Capítulo quinze

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Faltava um dia pra sábado e parecia que faltava um ano.

Eu não tenho notícias de Adam,Manoela passa a maior parte do tempo no hospital com ele... Ela,não eu. Eu quase estava sozinha, mas eu ainda tinha a Vanussa. Desde que ela se afastou da Nycole e da Cristina estamos nos reaproximando,mas eu ainda estou apreensiva.

Acabo minha comida e vou para a sala de estar,procurando alguma coisa que eu possa fazer. Meu estoque de livros estão todos acabados,li todos. Sento no sofá e tento não pensar,tento limpar minha mente com algo que não seja Adam. Tento não lembrar do seu sorriso,da sua voz,do seu toque,das suas brincadeiras de mau gosto. Mas ele está toda hora em meu pensamento,estou sempre preocupada e apreensiva. Não sei o que vai ser de mim se ele não resistir.

- Você tá bem?

Bruno senta do meu lado. Olho pra ele como se a resposta fosse óbvia,e sou envolvida em um abraço apaixonado. Nesse momento eu queria beija-lo,queria que ele me consolasse e que dissesse que me ama. Eu queria o seu corpo reagindo com o meu,eu queria que fossemos um do outro.

Estou tão fraca e dói tanto,eu não sei o que eu posso fazer. Só percebo que estou chorando quando Bruno me aperta mais forte,ele limpa minhas lágrimas e me dá um beijo leve nos lábios. Sorrio pra ele e seu rosto se ilumina.

- Eu preciso ir para o meu quarto - Respondo, eu não iria resistir mais tempo

- Mas você não tá bem,Meanna.

- Eu preciso ficar sozinha,por favor?

Ele me pega pela cintura e me beija outra vez, retribuo o beijo com as mãos em seu rosto, demonstrando todo o carinho que posso. Me solto de seus braços e vou em direção ao meu quarto,está tudo tão confuso,eu não consigo entender nada disso.

Meus sentimentos pelo Adam,pelo Bruno,pela Vanussa. Estava tudo ruindo,eu nunca me senti tão mal. Tudo que eu mais queria agora era um abraço de Adam,eu estava tão desesperada por sua presença que trocaria qualquer coisa no mundo por ela.

Ele foi a primeira pessoa a falar comigo esse ano,ele foi gentil e me fez uma amiga,ele me protegeu enquanto eu era espancada e meu namorado não o fez. Com ele eu aprendi a sorrir,a acreditar nas pessoas e me sentir mais forte. Ele era tão importante, e eu não sei mais como fazer,eu preciso dele mais que qualquer coisa neste momento.

Entro no meu quarto e como de costume Vanussa não está, vejo debaixo do travesseiro e está meu caderno. Eu queria escrever alguma coisa pra ele,eu estava inspirada o suficiente pra isso.
É alguém que transforma
É alguém que faz sorrir
É alguém faz a tristeza partir
Todo o amor esbanja na sua presença
Sua companhia única
Não tem diferença
Tão especial e eu morreria
Eu morreria pra te ter algum dia
Eu morreria pra te ter algum dia

Eu não entendo por quê escrevi isso,não fazia sentido nenhum meu deus. Adam é meu melhor amigo! Minha mente está confusa com isso,eu sempre gostei do Bruno,eu sempre o desejei. Não quero que o destino me faça escolher,não quero que eu tenha de escolher.

Me deito na cama e resolvo dormir um pouco,talvez dormindo eu possa ter um pouco de paz.
Eu estou no hospital e Adam está bem,ele está bem e está sorrindo. Me aproximo de sua cama,ansiosa para toca-lo novamente mas eu não consigo. Algo me impede e é uma garota,uma garota. Ela era loira e tinha os olhos tão azuis,tão azuis que quase me perdi naqueles olhos. Ela estava me ofuscando e estava abraçando Adam,estava ao lado dele. Estava o beijando como se ele fosse dela. Ele não era dela,tento me aproximar mas ele rejeita minha presença. Estou frustrada e estou chorando,ele RI de mim como a garota loira,ele está rindo de mim e todos estão. Ninguém se importa...

- Anna!

Eu estava chorando e tudo aquilo era um sonho,apenas um sonho.

Então eu notei o que eu devia ter notado há muito tempo.

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