𝑇ℎ𝑒 𝑜𝑡ℎ𝑒𝑟 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟| 𝐷𝑅𝐴𝐶𝑂 𝑀𝐴𝐿𝐹𝑂𝑌

29- A briga

Na manhã seguinte, Bia acordou com o som suave de batidas na janela. Ainda meio sonolento, levantou-se e abriu a janela, permitindo que uma coruja elegante entrasse no quarto, trazendo consigo um pacote bem embrulhado e uma carta.

Ela reconheceu a caligrafia elegante na carta imediatamente, era de Cedrico.

Com um sorriso curioso, ele pegou o pacote e a carta, sentando-se na cama para abrir. Primeiro, ele desatou o laço do pacote, revelando uma caixa de madeira finamente trabalhada. Dentro, havia uma pulseira de prata com um pequeno pingente em forma de coração, detalhado com uma inscrição mágica que brilhava suavemente. Bia sorriu, sentindo o calor da lembrança de Cedrico.

Com o presente cuidadosamente colocado de lado, ela abriu a carta e começou a ler.

Querida Bia,

Espero que esta carta encontre você bem e que o presente traga um sorriso ao seu rosto. Peço desculpas pelo incidente com o machucado no seu braço e pela nossa última briga. Admito que fui um tanto dramático (e talvez você também, um pouco), mas você sabe como sou, sempre exagerando um pouco nas emoções.

Sinto muito pelo que aconteceu e prometo que da próxima vez serei mais cuidadoso e menos cabeça-dura. Vamos deixar isso para trás e aproveitar nossos momentos juntos, ok?

Com muito carinho,
Cedrico

Ela não pôde deixar de rir da forma brincalhona e autêntica de Cedrico ao pedir desculpas. Ele acariciou o pingente da pulseira por um momento, sentindo o carinho e a preocupação do namorado através do gesto.

Decidido a responder de imediato, ela pegou um pergaminho e uma pena, escrevendo sua própria carta de volta.

Querido Cedrico,

Obrigado pela pulseira; ela é linda e significa muito para mim. Não se preocupe com o machucado ou a briga. Nós dois sabemos que, às vezes, nossas emoções podem se exacerbar, mas isso é parte do que torna nosso relacionamento especial.

Estou ansioso para te ver novamente e passar mais tempo juntos. Vamos deixar as brigas para os dramas de Hogwarts e focar nos momentos bons, certo?

Com muito amor,
Bia

Depois de terminar a carta, Bia prendeu-a na coruja, que pacientemente esperava ao lado da janela. "Leve isso de volta ao Cedrico, por favor," disse ele suavemente à coruja, que piou em resposta antes de alçar voo.

Com um sorriso satisfeito, ela colocou a pulseira no pulso e desceu para se juntar a Draco, Pansy e Blásio para o café da manhã, sentindo-se mais leve e feliz por ter recebido notícias de Cedrico.

O dia estava começando de maneira perfeita, e ela estava pronta para enfrentá-lo com um sorriso no rosto.

No final da tarde, a atmosfera na Mansão Malfoy parecia tensa. Bia e Draco estavam na biblioteca, onde o ar estava carregado de emoções não ditas.

Ela estava lendo um livro, mas sua mente estava longe, ainda refletindo sobre a carta de Cedrico. Draco, por outro lado, estava inquieto, observando-a de soslaio.

Finalmente, Draco não conseguiu mais se conter. "Então, recebeu uma carta de Cedrico?" ele perguntou, tentando parecer casual, mas com um tom de voz que traía seu verdadeiro humor.

Ela levantou os olhos do livro, percebendo a tensão em Draco. "Sim, recebi. Ele pediu desculpas pelo que aconteceu e me enviou um presente."

"Um presente, é?" Draco bufou, cruzando os braços. "E isso resolve tudo? Um pedido de desculpas e um presente?"

Bia franziu a testa, sentindo a irritação de Draco. "Não é só isso, Draco. Ele se arrependeu e quer que deixemos tudo para trás. O que há de errado nisso?"

Draco se levantou abruptamente, a cadeira raspando no chão. "O que há de errado? Ele machucou você, Beatriz! E agora você está simplesmente... aceitando isso?"

Ela também se levantou, sua paciência começando a se esgotar. "Draco, você não entende. As pessoas cometem erros. Nós dois sabemos disso melhor do que ninguém."

Draco apertou os punhos, sua raiva aumentando. "Não é só sobre erros, Potter. É sobre ele não te valorizar o suficiente. E eu não vou ficar parado vendo isso acontecer."

Bia sentiu a raiva ferver dentro de si. "Você está sendo irracional, Draco. Cedrico se importa comigo, e ele mostrou isso. Você não tem o direito de julgar nosso relacionamento."

Os olhos de Draco estavam cheios de frustração e dor. "Talvez eu não tenha o direito, mas eu me preocupo com você, Beatriz! Eu não quero ver você se machucar novamente."

Ela deu um passo para trás, sentindo as lágrimas de frustração e raiva começarem a se formar. "Draco, você não pode controlar tudo. Eu sei cuidar de mim mesmo."

Draco se aproximou, a voz baixa e perigosa. "E se ele te machucar de novo? E se ele não mudar? O que você vai fazer então?"

Bia ficou em silêncio por um momento, tentando controlar suas emoções. "Eu vou lidar com isso quando acontecer, Draco. Mas você precisa confiar em mim e parar de tentar controlar minha vida."

Draco ficou em silêncio, sua respiração pesada. Finalmente, ele se virou abruptamente, saindo da biblioteca e deixando a sozinha, com um sentimento de vazio e tristeza.

Ela se deixou cair na cadeira, sentindo o peso da briga. Ele sabia que Draco se importava, mas a maneira como ele expressava essa preocupação era sufocante.

O silêncio da biblioteca parecia esmagador, e Bia sentiu-se perdida, dividido entre o carinho de Draco e o amor de Cedrico.