesmente ''O tempo passa e as coisas mudam,agora sou feliz,muito feliz!'' Minha vida é uma vida desgastada e solitára. Sinto que estou vivendo em vão, ninguém se importa... Vanussa entra no quarto

- Escrevendo outra vez? - Ela pergunta

- Você é tão idiota sendo idiota - bufo - Eu sempre estou escrevendo.

- Perda de tempo. No lugar de escrever essas desnecessáriedades,devia estar tentando arrumar uma amiguinha.

- Ah - bocejo,mostrando indiferença - Eu já tive uma amiguinha e foi uma péssima experiência e... Credo,como você é irritante!

- Tão desistente.

Desistente. Uma boa palavra. Talvez definível. Estou sempre desistindo antes de tentar,desistente. Sim.

Guardo meu caderno debaixo do meu travesseiro,não deixo ele nunca. Levo comigo até no banheiro,se alguém o descobrisse eu estaria morta.
Morta.

Então tiro ele debaixo do travesseiro e vou embora dali,as primeiras aulas já tinham acabado e estava na hora do almoço.

Pego meu almoço e vou me sentar,estão todos aqui. Levanto a cabeça e vejo o trio ''brilhante'' irritantes, simplesmente irritantes

Nycole e Cristina estão rindo sem parar. E olhando pra mim,Vanussa está obviamente rindo forçado. Desvio o olhar,três garotas sentam na minha mesa.
Respire

Tento afastar o instinto que tenho de mata-las

- Então, é verdade que você tem um caderninho no qual sai pra todo lado?

Zomba Cristina

Eu congelo.

Isso. É. Demais.

Quero matar a Vanussa,quero enforcar seu pescoço e fazer todo o sangue dela descer pela boca. Quero tortura-la até me implorar misericórdia

- E se eu tiver?

Digo,tentando fingir que não estou comigo

- Tão incrivelmente fofa - Nycole diz - Mé e suas tentativas frustradas de se mostrar algo.

Cristina ri alto,ignoro

- Deixa eu ver seu caderninho, Mé?

Eu simplesmente quero morrer, estou tão apavorada que vou vomitar a comida que estou comendo.

- Me deixem em paz! - Grito pras três, me levantando.

Percebo que chamei a atenção de todas, Cristina também se levanta e grita:

- Caros alunos, sabiam que a senhorita Juliett tem um caderno cheio de fofocas e insultos sobre vocês?

Todos começam a conversar entre si,não entendo como ainda respiro.

- O que acham de tirar esse caderno dela?

Estavam todos olhando pra mim. Estou apavorada.

Largo minha comida e me levanto,e corro... Todos estão fazendo o mesmo.

Estou apavorada,desesperada e... Sou pega por braços, sinto que tudo acabou mas

- Então, elas estão mentindo não é ?

Meu rosto congela,não conheço quem está na minha frente. Nunca vi ninguém assim,ele tinha algo tão... Indefinível

- Calem a boca! - Ele grita tão alto que os fazem parar,vejo Bruno correndo também, outro... Idiota?

- É só um diário de uma adolescente,meu povo. Essa história de insulto é mentira

- Mas ela é a Meanna! - Grita alguém

- Queremos ver o caderno!

- Tchau

Então o garoto estranho me leva dali, viro o rosto e observo Bruno. Seus olhos estão grudados em mim e,pela primeira vez percebo. Bruno nunca vai ser meu,nunca.

- Meninos não podem entrar aqui

Digo ao garoto que me levou pro meu quarto

- Eu vejo o que as pessoas fazem com você, princesa. E eu não gosto

Que cara mais intrigante

- Qual seu nome? - Pergunto,curiosa

- Adam. - Ele diz,com os olhos presos em mim - E você se chama Meanna

Ele sorri ao pronunciar meu nome,e quero sorrir pra ele

- Nunca vi você.

- Ninguém nunca me vê, garota. Mas eu faço que me vejam. E eu cheguei pra alegrar a sua triste vida

- HM?

Estou muito confusa

- Quero ser seu amigo
Uau

Não sei o que dizer,eu não acredito.

É isso,é simples demais,é bom demais. Não posso acreditar, não vou me iludir. Ele é bonito demais pra querer ser amigo de alguém como eu,e legal demais também. Que loucura, não vou acreditar nele.

Não acredito nele

- Você não sabe fingir tão bem

- Sabia que esse tipo de resposta viria

Então ele olha pra mim e sorri,o tipo de sorriso que te deixa delirando

- Sabe,eu já fui como você - Ele diz,olhando bem fundo dos meus olhos - Mas ficar sozinho não resolve nada,menina

- Você não sabe nada mim

- Sei mais do que devia

- Cala a boca.

Deito minha cara no travesseiro,tirando meu caderno e o colocando aí debaixo

- Você ainda está aí? Vai embora.

Estou irritada,muito irritada,por que ele não pode sair logo dali?O que ele estava planejando?Estou com medo

- Vejo você no jantar!

Então ele sai,estou tão confusa.

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